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17/07/2005 - 09h32

Petista e Nucleos negam manipulação do fundo de pensão

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da Folha de S.Paulo, no Rio

O ex-assessor da Casa Civil Marcelo Sereno negou "veementemente", segundo sua assessoria de imprensa, ter interferido nos investimentos do Nucleos e que dinheiro do fundo de pensão possa ter ido para campanhas políticas a que tivesse vinculado.

Sereno afirmou que o conselheiro Neildo de Souza Jorge não tem qualificações para acusá-lo de interferência no fundo de pensão. A assessoria de Sereno creditou as acusações a adversários do próprio PT, a chamada ala esquerda do partido.

Informou ainda que Sereno pode constituir advogado para processar aqueles que o estão acusando de ter cometido irregularidades durante o período em que trabalhou para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e como secretário de Comunicação do PT.

O Nucleos negou que tivesse feito operações com títulos públicos que causaram prejuízos à instituição. O presidente em exercício e diretor de Benefícios do Nucleos, Abel Almeida, refutou que haja influência de Marcelo Sereno na administração da entidade.

Mas confirmou que a política de investimentos ficou mais conservadora, a partir do final do ano passado, por determinação do Conselho Deliberativo.

Segundo ele, os bancos Bradesco e HSBC substituirão o BMC e o Industrial, por serem instituições com investimentos mais conservadores. O fundo de investimentos Zircônio, que havia sofrido uma desvalorização de 21,66%, por conta de operações de risco na Bolsa de Valores, foi transformado em fundo de renda fixa --sujeito a menos variações e, portanto, mais conservador.

O relatório anual da diretoria executiva de 2004 diz que as aplicações de renda variável tiveram, na média, um resultado negativo de 8,94%, enquanto o índice Bovespa (que mede o comportamento dos papéis mais negociados na Bolsa de Valores de São Paulo) subiu 17%.

Segundo a publicação, o fundo apostou em premissas que não se confirmaram. Em janeiro de 2004, por exemplo, vendeu opções (contratos futuros de compra ou venda) no mercado futuro acreditando que a Bolsa cairia, e ela subiu. Em outro momento, comprou ações da Brasil Telecom, que se desvalorizaram quando se descobriu que a empresa havia contratado a Kroll para espionar concorrentes.

Interesses difusos

O presidente em exercício diz que os dois conselheiros criticam a gestão movidos por interesses pessoais e que não iria discutir com eles pela imprensa.

Segundo ele, Neildo Jorge está envolvido em uma disputa com a INB --da qual era superintendente e foi exonerado-- e estaria ''jogando o fundo de pensão no meio da briga''.

Também procurou minimizar as críticas do conselheiro André Almeida, dizendo que a diretoria da associação de empregados da Nuclep, do qual fazia parte, foi destituída.

O ex-presidente do Nucleos Paulo Figueiredo, que deixou o cargo em abril para assumir a presidência da Eletronuclear, também contestou os dois conselheiros. Figueiredo afirmou que já interpelou judicialmente ao conselheiro Neildo de Souza Jorge por outras declarações contra ele e negou que tenha sido indicado por Sereno para a presidência da Eletronuclear. Figueiredo disse que sua indicação partiu do deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ).

O presidente em exercício do Nucleos disse à Folha que uma auditoria contratada pelas patrocinadoras (INB, Nuclep e Eletronuclear, todas subsidiárias da Eletrobrás) concluiu que Neildo Jorge, André Almeida e outros membros dos conselhos fiscal e deliberativo não teriam preparo técnico para estarem nesses cargos.

A formação profissional de Neildo Jorge é de técnico em mecânica --embora já tenha ocupado o cargo de superintendente da INB-- e André Almeida é operador de computador.

Segundo o presidente exercício, eles cumprirão os mandatos até o final, por terem sido eleitos, mas seus substitutos precisarão ter diploma universitário.
 

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