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23/06/2005 - 20h54

Em resposta a Fonteles, Valério nega ser "operador"

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Em resposta a ofício do procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza se pronunciou nesta quinta-feira, pela primeira vez, acerca das acusações de ser o "operador" do chamado "mensalão". Em texto enviado a Fonteles, ele negou as acusações e disse que "nunca fez entrega" de dinheiro ao deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), autor das denúncias.

Na resposta, ele coloca à disposição do Ministério Público Federal a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal, "bem como das empresas" nas quais é sócio, a SMP&B Comunicação e a DNA Propaganda, que detêm cinco contas do governo federal.

Fonteles fez cinco questionamentos ao publicitário, enviados a ele no dia 13 passado, por causa da entrevista que a Folha havia publicado com Jefferson no dia anterior. Indagado se confirmava a declaração do deputado petebista, Valério disse "não".

"Nunca fiz entrega de qualquer quantia em dinheiro ao deputado Roberto Jefferson, nem por ordem do sr. Delúbio Soares [tesoureiro do PT], nem por qualquer outro motivo. Só vim a tomar conhecimento de 'mensalão' a partir da entrevista dada pelo deputado", escreveu Valério.

Sobre Jefferson ter dito que Valério lhe entregou R$ 4 milhões na primeira quinzena de julho de 2004, sendo o dinheiro uma contribuição do PT ao PTB, o publicitário negou ter feito a entrega desse valor e disse que, nesse período, só esteve em Brasília uma vez, durante "uma parte do dia 7", podendo provar que esteve em outros lugares naquela quinzena, inclusive tendo ficado fora do país do dia 9 ao dia 18.

No terceiro questionamento de Fonteles, sobre se conhece Delúbio, o tesoureiro do PT, Valério respondeu "sim". Disse ter sido apresentado a ele pelo deputado petista Virgílio Guimarães (MG) --que confirma ter feito a apresentação --nascido na mesma cidade que ele, em Curvelo (MG).

Disse que conheceu Delúbio em "meados de 2002" e que foi "procurá-lo para oferecer serviços publicitários para fazer a campanha presidencial do PT em Minas Gerais".

Ele acrescentou: "A partir de então, mantive relacionamento pessoal com Delúbio Soares, de quem me tornei amigo, conversando com o mesmo com relativa freqüência, quer pelo telefone, quer em contatos pessoais em São Paulo e em Brasília, sobre os mais variados assuntos, inclusive sobre a conjuntura política nacional".

Na resposta, protocolada ontem na Procuradoria da República em Minas, Valério disse que as agências das quais é sócio fizeram a campanha do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) para a presidência da Câmara e que, nas últimas eleições, elas também trabalharam para petistas "em algumas cidades paulistas, como Osasco e São Bernardo".

No último questionamento de Fonteles, "sobre quaisquer outros esclarecimentos que queira prestar sobre o assunto", o publicitário mineiro citou Emerson Palmieri, tesoureiro informal do PTB, quando disse que o conheceu na sede do PT em Brasília, apresentado por Delúbio.

"Conversamos sobre projetos políticos do PTB e suas campanhas eleitorais. Esse encontro se deu no início de 2004. Somente vim a conhecer pessoalmente o deputado federal Roberto Jefferson neste ano de 2005, através do sr. Emerson Palmieri, na sede do PTB, em Brasília. Conversamos sobre campanhas políticas, o quadro político nacional e as dificuldades do PTB no seu relacionamento com o PT", disse Valério.

Ele disse ainda que as declarações de Jefferson o envolvendo com o tesoureiro do PT foram pelo fato de saber que eles tinham relação de amizade. "No entanto, não são verdadeiras as afirmações no sentido de que eu atuasse como 'arrecadador', 'operador' ou 'pagador' de quaisquer quantias em dinheiro para o referido tesoureiro em benefício de partidos políticos ou parlamentares."

Ele também refutou as declarações de Fernanda Karina Somaggio, sua ex-secretária na SMP&B, que declarou que era ele quem carregava "malas de dinheiro" para políticos em Brasília. Valério diz a Fonteles que ela já responde a processo por extorsão.

O publicitário afirmou ainda que todas as contas de publicidade que suas agências detêm no governo "são fruto de contratos regulares e legais, obtidas através de licitações públicas, em sua maioria realizada em gestões governamentais anteriores" à do PT.

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