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30/07/2005 - 09h20

Ex-assessor da liderança do PL fez retirada de R$ 350 mil no Rural

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Brasília

Documentos em poder da CPI dos Correios e a lista de freqüentadores da agência do Banco Rural no Shopping Brasília indicam que Antônio de Pádua de Souza Lamas, irmão do ex-tesoureiro do PL Jacinto de Souza Lamas, retirou R$ 350 mil no dia 7 de janeiro de 2004, quando era assessor da liderança do partido na Câmara.

"Estou com dívidas e você me diz que saquei isso [R$ 350 mil]. Eu deveria estar rico. Não sei do que você está falando", disse ontem por telefone Antônio Lamas. Ele não quis dar entrevista.

Roberto Jefferson (PTB-RJ) acusa o líder do PL, Sandro Mabel (GO), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP) e o deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ) de serem integrantes do suposto esquema do "mensalão".

Mabel nega ter recebido dinheiro para votar a favor do governo e negou ontem conhecer Antônio.

Segundo Mabel, o funcionário se desligou do trabalho em março. Mabel é lider do PL desde março de 2004.

Na terça-feira passada, o STF (Supremo Tribunal Federal) enviou documentos à CPI dos Correios sobre movimentação financeira da SMPB Comunicações, em que Marcos Valério é sócio. Segundo o empresário, pessoas indicadas por Delúbio fizeram saques na conta da empresa.

Conforme revelou a Folha ontem, o material recebido pela CPI eram faxes e e-mails enviados da agência do Banco Rural em Belo Horizonte para a de Brasília. Traziam anotações referentes a saques de R$ 5,59 milhões feitos pela funcionária da SMPB Simone Reis Vasconcelos, em 2003 e 2004.

No verso de um dos faxes estava a seguinte anotação: saque dia 7 de janeiro de 2004, de R$ 450 mil, "irmão do Jacinto Lamas 350; Alexandre 100".

A reportagem conferiu a lista de pessoas que estiveram na agência do Banco Rural no dia 7 de janeiro de 2004. Antônio de Pádua, irmão de Jacinto Lamas, entrou no banco às 14h22 e saiu às 14h36. Não consta o nome de Alexandre.

Da lista de sacadores da conta da SMPB em poder da CPI consta que no dia 7 daquele mês houve um saque de R$ 350 mil feito por Simone. Não há, porém, registro de que ela tenha ido à agência.

Em outro fax, há anotação sobre um saque de R$ 350 mil para o dia 17 de dezembro de 2003: "Jacinto Lamas 100, Roberto Pinho 100, Célio 100".
Célio Marcos Siqueira, assessor do deputado Vanderval dos Santos (PL-SP), foi a única pessoa com esse nome que esteve na agência no dia 17 de dezembro.

Roberto Pinho foi assessor do Ministério da Cultura até fevereiro do ano passado e coordenador de marketing da campanha do senador Delcídio Amaral (PT-MS). No total, ele teria sacado R$ 450 mil em 2003 e 2004.

A reportagem ligou ontem para Costa Neto, mas ele não telefonou de volta. A assessoria jurídica do deputado Vanderval dos Santos (PL-SP) também não respondeu.

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  • Leia a cobertura completa sobre a CPI dos Correios

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