Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
15/07/2005 - 18h29

CPI vai analisar documentos apreendidos com policial aposentado

Publicidade

FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) trouxe hoje parte dos documentos apreendidos em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte) na casa de Marco Túlio Prata, irmão de Marco Aurélio Prata, contador do empresário Marcos Valério, apontado como um dos operadores do "mensalão".

As notas trazidas pela senadora para a CPI dos Correios referem-se à prestação de serviços da DNA Propaganda ao Banco do Brasil, Telemig Celular, Brasil Telecom e Ministério do Trabalho. Todas com valores altos e que seriam queimadas nos mesmos tonéis onde foram destruídos outros documentos da empresa. Hoje, o BB rescindiu os contratos para prestação de serviços de publicidade com a DNA.

A senadora disse estranhar que notas fiscais com valores altos e recentes --a mais antiga dessas data de 2002-- fossem queimadas. "É claro que existe grande suspeição com relação a isso porque um empresário não queimaria uma nota que dá segurança contábil a ela. Não tem justificativa", afirmou.

A nota com valor mais elevado refere-se à prestação de serviços à Telemig Celular: R$ 1,37 milhão com data de 19 de dezembro de 2002. Portanto, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. A nota do Banco do Brasil, onde Valério tinha contrato, era de R$ 540 mil e datava de 19 de agosto de 2003.

Heloísa Helena explicou que as notas fiscais não são necessariamente frias. Para averiguar a veracidade dos documentos, ela pedirá à CPI que ordene às empresas que constam das notas que enviem a segunda via à comissão e comprovem a efetiva prestação do serviço.

Os integrantes da comissão ainda confrontarão a emissão das notas com a movimentação financeira das empresas de Valério para saber se os recursos envolvidos foram efetivamente depositados.

O Ministério Público e a Polícia Civil chegaram à casa do ex-policial depois de ouvirem um diálogo telefônico em que Marco Túlio, investigado por homicídio, fala que "quebraria a cara" quem procurasse "os documentos". A polícia agiu rápido para achar esses papéis. A CPI, por sua vez, temia a contestação da operação pelos advogados de Marco Valério.

Pouco tempo depois da operação, Marcos Valério foi ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, passar informações para colaborar com as investigações. Em compensação, o publicitário pediu benefícios em uma eventual ação penal. O procurador, no entanto, recusou a proposta.

Fernanda Karina

Os membros da CPI já entraram em contato com Fernanda Karina Somaggio, a ex-secretária de Valério, que, em depoimento à comissão parlamentar, revelou que um policial prestava serviços de grampo para o empresário.

Deputados e senadores querem saber se Marco Túlio é o policial a que Fernanda Karina se referia em seu depoimento.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página