Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/05/2005 - 09h59

Rebelde tem de trocar de partido, diz Dirceu

Publicidade

da Folha de S.Paulo

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, criticou ontem a atitude dos parlamentares que compõem a base aliada, que, mesmo após apelos do governo, mantiveram suas assinaturas no pedido da criação da CPI dos Correios.

"Lugar de quem faz oposição no governo é a oposição. Tem de buscar outro partido", afirmou Dirceu, durante entrevista ao "Jornal Nacional" da Rede Globo. O ministro foi um dos articuladores da tentativa do governo para evitar a criação da comissão.

Em Porto Alegre, o presidente nacional do PT, José Genoino, adotou a mesma linha: disse que os parlamentares petistas que assinaram o requerimento da CPI são aliados do PSDB e do PFL e fazem oposição ao governo Lula.

""Eles preferiram uma aliança com o PFL e o PSDB. São caudatários de uma aliança entre o PFL e o PSDB. Escolheram o caminho de se distanciar, de fazer oposição ao governo, de construir um núcleo próprio, separado da bancada. Sabemos agora quantos deputados da bancada do PT apóiam o governo", afirmou Genoino.

Questionado a respeito de uma eventual punição aos petistas dissidentes, Genoino evitou o assunto, mas não chegou a descartar essa possibilidade. ""Isso não está na nossa agenda. Eles escolheram um caminho unilateral, de dissidência e desrespeito ao partido, à bancada e ao governo. Não sei o que vão fazer. Aí, não é comigo. Não vou transformá-los em vítimas. A vítima, nesse caso, é o desrespeito à decisão do Diretório Nacional, à maioria da bancada e ao governo", afirmou.

"Quem está sendo vítima não são os 11 deputados e o senador [Eduardo] Suplicy [PT-SP], é a maioria do partido, da bancada e do governo", disse Genoino, que esteve em Porto Alegre para o lançamento da candidatura do deputado estadual Estilac Xavier à presidência estadual do PT.

Em razão do comportamento dos petistas dissidentes, Genoino disse não ser possível culpar aliados de outros partidos que apoiaram a CPI.

Demonstrando contrariedade especialmente em relação ao comportamento de Suplicy, ele afirmou que o senador paulista "assumiu o compromisso de defender a resolução do Diretório Nacional, assumiu um documento com a bancada, de que não faria nada sozinho" --o que, segundo Genoino, não ocorreu.

Sobre Suplicy ter dito que corria o risco de não ser o candidato petista ao Senado por São Paulo, em 2006, o presidente do PT afirmou que ele "fica projetando coisa que ninguém discutiu". Disse que isso é "uma hipótese que não existe" e definiu tal possibilidade como "uma fantasia". "Ele [Suplicy] que deixe de ser vítima", afirmou.

Genoino procurou, reiteradamente, dizer que o PT confia nas investigações feitas pelo governo, sobretudo pela Polícia Federal. "Essa CPI nasceu com o DNA tucano-pefelê, de fazer palanque político para desgastar o governo. O que eles menos querem é combater irregularidades. Os tucanos e o PFL engavetaram a maioria das CPIs, com coisas graves."

Genoino disse não haver constrangimento em defender o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, ex-integrante da chamada "tropa de choque" do governo de Fernando Collor de Mello (1990-1992). "Ele se notabilizou por fazer parte da tropa de choque, mas foi investigado", disse. Questionado sobre qual foi o resultado dessa investigação, recomendou que se procure no Congresso a conclusão da CPI sobre o esquema PC Farias.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a CPI dos Correios
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página