Publicidade
Publicidade
Tesoureiro do PT diz que consultará partido antes de aceitar acareação
Publicidade
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, se esquivou nesta terça-feira de participar de acareação com o corretor de câmbio Lúcio Bolonha Funaro, que acusou o petista em depoimento ao Ministério Público de desviar recursos da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários) para o esquema do mensalão do partido.
Pressionado pela oposição para aceitar uma acareação com o corretor, Vaccari disse que precisa consultar o partido antes de decidir sobre o pedido. "Falo para os senhores, com todos os outros. Isso [acareação] temos que discutir depois com a direção partidária", afirmou.
Para o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), a acareação é necessária uma vez que Funaro revelou ao Ministério Público os supostos desvios na Bancoop que teriam beneficiado o PT. "Não seria uma coisa boa fazer acareação com o doutor Funaro e Vossa Excelência, munido de consciência tranquila, poderia o desmoralizar frente a frente? É sugestão que faço."
No depoimento a comissões do Senado, Vaccari disse desconhecer qualquer desvio de verbas da cooperativa para beneficiar o ex-ministro José Dirceu. Em 2005, na série de depoimentos que prestou ao Ministério Público Federal, Funaro acusa o ex-ministro de se beneficiar pessoalmente dos negócios fechados por fundos de pensão sob controle do PT. Funaro teria afirmado que tanto Dirceu quanto o PT teriam recebido "por fora" comissões de R$ 5,5 milhões.
"Não tenho conhecimento de nenhuma dessas citações. Nunca participei disso, em nenhuma hipótese", afirmou. Tranquilo, Vaccari negou enfaticamente ter desviado dinheiro da cooperativa para irrigar os cofres do PT.
O tesoureiro afirmou aos senadores que as acusações do Ministério Público sobre o suposto esquema na Bancoop são inverídicas, num recado direto ao promotor José Carlos Blat --que, segundo a revista "Veja", concluiu que a direção da Bancoop movimentou R$ 31 milhões em cheques para a própria cooperativa para não revelar o destino do dinheiro, que seria repassado ao PT.
"Do conjunto das acusações que a revista nos faz, isso não é verdadeiro. Tenho me dedicado à recuperação e à solução dos problemas que tivemos e temos ainda na Bancoop, que estamos caminhando para a solução deles", disse.
O tesoureiro disse considerar "estranho" que após cinco anos de inquérito, Blat não tenha lhe convidado para prestar depoimento nas investigações. "O meu questionamento é por que o promotor que faz investigações não me dá o direito de me defender para que eu apresente documentos pertinentes. Coloque nos autos, faça acusações, para que eu possa apresentar documentos pertinentes", afirmou.
Tesouraria
Vaccari disse que não pretende se afastar da tesouraria do PT, uma vez que sustenta não ter cometido nenhuma irregularidade na presidência da Bancoop que coloque sua atuação no partido em risco.
"Eu fui eleito tesoureiro do PT e vou continuar até que a direção partidária decida que eu não possa mais ser. Com a minha consciência, com todo o tratamento que dei no caso Bancoop, eu posso continuar a ser tesoureiro do PT", afirmou.
Senadores da base aliada governista, assim como a oposição, encheram o plenário da audiência conjunta das Comissões de Fiscalização Financeira e Direitos Humanos, para a audiência com Vaccari. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, acompanha o depoimento do petista.
Leia mais
- Vaccari nega desvios da Bancoop para caixa dois do PT
- Vaccari e advogados negam irregularidades na Bancoop e criticam promotor
Outras notícias de política em Brasil
- Ciro lança site para tentar ficar na disputa presidencial
- Delator de esquema no DF nega intenção de ser herói e diz que "rolo compressor vem aí"
- Durval confirma esquema no DF e diz que se autoincriminou ao delatar caso
Especial
Livraria
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice