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CNBB defende participação popular na reforma política
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MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Geraldo Lyrio Rocha, afirmou nesta quinta-feira que o escândalo de corrupção que atinge a cúpula do GDF (Governo do Distrito Federal) serviu de exemplo para mostrar a fragilidade do sistema político do país e reforçar a necessidade do engajamento da sociedade nas discussões de uma reforma política.
Para o presidente da CNBB, que apresentou hoje o documento "Por uma reforma do Estado com a participação popular", resultado da primeira reunião do Conselho Permanente da entidade, o voto não encerra a participação da sociedade na política nacional.
"A reforma política que o país está precisando não pode ser feita meramente nos gabinetes dos parlamentares. [A reforma] Só será feita se tiver participação popular. [...] O exercício democrático não se reduz com o exercício do voto. Não é porque acabou de votar é que você exerceu seus direitos de cidadania. Esse é um elemento. Temos que buscar outros elementos diretos de participação", disse.
Na avaliação do vice-presidente da CNBB, dom Luis Vieira, as crises políticas ocorrem no país por problemas enraizados. "Essa crise é mais profunda do que podemos imaginar.É cada vez mais necessária a reconstrução do Estado que tem que vir da sociedade. A sociedade toda tem que discutir um Estado mais forte que responda às necessidades que enfrentamos", afirmou.
Segundo a CNBB, é preciso uma reforma ampla, inclusive, do modelo econômico vigente no país. "O grande problema do modelo econômico é que ele é concentrador e excludente. Esse modelo neoliberal precisa ser superado e precisamos encontrar um modelo de inclusão que todos possam ter acesso as riquezas produzidas", disse.
Dom Geraldo disse que a CNBB, apesar de defender pontos como o plebiscito, reforma urbana e ampliação das oportunidades de trabalho, não apresentará uma reforma fechada, mas pontos para discussão.
"A CNBB não tem pretensão de apresentar uma receita para reforma do Estado, para a reforma política. A CNBB quer um debate amplo e aponta alguns sinais para ajudar na reconstrução do Estado", afirmou.
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