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04/07/2005 - 13h24

Lula prepara reforma e esquerda do PT pede afastamento de Executiva

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da Folha Online

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prepara para finalmente anunciar a reforma ministerial, os deputados que compõem a ala esquerda do PT se reúnem na noite desta segunda-feira para discutir a crise política. A esquerda petista defende o afastamento imediato da atual direção partidária, em especial do presidente nacional do PT, José Genoino, do tesoureiro do partido, Delúbio Soares, e do secretário-geral, Silvio Pereira.

"Temos um PED [Processo de Eleições Democráticas] pela frente, que não pode ser comandado pela atual direção. Como tocar o PED e se defender ao mesmo tempo?", questionou o deputado Walter Pinheiro (PT-BA).

Apesar das denúncias contra integrantes da Executiva e da crise política para o governo, a esquerda rejeita a idéia de antecipar o PED. "Seria pior. Não teríamos tempo de fazer campanha."

O PED escolherá a nova Executiva Nacional do PT, em eleições diretas entre os seus mais de 800 mil filiados em setembro deste ano. Apesar do desgaste provocado pelas denúncias, a esquerda do partido acredita que Genoino ainda tem chances de se reeleger. "Ele conta com a estrutura partidária. A candidatura de Raul Pont [RS] está crescendo, mas o quadro é indefinido", avaliou o deputado.

Para a esquerda petista, o partido agora tem que atuar em duas frentes: um combate eficaz à corrupção e a adoção de ações programáticas petistas. Walter Pinheiro afirma que não é o momento de falar em punições, ou até mesmo em cassação de mandatos.

Reforma

No Palácio do Plantalto, Lula deve definir a reforma ministerial antes de viajar para a Escócia, na próxima quarta-feira.

Pela manhã, Lula recebeu Dilma Rousseff (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda). À tarde, se reúne com os ministros Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Celso Amorim (Relações Exteriores) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência).

Para reagir à crise, Lula decidiu fazer uma reforma ampla em sua equipe de governo, que deve envolver inclusive o Banco Central, cargos do segundo escalão e as diretorias das principais estatais. A ordem é tirar do governo agora todos aqueles tenham sido citados em denúncias de corrupção.

Lula também aproveitará para substituir todos os integrantes do governo que queiram disputar algum cargo eletivo em 2006. E o PMDB deverá preencher vários dos postos vagos, entre eles, pelo menos três ministérios: Previdência, Comunicações e Minas e Energia. O anúncio está previsto para acontecer nesta segunda-feira.

Na Previdência, deverá sair Romero Jucá, que poderá ser líder do governo no Senado. Em seu lugar, o nome mais cotado é o do senador Helio Costa (PMDB-MG) que, por sua vez, teria preferido assumir o Ministério das Comunicações. O nome dele, que foi jornalista de televisão, sofre resistência no setor de radiodifusão.

Para as Comunicações, o nome mais forte é o de Paulo Lustosa, atual secretário-executivo do ministério, que deve suceder Eunício Oliveira, que deixará a pasta para se candidatar ao governo do Ceará.

O PMDB ainda poderá ficar com o Ministério da Saúde, já que Humberto Costa pretende se candidatar ao governo de Pernambuco em 2006. Em seu lugar, deve assumir o deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG).

A lista com os quatro nomes que o partido quer na Esplanada foi entregue na sexta-feira a Lula.

O afilhado do senador José Sarney (PMDB-AP), Silas Rondeau, deixará a presidência da Eletrobrás para assumir o Ministério de Minas e Energia. O ex-deputado Aloísio Vasconcelos, diretor da Eletrobrás, deverá assumir a presidência da empresa no lugar de Rondeau.

Meirelles sai

Sob investigação e com processo na Justiça autorizado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deverá deixar o governo. Ele, inclusive, pretende se candidatar para o governo de Goiás.

No lugar de Meirelles, Palocci trouxe há menos de dois meses do FMI (Fundo Monetário Internacional) Murilo Portugal, que conta com a simpatia do mercado financeiro. Portugal é atual secretário-executivo da Fazenda e foi secretário do Tesouro no governo Fernando Henrique Cardoso.

Estatais

A reforma também deve atingir as diretorias de algumas das principais estatais do país, entre elas a Petrobras. Isso porque o atual presidente da estatal, José Eduardo Dutra, pretende concorrer a uma vaga no Senado em 2006.

Também deve sair Carlos Wilson, atual presidente da Infraero. Wilson, que foi senador e ficou sem mandato nas últimas eleições, disputará uma vaga na Câmara dos Deputados.

Já os ministros da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos (PSB), das Cidades, Olívio Dutra (PT), o presidente do Banco Popular do Brasil, Geraldo Magela (PT), e o presidente de Itaipu Binacional, Jorge Samek (PT), deverão permanecer nos cargos, abrindo mão das eleições do ano que vem.

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