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22/06/2005 - 09h39

Lula sonda Wagner para substituir Aldo

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KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo

O ministro Jaques Wagner (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) foi sondado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser o novo coordenador político do governo. "Claro [que aceitaria]. Sou um soldado do projeto", disse Wagner, segundo a Folha apurou.

Ainda hesitante, o presidente não bateu o martelo porque mantém a dúvida a respeito da conveniência de extinguir a pasta da Coordenação Política, hoje ocupada por Aldo Rebelo (PC do B).

O cenário mais provável até ontem à noite era Wagner continuar no Conselhão e acumular as atribuições de Aldo, atuando como o ministro do Planalto que lida com os articuladores do Legislativo.

Nas palavras de um auxiliar, Lula disse que deseja "tirar a política" do Planalto e dar ao local um perfil "mais gerencial". A escolha de Dilma Rousseff para a Casa Civil já foi um movimento nessa linha. Obviamente, é impossível eliminar a política do Planalto. O que Lula quer é diminuir o peso dela lá dentro, transferindo a parte mais pesada dessa operação diretamente ao Congresso.

Ponte

Se confirmado, Wagner funcionaria como ponte com o Congresso Nacional. O comando seria dividido entre Dirceu, na Câmara, e o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP).

O presidente avalia que um dos erros que cometeu foi permitir a convivência dentro do Planalto desde janeiro de 2004, quando fez a primeira reforma ministerial, entre auxiliares eminentemente políticos que se digladiavam nos bastidores: Dirceu e Aldo.

Para Lula, esse "duplo comando" produziu intrigas e, sobretudo, conflitos. Exemplo: Dirceu era a favor da emenda constitucional que permitiria a reeleição dos ex-presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, João Paulo Cunha (PT-SP) e José Sarney (PMDB-AP). Aldo se aliou a Renan Calheiros, hoje presidente do Senado, e bombardeou a proposta. Esse conflito está na gênese da crise política --a partir dele, teve início um processo de desarranjo que resultou em Severino Cavalcanti para presidir a Câmara.

Nesse contexto, Lula poderia acabar com a pasta de Aldo, o que, de quebra, facilita a sua demissão. Aldo não deseja reassumir o mandato de deputado --prefere um ministério. Nos bastidores, Wagner recebeu o apoio de Dirceu e da nova ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, depois que Marcelo Déda foi sondado para o lugar de Aldo.

Governo baiano

Ex-deputado federal, Wagner alimenta o desejo de ser candidato a governador da Bahia em 2006, posto que já disputou em 2002. Não está claro, porém, se ele deixaria de ser candidato ou se sairia do ministério até 30 de abril do ano que vem, prazo-limite para quem deseja disputar eleição deixar seus postos no Executivo.

Amigo de Lula, que o chama na intimidade de "Galego", Wagner decidiria de acordo com o desejo do presidente. Na reforma ministerial de 2004, Lula pediu seu cargo à época, o de ministro do Trabalho, para segurar Ricardo Berzoini no primeiro escalão. Berzoni foi transferido da Previdência para o Trabalho em janeiro de 2004. Lula considerou o gesto de Wagner "desprendido" e o alçou às reuniões de Coordenação de Governo, nas quais são traçadas diretrizes do governo.

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