Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
08/08/2005 - 09h56

Delúbio emprestou R$ 9.690 para João Paulo em 2001, segundo a CPI

Publicidade

MARTA SALOMON
RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo

Antes de pedir dinheiro emprestado ao publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza para o PT e aliados políticos do Planalto, segundo a versão do caixa dois encampada pela cúpula petista e pelo governo, o ex-tesoureiro Delúbio Soares socorreu pelo menos um amigo com empréstimo pessoal.

Em 2001, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) pagou R$ 9.690 a Delúbio, segundo registra a CPI dos Correios, em análise das movimentações das contas bancárias pessoais do ex-tesoureiro.

Procurado na sexta-feira pela Folha, João Paulo, por meio de sua assessoria, disse que o depósito referia-se ao pagamento de um empréstimo pessoal. O empréstimo teria sido pedido em momento de dificuldade financeira.

Na época, João Paulo Cunha havia sido derrotado na disputa pela prefeitura de Osasco. Era um deputado de atuação discreta e exercia o segundo mandato na Câmara Federal.

Delúbio já assumira a tesouraria do partido, posto do qual só saiu no mês passado, com seu nome no centro do escândalo político. Anteontem, o próprio Delúbio solicitou a suspensão temporária de sua filiação partidária, enquanto o conselho de ética do PT verifica sua conduta.

O ex-tesoureiro abriu mão do seu sigilo bancário e autorizou o repasse de informações sobre suas contas à CPI dos Correios, que já se preparava para vasculhar as movimentações financeiras dele e de outros integrantes da cúpula do partido.

No mesmo movimento, o ex-ministro-chefe da Casa Civil e deputado federal José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-secretário-geral da sigla Sílvio Pereira também autorizaram a transferência do sigilo bancário à comissão parlamentar.

Erro

O registro das operações bancárias nas contas pessoais de Dirceu levou mais dúvida do que certeza à comissão. Há suspeita de erro nas informações, mas a CPI ainda não sabe a origem do problema.

Cerca de R$ 535 mil que entraram nas contas de Dirceu entre os anos de 2000 e 2005 estão sem a correta identificação do depositante. Segundo a assessoria do ministro, ele não comentará o assunto, devido ao sigilo.

Em nota divulgada no final de semana passada, o próprio petista afirmou que nos documentos enviados à comissão há depósitos atribuídos a empresas e entidades que na verdade seriam repasses da Câmara dos Deputados --ao se tornar ministro, Dirceu optou por continuar com os proventos da Câmara. A CPI tenta esclarecer se houve equívoco e quem é o responsável pelo problema.

Outras lacunas se espalham por toda a documentação enviada pelos bancos e sistematizada em planilhas pela equipe técnica da comissão.

Depósitos de nada menos que R$ 262 milhões nas contas da DNA Propaganda (uma das empresas de Marcos Valério) no Banco do Brasil aparecem ainda sem a correta identificação nas apurações da comissão --o que não significa que o dinheiro não tenha origem declarada.

Especial
  • Leia a cobertura completa sobre a CPI dos Correios
  • Leia a cobertura completa sobre o caso do "mensalão"
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página