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27/09/2000 - 19h53

Agentes federais negociam com índios caiapós, segundo PF

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LUÍS INDRIUNAS
da Agência Folha, em Belém

Os agentes da Polícia Federal, Funai e Ibama, detidos ontem pelos caiapós da aldeia Puicararanca, estão negociando com os índios a liberação das madeiras encontradas na reserva indígena em São Félix do Xingu (sul do Pará).

Os 40 agentes do Ibama e PF, um delegado federal e três funcionários da Funai, que participam da Operação Xingu, encontraram várias toras de mogno prontas para serem transportadas. Não foi divulgada a quantidade de madeira apreendida.

O superintendente-adjunto da PF no Pará, José Ferreira Sales, disse que não houve violência entre os agentes e os índios. "Ninguém teve a arma tomada, nem sofreu agressão."

Ontem, a Funai de Redenção havia informado que os agentes estavam sendo mantidos como reféns.

Sales disse hoje que o grupo ficou no local porque o helicóptero que transportou parte das pessoas estava programado para pernoitar no aeroporto de Carajás (sul do Pará).

Ontem à noite, o repórter do "Jornal do Brasil" Nicolau Farah, que acompanhava a operação, foi liberado pelos índios.

Nos 13 milhões de hectares das reservas indígenas caiapós estão a maior reserva brasileira de mogno, madeira de alto valor comercial e ameaçada de extinção.

Segundo o indigenista Luiz Carlos da Silva Sampaio, da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Colider (MT), os índios já vinham reclamando que o dinheiro arrecado em leilões de madeiras retiradas das reservas caiapós nunca voltou para eles. "Na verdade, falta uma programa sustentável para que os índios deixem de negociar mogno."

Sampaio cita, como exemplo, o caso de um leilão de 1993, quando foi vendida madeira encontrada com o caiapós e, até agora, dinheiro não foi repassado.

Hoje o administrador da Funai em Colider (MT), Megaron Txucarramãe, passou todo o dia reunido com representantes da Funai de Brasília e não quis falar com a imprensa. "Ele só vai falar quando tudo estiver resolvido", disse Sampaio.

Segundo a assessoria de imprensa do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em Brasília, a Operação Xingu estava sendo programada há dois meses e tinha o conhecimento da Funai, do ministro José Sarney Filho (Meio Ambiente) e do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Em julho, uma equipe da organização não-governamental Greenpeace sobrevoou a área caiapó, detectou cerca de 6.000 m3 de madeira estocada e denunciou ao governo federal.

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