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02/08/2005 - 20h32

Secretário de Ciro pede afastamento, após aparecer na lista de sacadores

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da Folha Online

O Ministério da Integração informou que o secretário-executivo da pasta, Márcio Lacerda, pediu para se afastar do cargo nesta terça-feira. Com essa medida, Lacerda tenta poupar o ministro Ciro Gomes (Integração) do desgaste envolvendo as pessoas acusadas de participar do esquema do pagamento do "mensalão" para partidos da base aliada.

O pedido de afastamento de Lacerda ocorreu logo depois de seu nome aparecer na lista de pessoas que teria recebido dinheiro do publicitário Marcos Valério a pedido do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Ele teria recebido R$ 457 mil.

"Posso assegurar, com absoluta certeza, que não recebi nada, seja em cheque, em dinheiro ou em serviços, de nenhuma das fontes pagadoras citadas em todos estes episódios", diz carta de Lacerda.

Na carta, Lacerda diz que não quer que "essa suspeição infundada, contra ele assacada, prejudique a instituição".

"O ministro Ciro Gomes aceitou o pedido, presume a inocência do secretário-executivo e ajudará para que todos esses fatos sejam totalmente esclarecidos no mais breve espaço de tempo possível", diz nota da Integração Nacional.

Ele ainda tentou explicar o possível recebimento de recursos. "Logo após o primeiro turno das eleições presidenciais de 2002, houve uma junção parcial das equipes de sua campanha à campanha nacional do PT --pessoal da agência New Trade, responsável pelo seu marketing, integrou-se, a convite de Duda Mendonça, à campanha do PT e de aliados nos Estados, no segundo turno."

"Após a eleição, a New Trade teve dificuldade de receber o pagamento e pediu minha ajuda, o que era natural em função das minhas tarefas em 2002. Entrei em contato com Delúbio Soares, que prometeu encaminhar uma solução", diz ele.

Veja a íntegra do pedido de afastamento de Lacerda:

"Desde o primeiro momento em que me apresentei como voluntário para apoiar sua missão por um país melhor, há mais de cinco anos, venho pautando minhas ações pela lealdade e transparência no relacionamento profissional, o que permitiu a consolidação da confiança e da amizade que hoje nos une.

Sou profundamente grato pela oportunidade que tive, a seu convite, de trabalharmos juntos para tornar respeitado um ministério e uma equipe que encontramos em situação lamentável e assim darmos nossa contribuição honesta ao governo do presidente Lula e ao país.

O Ministério da Integração Nacional encontra-se em um momento importante de sua gestão --conquistas importantes estão se consolidando, e outras vitórias virão até o fim do mandato do presidente.

Para assegurar a normalidade da missão institucional do Ministério da Integração Nacional, e compreendendo que está em marcha uma tentativa de envolver esta pasta e seu titular no ambiente de escândalos por que passa o país, solicito minha exoneração do cargo de secretário-executivo, uma vez que não desejo que essa suspeição infundada, contra mim assacada, prejudique esta instituição.

Com relação ao alegado recebimento de R$ 1 milhão, a única coisa que consegui apurar, até agora, é a seguinte: logo após o primeiro turno das eleições presidenciais de 2002, com o seu apoio à candidatura do presidente Lula, houve uma junção parcial das equipes de sua campanha à campanha nacional do PT --pessoal da agência New Trade, responsável pelo seu marketing, integrou-se, a convite de Duda Mendonça, à campanha do PT e de aliados nos estados, no segundo turno.

Após a eleição, a New Trade teve dificuldade de receber o pagamento e pediu minha ajuda, o que era natural em função das minhas tarefas em 2002. Entrei em contato com Delúbio Soares, que prometeu encaminhar uma solução. Segundo a New Trade, os pagamentos foram feitos pela agência do senhor Marcos Valério. Conheci o senhor Delúbio Soares em novembro de 2002.

Pude recuperar esta história hoje, depois que vi, em matéria publicada somente na edição da Folha de São Paulo vendida em bancas em São Paulo, sob o título

Pessoas ligadas a Duda Mendonça sacaram 15,54 milhões". Sob o meu nome, o nome de pessoas ligadas à New Trade, com pagamentos totalizando R$ 467 mil. Entrei em contato com a agência New Trade e confirmei os fatos.

Posso assegurar, com absoluta certeza, que não recebi nada, seja em cheque, em dinheiro ou em serviços, de nenhuma das fontes pagadoras citadas em todos estes episódios.

Tenho a consciência tranqüila de que, nos dois anos e sete meses de trabalho conjunto, dei o melhor de mim no cumprimento da missão que lhe foi confiada pelo presidente Lula."

Especial
  • Leia a cobertura completa sobre a CPI dos Correios
  • Leia a cobertura completa sobre o caso do "mensalão"
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