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20/05/2005 - 09h12

Deputados acusam Cassol de "armação"

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SILVIO NAVARRO
da Agência Folha, em Porto Velho

Um dia depois de serem afastados temporariamente da Assembléia Legislativa de Rondônia sob suspeita de cobrar propina do governador Ivo Cassol (PSDB) em troca de apoio político no Legislativo, três dos sete deputados acusados negaram envolvimento em esquemas de corrupção. Dois deles acusaram o governador de "chantagem" e "armação".

Ellen Ruth (PP), Amarildo de Almeida (PDT) e Daniel Neri (PMDB) falaram à Folha ontem, um dia depois de perderem o mandato por 30 dias --nesse período não receberão salários nem subsídios-- por quebra de decoro parlamentar. Foi a primeira vez que se pronunciaram.

Almeida, 37, afirmou que Cassol "usou de má-fé e tentou amarrar os deputados" com as gravações. Ruth, 39, disse que "foi uma arapuca para chantagear". E Neri disse que "estava na hora errada e no lugar errado".

Além deles, outros quatro deputados --Ronilton Capixaba (PL), Emílio Paulista (sem partido), Kaká Mendonça (PTB) e João da Muleta (PMDB)-- aparecem nas gravações, mas nenhum comentou o caso até agora.

A suspensão dos deputados ocorreu após a divulgação de fitas nas quais os parlamentares são flagrados aparentemente cobrando propina em troca de apoio político. As gravações foram feitas pelo próprio governador, em sua casa, e, segundo ele, datam de 2003 até o início deste ano.

Amarildo de Almeida aparece no vídeo supostamente negociando que uma empreiteira ganhe uma licitação pública. Ele nega.

"O governador quis criar um cenário para manter os deputados nas mãos, foi uma forma de chantagear. Ele fazia as propostas, eu fui lá a convite dele", disse.

Sobre a proposta de dispensa de licitação, argumenta que "foi pedir obras" e que pode ter se "expressado errado". "As cenas foram editadas pelo governador."

Daniel Neri, 42, aparece nas gravações acompanhando calado um diálogo de Ellen Ruth e Ronilton Capixaba com o governador, no qual, segundo Cassol, os deputados negociam o desvio de recursos públicos. Conforme a denúncia, dez deputados receberiam R$ 50 mil por mês.

"Acredito que pelo menos no meu caso há como reverter", afirmou Neri. "Eu não falo nada na fita, saí da sala, depois voltei, falava ao telefone celular. Não sabia muito bem o que estava acontecendo", completou.

Cassol respondeu às declarações, por meio de sua assessoria, afirmando que "o país testemunhou os fatos e que a partir de agora a Justiça vai decidir qual rumo deve ser tomado".

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