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05/06/2005 - 09h36

Aprovação a Lula cai 10 pontos em 5 meses

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FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo

A aprovação à administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu dez pontos percentuais de dezembro para cá. Segundo o Datafolha, 35% dos brasileiros acima de 16 anos consideram o governo federal petista "ótimo" ou "bom". No final do ano passado, o percentual era de 45%.

O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, faz uma advertência: "É importante notar que essa perda de dez pontos se deu na comparação com dezembro passado. É possível que esse recuo tenha sido gradual, ao longo desse período de cinco meses", diz ele.

Os 35% de aprovação de Lula equivalem ao seu patamar mais baixo já obtido em pesquisas Datafolha desde a posse. Em agosto do ano passado, o petista teve um percentual idêntico. Estava sob forte bombardeio por causa das eleições municipais. Adversários de petistas nas cidades achavam conveniente mirar suas baterias contra o Palácio do Planalto.

Passado o processo eleitoral municipal, Lula se recuperou no final do ano --coincidindo com bons números na área econômica. Agora, a queda na aprovação se dá em meio a dois cenários ruins combinados, algo até agora inédito para Lula: 1) uma crise política entre o Planalto e o Congresso; 2) o esfriamento da economia.

Os entrevistados que consideram a gestão Lula "regular" eram 40% em dezembro. Agora, são 45%. A migração da categoria "ótimo/bom" para regular é o primeiro estágio para o aumento da rejeição. Os que reprovam o governo ainda são minoria: 18% --embora esse seja o maior percentual obtido por Lula até hoje.

Quando o entrevistado tem a opção de escolher de zero a dez, o governo tem nota média de 6,2. Esse número é idêntico ao de agosto de 2004. A maior nota obtida por Lula até agora havia sido de um 6,8, em abril de 2003.

Na região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), o petista enfrenta mais dificuldades. Enquanto no país sua aprovação média é de 35%, o percentual cai para 30% nesses Estados --justamente onde no passado o PT foi mais forte, tendo governado os gaúchos e Porto Alegre.

A contraposição ao Sul é o Nordeste. Entre os nordestinos, o governo do pernambucano Lula tem aprovação de 45% e só 13% de rejeição. É seu melhor desempenho no país e o que faz sua média nacional não ser menor do que 35%. No Sudeste, onde está a maioria dos eleitores, o governo também está abaixo da média nacional: só 31% de aprovação.

Quando se observa a preferência partidária dos entrevistados, nota-se que Lula é altamente dependente do PT, apesar de o presidente ter se habituado a reclamar da sigla: 61% dos petistas aprovam seu governo. Entre os não-petistas, o presidente nunca é aprovado por mais do que 29%.

Essa PT-dependência de Lula fica evidente quando se observa que meros 3% dos petistas acham o governo federal "ruim" ou "péssimo". Apesar de um certo desencanto dos petistas, são eles os eleitores mais fiéis do presidente.

Viagens e imagem do Brasil

O Datafolha captou um dado que contrasta com a percepção do presidente: a utilidade de suas viagens ao exterior. Em 29 meses de governo, o petista já realizou 41 viagens ao exterior, média de 1,41 por mês. A primeira foi ao Equador, em janeiro de 2003; a mais recente, ao Japão e à Coréia do Sul.

Para Lula, essa sua persistência internacionalista tem ajudado a melhorar a imagem do país no exterior. Os pesquisados consideram ter ocorrido um ganho, mas a resposta é quase a mesma desde dezembro de 2003, quando 53% achavam que a imagem do país melhorara. Hoje, 52% enxergam melhora --mas expressivos 31% vêem tudo igual nessa área.

Outra pergunta é sobre o número de viagens de Lula ao exterior. Nesse item, houve uma mudança dentro do limite da margem de erro da pesquisa. Em dezembro de 2003, há quase um ano e meio, 45% achavam que esses périplos presidenciais traziam mais benefícios que prejuízo. Hoje, o percentual recuou para 41%.

A falta de emprego está em primeiro lugar isolada na lista de maiores problemas do país, segundo o Datafolha: 37% cravaram essa resposta ao serem indagados pelos pesquisadores.

É preciso registrar que a situação já foi pior. Em janeiro do ano passado, 49% das pessoas diziam que o desemprego era o principal problema. No último dezembro, a taxa já havia recuado para 36%. Agora, está no mesmo patamar.

Também merece registro o aumento da percepção do "problema saúde". No início do governo, só 6% apontavam esse setor como o mais problemático. Agora, são 15%.

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