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19/08/2005
-
21h10
MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba
O doleiro Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, repetiu hoje à força-tarefa do Ministério Público Federal que investiga lavagem de dinheiro o que disse a parlamentares da CPI dos Correios na terça-feira, em São Paulo, e, em conseqüência, o acordo de delação premiada não avançou.
"Nenhuma informação concreta, além do que ele já havia contado à CPI, foi trazida hoje", disse o procurador da República Vladimir Aras. "[O depoimento] Não acrescentou absolutamente nada que a força-tarefa já não soubesse a respeito da atividade de doleiros A, B ou C", disse o procurador.
Também segundo Aras, a parte do depoimento do doleiro em que ele faz insinuações de remessas ilegais por autoridades do governo "será encaminhada ao procurador-geral da República [Antonio Fernando de Souza], por se tratar de pessoas com foro privilegiado".
Na terça-feira, Toninho da Barcelona disse a integrantes da CPI saber de remessas ilegais feitas pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Thomaz Bastos divulgou recibos para provar que fez remessas legais ao exterior, e Meirelles e Dirceu negaram conhecer o doleiro ou ter feito operações ilegais.
Sem acordo, os quatro integrantes da força-tarefa e os dois procuradores regionais que ouviram o doleiro concentraram as perguntas a Toninho da Barcelona sobre o que ele sabe da movimentação de dinheiro no Trade Link Bank, offshore em paraíso fiscal apontada como a que mais operou para o Banco Rural.
Antes de começar a ouvir a o doleiro, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse à Folha que a força-tarefa já conseguiu apurar que o Trade Link Bank recebeu cerca de US$ 700 milhões nos últimos sete anos.
A força-tarefa pediu a quebra de sigilo bancário do Trade Link Bank e de outras offshores nos Estados Unidos, mas a Justiça americana ainda não respondeu.
Toninho da Barcelona depôs por cerca de quatro horas, à tarde, no prédio da Procuradoria onde funciona a força-tarefa, no centro de Curitiba. Ele viajou de São Paulo à capital paranaense em avião da Polícia Federal e pernoitou em uma cela da PF. Ele deve voltar escoltado à penitenciária de Avaré (SP), onde cumpre pena de 25 anos por crimes contra o sistema financeiro, ainda hoje.
Em Curitiba, o doleiro não deu entrevistas. Seu advogado Ricardo Sayeg negou que ele tenha tomado a iniciativa de pedir para entrar no programa de delação premiada para conseguir redução de pena.
"Não tem barganha, eu nunca pedi acordo. Ela foi colocada para desacreditar [seu cliente]." Segundo o advogado, Toninho da Barcelona "reiterou todos os pontos aventados na reunião da CPI" e está fazendo revelações "voluntárias porque quer colaborar com a Justiça para passar o país a limpo".
Especial
Leia a cobertura completa sobre o caso do "mensalão"
Leia a cobertura completa sobre a CPI dos Correios
Toninho repete depoimento à CPI e acordo de delação premiada não avança
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da Agência Folha, em Curitiba
O doleiro Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, repetiu hoje à força-tarefa do Ministério Público Federal que investiga lavagem de dinheiro o que disse a parlamentares da CPI dos Correios na terça-feira, em São Paulo, e, em conseqüência, o acordo de delação premiada não avançou.
"Nenhuma informação concreta, além do que ele já havia contado à CPI, foi trazida hoje", disse o procurador da República Vladimir Aras. "[O depoimento] Não acrescentou absolutamente nada que a força-tarefa já não soubesse a respeito da atividade de doleiros A, B ou C", disse o procurador.
Também segundo Aras, a parte do depoimento do doleiro em que ele faz insinuações de remessas ilegais por autoridades do governo "será encaminhada ao procurador-geral da República [Antonio Fernando de Souza], por se tratar de pessoas com foro privilegiado".
Na terça-feira, Toninho da Barcelona disse a integrantes da CPI saber de remessas ilegais feitas pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Thomaz Bastos divulgou recibos para provar que fez remessas legais ao exterior, e Meirelles e Dirceu negaram conhecer o doleiro ou ter feito operações ilegais.
Sem acordo, os quatro integrantes da força-tarefa e os dois procuradores regionais que ouviram o doleiro concentraram as perguntas a Toninho da Barcelona sobre o que ele sabe da movimentação de dinheiro no Trade Link Bank, offshore em paraíso fiscal apontada como a que mais operou para o Banco Rural.
Antes de começar a ouvir a o doleiro, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse à Folha que a força-tarefa já conseguiu apurar que o Trade Link Bank recebeu cerca de US$ 700 milhões nos últimos sete anos.
A força-tarefa pediu a quebra de sigilo bancário do Trade Link Bank e de outras offshores nos Estados Unidos, mas a Justiça americana ainda não respondeu.
Toninho da Barcelona depôs por cerca de quatro horas, à tarde, no prédio da Procuradoria onde funciona a força-tarefa, no centro de Curitiba. Ele viajou de São Paulo à capital paranaense em avião da Polícia Federal e pernoitou em uma cela da PF. Ele deve voltar escoltado à penitenciária de Avaré (SP), onde cumpre pena de 25 anos por crimes contra o sistema financeiro, ainda hoje.
Em Curitiba, o doleiro não deu entrevistas. Seu advogado Ricardo Sayeg negou que ele tenha tomado a iniciativa de pedir para entrar no programa de delação premiada para conseguir redução de pena.
"Não tem barganha, eu nunca pedi acordo. Ela foi colocada para desacreditar [seu cliente]." Segundo o advogado, Toninho da Barcelona "reiterou todos os pontos aventados na reunião da CPI" e está fazendo revelações "voluntárias porque quer colaborar com a Justiça para passar o país a limpo".
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