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Temer faz aposta em projeto popular para ampliar visibilidade
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Nome mais cotado para ser vice na chapa encabeçada pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), trabalha para conseguir, ainda no primeiro semestre, uma agenda de votações de apelo popular.
A intenção do congressista é ganhar apoio da sociedade e conseguir um PT mais unido em torno de seu nome. O primeiro projeto que pode entrar na pauta é o que exige "ficha limpa" para os candidatos. Apresentado em setembro passado com 1,3 milhão de assinaturas, o texto prevê que condenados em primeira ou única instância por crimes graves não possam disputar eleições.
Uma comissão de parlamentares foi formada por Temer para ajustar a proposta e a tendência é de a restrição ser aliviada, tornando inelegíveis apenas os que tenham sido punidos por uma decisão colegiada de segunda instância. A perspectiva é que a proposta entre na pauta em março.
Temer também trabalha para ser o fiador de um acordo entre patrões e empregados em torno da emenda constitucional das 40 horas semanais da jornada de trabalho. Hoje ele tem encontro marcado com representantes das centrais sindicais e de empresários.
O desafio do presidente da Câmara é não desagradar e ao mesmo tempo ganhar pontos com os dois setores. Com isso, ele pretende ainda se cacifar com diferentes partidos, aumentar sua visibilidade e sua base de sustentação. A emenda das 40 horas, por exemplo, é uma exigência do PDT.
Mesmo que os assuntos não sejam votados, Temer não quer ser acusado de não ter tentado acordo em torno de temas fruto de lobby popular no Congresso.
Outras temas que Temer pode colocar na pauta: a emenda que equipara salários de policiais militares e bombeiros de todo o país ao do Distrito Federal e a que prevê maior punição para empresas que mantiverem trabalhadores em situação análoga à escravidão.
Coordenação
Sobre Temer, Lula disse ontem, durante reunião da coordenação política, ter achado "positiva" a recondução dele à presidência do PMDB e afirmou que ela reforça a candidatura de Dilma à sucessão.
"O único comentário que o presidente fez foi que achava muito positiva a recondução do presidente Temer, na medida em que isso reforça a participação do PMDB no governo, o compromisso do conjunto do PMDB com o governo do presidente Lula e reforça a tese de participação na aliança de apoio à pré-candidata", disse o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais).
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