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15/06/2005 - 21h50

Presidente da DNA diz que sabia das relações de Valério por "ouvir dizer"

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O sócio e presidente da DNA Propaganda, Francisco Castilho, afirmou nesta quarta-feira que sabia das relações do seu sócio na agência publicitária mineira Marcos Valério Fernandes de Souza com Delúbio Soares, o tesoureiro do PT, apenas por "ouvir falar".

Castilho e a vice-presidente e também sócia da agência, Margareth Queiroz Freitas, concederam entrevista ontem para afirmar que, embora Valério tivesse cargo de vice-presidente administrativo financeiro na DNA, ele "nunca" assinou pela empresa. A DNA tem se esforçado nos últimos dias para desvincular o nome de Valério da agência.

A relação entre Valério e os dois sócios, segundo Freitas, era apenas contratual. Ela disse que Valério nunca exerceu funções executivas. Eles alegam que Valério sempre teve "outras atividades", que não definiram, e por isso não tinham muito contato com ele.

Por isso não tinham conhecimento das relações dele com Delúbio ou com Sílvio Pereira, secretário-geral do PT. Questionado se nunca tinham nem sequer ouvido falar nisso, o presidente da DNA afirmou: "Sabia por comentários, por ouvir falar".

Castilho afirmou que nunca conversou com Valério sobre isso, até porque, conforme disse, tem "poucos contatos" com ele, embora seja um sócio na DNA desde 1998. "De todas essas pessoas citadas, nem eu nem a Margareth conhecemos nenhum deles, nem sequer de ter sido apresentados", disse Castilho.

Freitas, por várias vezes, teve que explicar o fato de Valério ter sido, até março do ano passado, vice-presidente administrativo-financeiro da empresa e mesmo assim não assinar pela DNA.

"A área que nós passamos para a Graffiti [empresa pela qual Valério é sócio na DNA] seria essa administrativa-financeira, desde que eles não tivessem gerência, porque a gente é que estava no dia-a-dia da empresa", disse, alegando que Valério "nunca teve sala e secretária" na agência.

"Se perguntar para ex-funcionários da DNA, eles não conhecem o Marcos Valério, exatamente porque ele não tinha rotina aqui", disse Freitas, para quem ele só assinava quando era necessário a assinatura de todos os sócios.

Em certo momento, a vice-presidente chorou ao falar que a DNA tem um "patrimônio moral", construído desde 1982, quando a empresa foi criada pelo seu marido, Daniel Freitas, sobrinho do vice-presidente José Alencar (PL) que morreu em 2002.

Os dois executivos afirmaram que não podem prejulgar, mas se mostraram dispostos a rever a sociedade caso as suspeitas contra Valério se confirmem.

Os executivos informaram que tanto a empresa quanto eles mantêm conta no Banco Rural desde 1982. Segundo o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) parte do dinheiro para o PTB sairia desse banco.

SMP&B

A assessoria da SMP&B Comunicação, outra agência mineira em que Valério é sócio e que foi citada pela ex-funcionária Fernanda Karina Somaggio (ex-secretária de Valério) como o local onde saia dinheiro e de onde vários contatos com os petistas citados pelas denúncias do "mensalão" eram feitos, se limitou a apresentar cópia do processo em que Valério processa ela por extorsão.

A assessoria da empresa afirmou serem "absurdas" as declarações e disse "não há como qualificar uma coisa dessas".

O processo, que tramita na 6ª Vara Criminal em Belo Horizonte, foi instaurado a pedido de Valério em outubro do ano passado, um mês após a secretária ter dado entrevista à revista "IstoÉ Dinheiro", divulgada só ontem. A Folha apurou que a SMP&B sabia da entrevista desde aquela época. No processo, Valéria acusa Somaggio de tentar obter vantagens financeiras para não falar o que sabia e que poderia prejudicá-lo.

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