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06/07/2005
-
09h15
LILIAN CHRISTOFOLETTI
MARCELO SALINAS
da Folha de S.Paulo
O deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), em conversa ontem com promotores que apuram a morte do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), relatou uma suposta prática de caixa dois comandada pelo PT para financiar campanhas eleitorais e disse que o ex-ministro José Dirceu (PT) era o "cérebro" do esquema.
Jefferson foi chamado pela Promotoria para uma "conversa informal" após ter declarado, em entrevista a uma rádio mineira na semana passada, existir uma relação entre o "mensalão", denunciado por ele, e a morte de Daniel.
O deputado disse não conhecer pormenores da denúncia de corrupção na prefeitura petista de Santo André, mas disse acreditar que tudo faz parte de um "esquema nacional de caixa dois do PT".
"O modus operandi de arrecadação do dinheiro [em Santo André] é o mesmo que funciona nesse grupo Delúbio [Soares, ex-tesoureiro do PT] e Marcos Valério [citados por ele no escândalo do "mensalão']. O mesmo modus operandi de arrecadação de dinheiro. O que há de semelhança nisso? A maneira de arrecadar dinheiro sempre vinha via caixa dois", afirmou o deputado.
Jefferson citou diversas vezes o nome de Dirceu como responsável pelo suposto esquema ilegal. "O cérebro de tudo é José Dirceu."
O ex-ministro, que se afastou da Casa Civil, disse que é inocente e irá se defender contra as acusações de Jefferson na Justiça.
Jefferson indicou ao Ministério Público os nomes de pelos menos quatro bancos que, segundo ele, podem ter sido utilizados pelo PT entre 1997 e 2000 --período investigado pela Promotoria.
O Ministério Público sustenta que a morte de Daniel passa por um esquema de corrupção instalado durante a gestão dele em Santo André. O petista foi assassinado em janeiro de 2002. À época, ele era o coordenador do programa de governo do então candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante a conversa de aproximadamente duas horas e meia com os promotores, Jefferson disse que o vínculo entre a morte e o "mensalão" está na "estrutura de corrupção montada pelo PT para financiar campanhas eleitorais".
Esta estrutura, continuou ele, sustenta o partido há muitos anos e já era conhecida entre os demais parlamentares.
Essas informações, disse o deputado, são frutos de diversas conversas mantidas por ele com outros parlamentares. O deputado afirmou ainda ter participado de reuniões com amigos de familiares de Daniel.
Ontem, após deixar o prédio da Promotoria, Jefferson disse apenas que aproveitou o fato de estar em São Paulo para visitar um dos promotores, Roberto Wider Filho, que seria seu amigo.
A Folha apurou que a afirmação não é verdadeira. Apesar de os dois terem nascido em Petrópolis (RJ), promotor e deputado se encontraram ontem pela primeira vez.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Roberto Jefferson
Jefferson diz que caixa 2 liga Celso Daniel e Dirceu
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MARCELO SALINAS
da Folha de S.Paulo
O deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), em conversa ontem com promotores que apuram a morte do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), relatou uma suposta prática de caixa dois comandada pelo PT para financiar campanhas eleitorais e disse que o ex-ministro José Dirceu (PT) era o "cérebro" do esquema.
Jefferson foi chamado pela Promotoria para uma "conversa informal" após ter declarado, em entrevista a uma rádio mineira na semana passada, existir uma relação entre o "mensalão", denunciado por ele, e a morte de Daniel.
O deputado disse não conhecer pormenores da denúncia de corrupção na prefeitura petista de Santo André, mas disse acreditar que tudo faz parte de um "esquema nacional de caixa dois do PT".
"O modus operandi de arrecadação do dinheiro [em Santo André] é o mesmo que funciona nesse grupo Delúbio [Soares, ex-tesoureiro do PT] e Marcos Valério [citados por ele no escândalo do "mensalão']. O mesmo modus operandi de arrecadação de dinheiro. O que há de semelhança nisso? A maneira de arrecadar dinheiro sempre vinha via caixa dois", afirmou o deputado.
Jefferson citou diversas vezes o nome de Dirceu como responsável pelo suposto esquema ilegal. "O cérebro de tudo é José Dirceu."
O ex-ministro, que se afastou da Casa Civil, disse que é inocente e irá se defender contra as acusações de Jefferson na Justiça.
Jefferson indicou ao Ministério Público os nomes de pelos menos quatro bancos que, segundo ele, podem ter sido utilizados pelo PT entre 1997 e 2000 --período investigado pela Promotoria.
O Ministério Público sustenta que a morte de Daniel passa por um esquema de corrupção instalado durante a gestão dele em Santo André. O petista foi assassinado em janeiro de 2002. À época, ele era o coordenador do programa de governo do então candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante a conversa de aproximadamente duas horas e meia com os promotores, Jefferson disse que o vínculo entre a morte e o "mensalão" está na "estrutura de corrupção montada pelo PT para financiar campanhas eleitorais".
Esta estrutura, continuou ele, sustenta o partido há muitos anos e já era conhecida entre os demais parlamentares.
Essas informações, disse o deputado, são frutos de diversas conversas mantidas por ele com outros parlamentares. O deputado afirmou ainda ter participado de reuniões com amigos de familiares de Daniel.
Ontem, após deixar o prédio da Promotoria, Jefferson disse apenas que aproveitou o fato de estar em São Paulo para visitar um dos promotores, Roberto Wider Filho, que seria seu amigo.
A Folha apurou que a afirmação não é verdadeira. Apesar de os dois terem nascido em Petrópolis (RJ), promotor e deputado se encontraram ontem pela primeira vez.
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