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15/08/2005
-
22h23
MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Indaiatuba
O arcebispo da Paraíba, d. Aldo Di Cillo Pagotto, 55, comparou a situação política do país --em razão das denúncias de corrupção-- a de um paciente que está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e disse o Brasil está sendo "empurrado com a barriga".
"O povo está perdido. Está faltando condução no governo. É como se o país estivesse na UTI. Está faltando um médico que nos dê um boletim sobre o que está acontecendo de forma clara. Os órgãos que teriam de ser responsáveis pela condução do país estão empurrando com a barriga", disse d. Aldo, que também é presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da CNBB.
A declaração foi feita durante a 43ª Assembléia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), no bairro de Itaici, em Indaiatuba (102 km de São Paulo). Os bispos disseram que, por enquanto, não vêem necessidade de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas cobram investigações "rigorosas" das denúncias.
A CNBB divulgou na ultima sexta-feira uma declaração oficial sobre a conjuntura atual do país na qual diz que a crise política "está levando o povo ao descrédito da ação política" e provoca em todos uma "indignação ética". A Assembléia Geral teve início na terça-feira da semana passada e termina depois de amanhã.
D. Aldo defendeu ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convoque o Conselho da República nos próximos dias para discutir uma forma de "dar mais transparência" à população sobre o que está acontecendo com o país.
Criado em junho de 1990, o Conselho da República é um órgão superior de consulta para servir de auxílio ao presidente nos casos de estado de sítio, estado de defesa, intervenção federal ou em questões relevantes para a estabilidade das instituições.
Hoje ele é composto, entre outras pessoas, pelo vice-presidente José Alencar (PL), pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e pelo ministro Justiça Márcio Thomaz Bastos (Justiça).
Reeleição
O bispo de Jales (SP) e presidente da Cáritas Brasileira, d. Luiz Demétrio Valentini, 65, defendeu ontem o fim da reeleição no país. O tema foi debatido e defendido por parte dos bispos na Assembléia Geral.
"A reeleição é um dos componentes da crise política atual. O governo poderia ter focado mais nas metas governamentais ao invés de perder tempo articulando sua base de apoio em busca da reeleição", disse o bispo, que também é presidente da Cáritas Brasileira --órgão ligado à CNBB e que faz parte da Rede Caritas Internationalis, rede da Igreja Católica de atuação social.
Apesar de ser discutido durante a Assembléia Geral, o tema da reeleição não consta na declaração oficial da CNBB sobre a conjuntura política atual, divulgada na última sexta-feira à noite.
D. Luiz defendeu ainda que as "forças sociais" devam se articular melhor. "Vivemos em uma confusão generalizada. A falta de articulação é um desafio que o país tem de superar. O povo não pode apenas delegar a responsabilidade ao eleitos. O povo precisa atuar mais e participar mais de conselhos", disse.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a crise no governo Lula
Brasil está sendo empurrado pela barriga, diz arcebispo
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da Agência Folha, em Indaiatuba
O arcebispo da Paraíba, d. Aldo Di Cillo Pagotto, 55, comparou a situação política do país --em razão das denúncias de corrupção-- a de um paciente que está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e disse o Brasil está sendo "empurrado com a barriga".
"O povo está perdido. Está faltando condução no governo. É como se o país estivesse na UTI. Está faltando um médico que nos dê um boletim sobre o que está acontecendo de forma clara. Os órgãos que teriam de ser responsáveis pela condução do país estão empurrando com a barriga", disse d. Aldo, que também é presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da CNBB.
A declaração foi feita durante a 43ª Assembléia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), no bairro de Itaici, em Indaiatuba (102 km de São Paulo). Os bispos disseram que, por enquanto, não vêem necessidade de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas cobram investigações "rigorosas" das denúncias.
A CNBB divulgou na ultima sexta-feira uma declaração oficial sobre a conjuntura atual do país na qual diz que a crise política "está levando o povo ao descrédito da ação política" e provoca em todos uma "indignação ética". A Assembléia Geral teve início na terça-feira da semana passada e termina depois de amanhã.
D. Aldo defendeu ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convoque o Conselho da República nos próximos dias para discutir uma forma de "dar mais transparência" à população sobre o que está acontecendo com o país.
Criado em junho de 1990, o Conselho da República é um órgão superior de consulta para servir de auxílio ao presidente nos casos de estado de sítio, estado de defesa, intervenção federal ou em questões relevantes para a estabilidade das instituições.
Hoje ele é composto, entre outras pessoas, pelo vice-presidente José Alencar (PL), pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e pelo ministro Justiça Márcio Thomaz Bastos (Justiça).
Reeleição
O bispo de Jales (SP) e presidente da Cáritas Brasileira, d. Luiz Demétrio Valentini, 65, defendeu ontem o fim da reeleição no país. O tema foi debatido e defendido por parte dos bispos na Assembléia Geral.
"A reeleição é um dos componentes da crise política atual. O governo poderia ter focado mais nas metas governamentais ao invés de perder tempo articulando sua base de apoio em busca da reeleição", disse o bispo, que também é presidente da Cáritas Brasileira --órgão ligado à CNBB e que faz parte da Rede Caritas Internationalis, rede da Igreja Católica de atuação social.
Apesar de ser discutido durante a Assembléia Geral, o tema da reeleição não consta na declaração oficial da CNBB sobre a conjuntura política atual, divulgada na última sexta-feira à noite.
D. Luiz defendeu ainda que as "forças sociais" devam se articular melhor. "Vivemos em uma confusão generalizada. A falta de articulação é um desafio que o país tem de superar. O povo não pode apenas delegar a responsabilidade ao eleitos. O povo precisa atuar mais e participar mais de conselhos", disse.
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