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20/08/2005 - 10h24

Presidente se compara a JK durante almoço

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MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Campinas
LILIAN CHRISTOFOLETTI
enviada da Folha de S.Paulo a Campinas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem manter sua confiança no ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, acusado por seu ex-assessor Rogério Tadeu Buratti de receber dinheiro de empresas. Em almoço ocorrido em Campinas (SP), Lula citou Juscelino Kubitschek para dizer que não quer ser reconhecido apenas após a morte.

"Outros presidentes passaram por momentos difíceis. JK sofreu tentativas de golpe, foi acusado de muitas coisas e foi chamado de ladrão. Depois de morto, foi reconhecido como um dos melhores presidentes do Brasil. Eu não quero ser Juscelino. Quero ser reconhecido em vida", disse Lula, segundo relatos de políticos que participaram do almoço.

O presidente esteve ontem em Campinas e em Hortolândia para eventos com políticos locais.

A defesa de Palocci foi feita por Lula durante o almoço com prefeitos da região de Campinas, entre outros políticos. O encontro foi fechado aos jornalistas.

O presidente falou sobre a denúncia e citou a nota emitida minutos antes por Palocci. Segundo relatos, Lula disse que o argumento apresentado é "bastante duro" e que está "tranqüilo".

"Não podemos perder a calma. A cada dia, aparece uma nova denúncia. Não podemos responder a cada situação nova. Precisamos ter paciência", teria afirmado o presidente a políticos.

Lula foi avisado sobre a denúncia de Rogério Buratti, ex-braço direito de Palocci durante sua gestão como prefeito de Ribeirão Preto, em evento em Hortolândia (SP).

Ele estava no palanque, sentado entre a primeira-dama, Marisa Letícia, e o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), enquanto o presidente da IBM, Rogério Oliveira, estava discursando.

Ele foi informado pelo chefe do cerimonial, Paulo César de Oliveira Campos. Na hora, ele levou a mão esquerda até a testa e abaixou a cabeça. Depois, aparentemente, manteve a tranqüilidade. À distância, acenou para os funcionários da empresa.

Durante o almoço, o presidente apresentou números sobre geração de empregos e realizações sociais de seu governo e os comparou com governos anteriores, mostrando-se otimista. Ele detalhou dados de cada município representado no encontro.

Lula respondeu ao governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), virtual candidato à Presidência, que disse ser São Paulo um dos Estados responsáveis pelo desenvolvimento do país.

"São Paulo só pode gerar os empregos que gera porque o Brasil cresceu", disse Lula.
Ainda durante o almoço, por intermédio da primeira-dama Marisa Letícia, o prefeito de Hortolândia, Ângelo Perugini (PT), enviou um recado a Lula. Após citar trecho bíblico, pediu para ele se ajoelhar e rezar.

"Eu já havia tentado falar isso antes ao presidente. Hoje [ontem] disse à primeira-dama que Lula tem de orar muito porque o leão a rugir anda procurando quem possa devorar. Pedi a ele que coloque os joelhos no chão e ore muito. Deus pode ajudar."

Alguns participantes disseram que o presidente manteve bom humor durante os eventos, fez piadas e brincadeiras, e ainda posou para fotos e deu autógrafos.

O deputado federal João Hermann (PDT-SP) demonstrou apoio a Lula ao desqualificar o depoimento de Buratti. "Depois do Roberto Jefferson, do doleiro Toninho da Barcelona e do Buratti, a próxima pessoa a ser consultada será o Fernandinho Beira-Mar."

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