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21/07/2005 - 08h11

Saques apontam elo de Valério com tucano e pefelista

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da Folha de S.Paulo, no Rio
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O administrador de empresas Nestor Francisco de Oliveira, 60, confirmou ontem ter sacado dinheiro da conta da SMPB Comunicação no Banco Rural no ano passado. Segundo ele, os recursos foram para financiamento da campanha do deputado federal Roberto Brant (PFL-MG) à Prefeitura de Belo Horizonte. A agência de publicidade não figura entre os doadores oficiais de campanha do deputado.

Segundo dados obtidos a partir da quebra de sigilo da conta da SMPB no Rural, Oliveira sacou R$ 102.812,76 em 27 de agosto de 2004. À Folha ele disse ter trabalhado na "captação de dinheiro" para a campanha. Confirmou que fez o saque na agência Assembléia do Rural em Belo Horizonte, mas não soube precisar o valor --disse que checaria com a tesoureira da campanha.

Ele disse ter feito "cinco ou seis" captações de recursos de empresas privadas para a campanha do PFL. Mas afirmou que a SMPB não foi doadora, e negou que o dinheiro tenha sido uma contribuição da agência via caixa dois.

Segundo Oliveira, o dinheiro sacado no Rural pode ter sido uma doação da Usiminas. "Me parece que esse dinheiro aí foi doado pela Usiminas, eu não sei se é esse o valor." A siderúrgica, no entanto, não aparece entre os doadores oficiais, conforme prestação de contas apresentada em 20 de outubro do ano passado.

O total de doações registrado na prestação de contas de Brant à Justiça Eleitoral é de R$ 470.951,79 mil. Segundo Oliveira, houve doações de siderúrgicas para a campanha de Brant, mas a prestação de contas traz apenas um doador desse setor: a CAF Santa Bárbara, braço florestal da Belgo-Mineira.

O administrador presidiu a Prodemge (Companhia de Processamento de Dados do Estado de Minas Gerais) de novembro de 1991 a março de 1995, e responde a uma ação civil pública por supostas irregularidades na compra de computadores para a empresa.

A Folha não conseguiu falar com o deputado Roberto Brant ou com seus assessores ontem. No final da tarde, ninguém atendeu o telefone em seu gabinete na Câmara. A assessoria da Usiminas foi contatada às 19h45, mas ninguém atendeu.

PSDB

O ex-secretário de Radiodifusão do Ministério das Comunicações Paulo Menicucci, que também aparece na lista, negou haver sacado dinheiro de contas das empresas de Marcos Valério. Segundo o relatório, ele sacou R$ 205 mil no Rural em setembro do ano passado. Menicucci diz que a inclusão de seu nome é manobra para envolver o PSDB "na lama".

Ele é membro da Executiva do PSDB de Minas e um dos políticos mais próximos do ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga. Depois de passar pelo Ministério das Comunicações (abril de 1999 a setembro de 2001), Menicucci assumiu a diretoria de Tecnologia e Infra-estrutura dos Correios, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, e se manteve na estatal por mais um ano e meio no governo Lula.

Segundo pessoas ligadas ao Ministério das Comunicações, ele foi mantido nos Correios a pedido de Pimenta da Veiga e do governo de Minas. Em dezembro de 2003, deixou a diretoria de Tecnologia e assumiu a diretoria Comercial dos Correios. Só deixou a estatal em abril do ano passado.
Pimenta da Veiga foi citado pelo Coaf entre as pessoas que sacaram mais de R$ 100 mil em dinheiro do Rural. Ele recebeu R$ 150 mil do publicitário Marcos Valério, em 2003, e justificou o dinheiro como pagamento por serviços advocatícios prestados.

Menicucci negou a retirada e disse que tampouco fez saques em outros bancos de valor tão alto.

""Não sei de onde está vindo isso. Fiquei indignado ao saber que estou na lista." Ele disse que pediu a seu advogado para tomar as medidas legais cabíveis.

Menicucci trabalhou na coordenação da campanha eleitoral do prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), à Presidência da República, com Pimenta da Veiga, em 2002. Indagado se os R$ 205 mil poderiam ser para pagamento de dívidas de campanha eleitoral do PSDB, negou.

Ele disse que há dados contraditórios na lista, que traz referência a Paulo Menecucci (o sobrenome dele é Menicucci). A lista não tem o número do CPF nem da carteira de identidade dele, mas o identifica pela sigla ECT (dos Correios).

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