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20/07/2005 - 09h01

"Vou falar tudo", diz ex-mulher de presidente do PL

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CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo

Ex-mulher do presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP), Maria Christina Mendes Caldeira presta depoimento hoje, às 14h30, ao Conselho de Ética da Câmara, prometendo apresentar documentos e nome de testemunhas que contribuirão para a investigação do esquema do "mensalão". Ela também descreverá reuniões e conversas na casa de Valdemar.

Maria Christina --que enfrenta Valdemar num duro processo de separação-- falará, por exemplo, da reunião do ex-marido com os deputados Pedro Henry (PP-MT), Carlos Rodrigues (PL-RJ) e o líder do PTB, José Múcio Monteiro (PE). Nela, PP e PL teriam tentado convencer o PTB a aderir ao esquema de "mensalão".

"Vou falar tudo. Tudo o que me perguntarem vou responder. São cenas que, se eles quiserem investigar, eles chegam ao fundo", avisou Maria Christina, recusando-se a adiantar o teor do depoimento.

Maria Christina costuma comparar as descobertas da CPI à leitura do "roteiro do filme" do qual "viu flashes". "Agora, começo a entender o que ouvi".

Hoje, Maria Christina reproduzirá conversas de Valdemar com Carlos Rodrigues. Sua declaração poderá endossar a versão --já apresentada pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ)-- de que Rodrigues concebeu o modelo do "mensalão".

Orientada pela assessoria jurídica, ela deverá relatar comentários de Valdemar sobre a atuação dos ex-dirigentes petistas Delúbio Soares (tesouraria) e Silvio Pereira (secretaria-geral).

A expectativa é que Maria Christina descreva Delúbio --que recebeu o casal em festa promovida na fazenda da família em Goiás e era interlocutor constante de Valdemar-- como aquele com o qual se falava de dinheiro. Silvinho, de cargos.

A missão de montagem de cargos teria sido delegada a Silvio, depois de passar pelo ex-ministro José Dirceu e pelo ex-presidente do PT José Genoino.

Entre documentos levados a seu advogado, Maria Christina Caldeira incluiu notas que confirmariam a acusação de que Valdemar apresentava notas de compras feitas por ela para justificar gastos do PL.

Ela também teria cartões dos empresários de Taiwan que, segundo denúncia dela, doaram dinheiro ilegalmente para o partido. Outra acusação que pretende reafirmar é a compra de um partido nanico pelo PL.

Ela apresentará telefones e nomes de funcionários do PL que teriam presenciado os encontros de Valdemar. O depoimento dela pode oferecer ingredientes emocionais: "Só de chegar aqui [Brasília] tenho um frio na barriga", disse, sobre sua apreensão com o depoimento.

A tendência é que Maria Christina reafirme a denúncia de que o PL comprou o PST, no processo de fusão das legendas, em 2003, quando eram casados.

Os documentos reunidos por ela estão com os advogados. Desde o ano passado, Maria Christina e Valdemar travam uma briga na Justiça. Ela o acusa de impedir que pegue suas roupas, guardadas na casa em que viviam. Ele move contra ela uma ação por tentativa de extorsão. Hoje, num novo round, os advogados de Maria Christina entram no STF com uma queixa-crime contra Valdemar por causa dessa acusação.

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