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10/08/2005
-
14h52
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
O vice-presidente da CPI do Mensalão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), terá de responder a um processo por quebra de decoro a ser apresentado pelo PSDB, o que pode resultar na cassação de seu mandato.
Pimenta entrou em contradição hoje na sessão conjunta da CPI do Mensalão e dos Correios. O deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) disse ter visto o relator da CPI entrar no carro do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, que prestou depoimento à comissão parlamentar de inquérito até a madrugada desta quarta-feira.
Pimenta disse ter acompanhado Valério até a garagem do Senado e confirmou que pegou carona até um ponto de táxi. Nesse meio tempo, teria recebido das mãos do advogado Paulo Sérgio Abreu e Silva uma nova listagem com nomes de pessoas beneficiadas com recursos das contas do empresário durante a campanha do PSDB ao governo de Minas Gerais em 1998.
Os oposicionistas que integram a comissão criticaram a atitude de Pimenta. "Esse comportamento de entrar no carro de uma pessoa investigada é absolutamente inadequado", afirmou o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). "O vice-presidente da comissão não pode entrar no carro de um depoente", declarou a deputado Zulaiê Cobra (PSDB-SP).
A sessão da CPI foi suspensa diante da confusão gerada pela declaração do deputado Redecker e pela confirmação de Pimenta. O presidente da CPI do Mensalão, senador Amir Lando (PMDB-RO), do lado de fora da sala, conversou com a deputada Zulaiê, Pimenta, Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e o advogado de Marcos Valério, Paulo Sérgio Abreu e Silva.
O advogado garantiu aos parlamentares não ter repassado o documento à CPI e ao vice-presidente. Diante da contestação de sua versão, Pimenta voltou atrás e afirmou que teria pego o documento durante o depoimento de Valério na mesa da comissão.
A contradição, na opinião de parlamentares do PSDB e PFL, quebra o decoro parlamentar e é, por isso, passível de processo de cassação. "Vamos analisar as notas taquigráficas, comparar o que ele falou com os fatos. Se houver divergência, vamos entrar com processo", afirmou o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Alberto Goldman (PSDB-SP).
Pimenta admitiu as contradições, mas tentou minimizar. "Eu me expressei mal", afirmou. Ele disse ter acompanhado Marcos Valério até a garagem para comparar a lista com 79 nomes levada à CPI oficialmente e a listagem que chegou às suas mãos com novos nomes. "O meu gesto foi prudente", declarou. "Considero que o assunto está esclarecido, mas é um direito do PSDB agir da forma que achar mais adequado", acrescentou.
O relator da mesma CPI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), já enfrentou problemas diante dos membros da comissão. O nome de seu filho aparece na lista dos sacadores de recursos das contas de Valério em 1998. Parte dos integrantes da comissão sugeriu que Abi-Ackel renunciasse ao cargo. O deputado, no entanto, permanece na relatoria.
"Ele [Pimenta] se complicou. Mas como não é o relator nem o presidente da CPI, o comportamento dele não prejudica os trabalhos", disse Faria de Sá. Segundo o deputado, a lista que contém nomes do PSDB e do PFL, "ainda vai dar problemas".
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Leia a cobertura completa sobre a CPI dos Correios
Leia a cobertura completa sobre o caso do "mensalão"
PSDB promete entrar com representação contra vice-presidente da CPI
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da Folha Online, em Brasília
O vice-presidente da CPI do Mensalão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), terá de responder a um processo por quebra de decoro a ser apresentado pelo PSDB, o que pode resultar na cassação de seu mandato.
Pimenta entrou em contradição hoje na sessão conjunta da CPI do Mensalão e dos Correios. O deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) disse ter visto o relator da CPI entrar no carro do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, que prestou depoimento à comissão parlamentar de inquérito até a madrugada desta quarta-feira.
Pimenta disse ter acompanhado Valério até a garagem do Senado e confirmou que pegou carona até um ponto de táxi. Nesse meio tempo, teria recebido das mãos do advogado Paulo Sérgio Abreu e Silva uma nova listagem com nomes de pessoas beneficiadas com recursos das contas do empresário durante a campanha do PSDB ao governo de Minas Gerais em 1998.
Os oposicionistas que integram a comissão criticaram a atitude de Pimenta. "Esse comportamento de entrar no carro de uma pessoa investigada é absolutamente inadequado", afirmou o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). "O vice-presidente da comissão não pode entrar no carro de um depoente", declarou a deputado Zulaiê Cobra (PSDB-SP).
A sessão da CPI foi suspensa diante da confusão gerada pela declaração do deputado Redecker e pela confirmação de Pimenta. O presidente da CPI do Mensalão, senador Amir Lando (PMDB-RO), do lado de fora da sala, conversou com a deputada Zulaiê, Pimenta, Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e o advogado de Marcos Valério, Paulo Sérgio Abreu e Silva.
O advogado garantiu aos parlamentares não ter repassado o documento à CPI e ao vice-presidente. Diante da contestação de sua versão, Pimenta voltou atrás e afirmou que teria pego o documento durante o depoimento de Valério na mesa da comissão.
A contradição, na opinião de parlamentares do PSDB e PFL, quebra o decoro parlamentar e é, por isso, passível de processo de cassação. "Vamos analisar as notas taquigráficas, comparar o que ele falou com os fatos. Se houver divergência, vamos entrar com processo", afirmou o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Alberto Goldman (PSDB-SP).
Pimenta admitiu as contradições, mas tentou minimizar. "Eu me expressei mal", afirmou. Ele disse ter acompanhado Marcos Valério até a garagem para comparar a lista com 79 nomes levada à CPI oficialmente e a listagem que chegou às suas mãos com novos nomes. "O meu gesto foi prudente", declarou. "Considero que o assunto está esclarecido, mas é um direito do PSDB agir da forma que achar mais adequado", acrescentou.
O relator da mesma CPI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), já enfrentou problemas diante dos membros da comissão. O nome de seu filho aparece na lista dos sacadores de recursos das contas de Valério em 1998. Parte dos integrantes da comissão sugeriu que Abi-Ackel renunciasse ao cargo. O deputado, no entanto, permanece na relatoria.
"Ele [Pimenta] se complicou. Mas como não é o relator nem o presidente da CPI, o comportamento dele não prejudica os trabalhos", disse Faria de Sá. Segundo o deputado, a lista que contém nomes do PSDB e do PFL, "ainda vai dar problemas".
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