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02/07/2005 - 09h49

Assessor liga Janene a Valério e ao Banco Rural

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LEONARDO SOUZA
RUBENS VALENTE
da sucursal da Folha de S.Paulo em Brasília

No mesmo dia em que o chefe-de-gabinete do deputado José Janene (PP-PR), João Cláudio de Carvalho Genu, esteve na agência do Banco Rural no Brasília Shopping, foram feitos dois saques de contas de empresas do publicitário Marcos Valério na instituição no valor total de R$ 826 mil.

O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirmou anteontem, em seu depoimento à CPI dos Correios, que a agência do shopping tem sido o local onde o "mensalão" é distribuído a deputados.

De acordo com os registros do sistema de entrada do shopping, Genu esteve na agência do banco no dia 20 de janeiro do ano passado, às 15h22. Segundo relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), publicado pela revista "IstoÉ", foram sacados das contas das agências de publicidade SMPB Comunicação e DNA Propaganda, das quais o empresário mineiro Marcos Valério de Souza é sócio, R$ 20,9 milhões entre 2003 e 2005.

O relatório informa que em 20 de janeiro de 2004 houve um saque de R$ 500 mil na conta da SMPB Comunicação no Banco Rural. No mesmo dia, a DNA registrou outro de R$ 326 mil.

O deputado José Janene foi apontado por Jefferson, em seu depoimento ao Conselho de Ética da Câmara no último dia 14, como um dos beneficiários do "mensalão". Janene nega.

Genu, de acordo com reportagem da revista "Época", seria um dos "operadores" do pagamento a parlamentares do PP.

A assessoria de imprensa do deputado Janene informou que seu chefe-de-gabinete, João Cláudio de Carvalho Genu, está "fora de contato" há vários dias.

A assessoria de Marcos Valério comentou apenas que seria natural a ida do empresário ao Banco Rural, já que suas agências de publicidade detêm a conta de propaganda da instituição.

Na CPI dos Correios, Jefferson disse: "[...] Muitos assessores dos deputados que recebem "mensalão" estão registrados na portaria [do shopping]. Subiam até o escritório do banco e recebiam R$ 30 mil, R$ 40 mil, às vezes R$ 20 mil, até R$ 60 mil".

O Banco Rural ocupa a sala 918 da torre norte do shopping. Todas as pessoas que sobem às salas do edifício têm de se identificar e apresentar o número da carteira de identidade.

De acordo com os registros da portaria do shopping, Valério e seu advogado e sócio, Rogério Tolentino, estiveram na agência no dia 19 de agosto de 2003. Outro que também teria ido ao Banco Rural é o chefe-de-gabinete do deputado João Leão (PL-BA), Eujaci Moreira dos Santos, por duas vezes. Ele negou, no entanto, que tenha estado na agência.

Apesar de ter confirmado que o número de carteira de identidade registrado na portaria seja o seu, o chefe-de-gabinete negou várias vezes a possibilidade de ter entrado na agência, mesmo que fosse para pagar uma conta qualquer. "Eu vou muito ao Brasília Shopping, mas não vou ao Banco Rural. Eu nem sei onde é o Banco Rural", disse Santos, anteontem.

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