20/06/2005 - 23h50

Na TV, Jefferson diz que secretário do PT era gerente e Dirceu, mentor do "mensalão"

da Folha Online

Responsável pela maior crise no governo Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) confirmou mais uma vez nesta segunda-feira o suposto esquema de pagamento de mesada pelo PT a parlamentares do PL e do PP, em troca de apoio político ao governo, e disse que o secretário-geral do PT, Silvio Pereira, era o gerente e José Dirceu, o mentor do "mensalão".

Jefferson participou nesta noite do programa "Roda Viva", da TV Cultura. Segundo o deputado, a corrupção abasteceu a base aliada, com o absoluto consentimento do presidente do PT, José Genoino. "A coisa começa assim, com dinheiro, e se prostitui. Começa com 15, depois 20, 30 mil reais."

Apontado como a primeira "vítima" do "mensalão" no alto escalão, José Dirceu deixou a Casa Civil na semana passada. "Tenho as mãos limpas. Saio de cabeça erguida do ministério", disse o ex-ministro ao anunciar seu desligamento da pasta.

A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, irá substituir Dirceu na Casa Civil.

Correios

Jefferson foi acusado de participar do suposto esquema de corrupção nos Correios. Ao se defender, negou envolvimento e passou de acusado a acusador, denunciando o suposto esquema do "mensalão".

Em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo, Jefferson afirmou que o dinheiro para o pagamento de R$ 30 mil mensais a deputados viria de empresas, estatais e privadas. Segundo o deputado fluminense, o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, seria o responsável pelo repasse do dinheiro.

Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, na semana passada, Jefferson apontou, mesmo sem provas, ao menos seis deputados envolvidos no esquema do "mensalão": Valdemar Costa Neto (PL-SP), José Janene (PP-PR), Pedro Corrêa (PP-PE), Sandro Mabel (PL-GO), Pedro Henry (PP-MT) e Bispo Rodrigues (PL-RJ).

Especial

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