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Para tornar campanha visível, Marina sobe tom contra corrupção
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SERGIO TORRES
enviado especial da Folha de S.Paulo a São Gonçalo (RJ)
Aumentar o tom das propostas de combate à corrupção e manter referências religiosas em seus pronunciamentos são decisões tomadas pela candidata do PV à Presidência, senadora Marina Silva (AC), na tentativa de tornar mais visível a sua campanha.
Na avaliação do PV, a campanha de Marina peca pela falta de visibilidade no momento em que um importante partido adversário, o PSDB, patina na indefinição da chapa com que concorrerá à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Marina deu início ontem, por São Gonçalo (30 km do Rio), a algo que os auxiliares chamam de "pré-campanha". A ideia é percorrer o país tentando aumentar a exposição nacional.
Ao receber na Câmara Municipal a medalha Joaquim Lavoura, Marina agradeceu citando um trecho bíblico e fez discurso contra corrupção. Às 80 pessoas presentes, disse que o Brasil gasta 3% de todo o seu dinheiro em educação e outros 3% em corrupção -e defendeu que toda essa verba seja revertida à educação.
Questionada pela Folha sobre como implementar a proposta caso eleita, disse ver dois modos: o fortalecimento de órgãos fiscalizadores e tribunais de contas, e a transparência.
"Uma ferramenta fundamental é a transparência. Não se deve ter segredo em relação ao uso do dinheiro público."
A candidata disse que não pensa em fazer campanha de ataque a partidos e candidatos acusados de corrupção. "Não quero fazer campanha em cima da desgraça de ninguém. Mas aqueles que cometeram erros deverão pagar por eles", disse, pregando ainda o financiamento público de campanha como forma de evitar a corrupção.
Marina almoçou ontem reservadamente na sede da TV Globo, na zona sul do Rio. Quem a recebeu foi o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho.
O encontro não foi anunciado pela assessoria da senadora nem constou da sua agenda oficial de candidata. Ela está no Rio desde anteontem e vai embora amanhã. Antes da visita, a assessoria distribuiu sua agenda de atividades diárias, sem referência à reunião com a direção da Globo.
O presidente do PV fluminense, Alfredo Sirkis, queixou-se que, desde a conferência do clima de Copenhague, em dezembro, Marina não aparece no "Jornal Nacional", principal noticiário televisivo do país. Mesmo assim, disse ele, ela tem de 8% a 10% das intenções de voto, de acordo com as últimas pesquisas.
"Essa candidatura tem um potencial de crescimento gigantesco", afirmou.
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