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20/08/2005 - 14h42

Buratti teria feito lobby entre empresários e Palocci, diz revista

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da Folha Online

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, foi envolvido em outro escândalo. Reportagem publicada pela revista "Veja" desta semana diz que o advogado Rogério Buratti oferecia a empresários encontros com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em Brasília. Ele era uma espécie de lobista, que atuava no gabinete ministerial em favor dos interesses empresariais.

Buratti foi e secretário de Governo na primeira gestão de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto (1993-1996). Em 94, saiu após uma denúncia de favorecimento. Desde sua saída da prefeitura, Buratti trabalhou cinco anos como consultor da empresa Leão Leão, suspeita de estar envolvida no pagamento de propina ao ministro.

O advogado e ex-assessor de Palocci disse nesta sexta-feira que o então prefeito petista recebia R$ 50 mil por mês da empresa Leão Leão, responsável pela coleta de lixo na cidade. Em nota, o ministro da Fazenda negou ter recebido o dinheiro e criticou a divulgação das informações.

A reportagem da revista "Veja" não informa, entretanto, se os encontros no ministério realmente aconteceram. A revista diz ter tido acesso a e-mails e grampos telefônicos, colhidos pela Justiça em quase dois anos de investigação, que conteriam indícios graves do envolvimento de Palocci, já ministro, com Buratti.

Buratti foi preso na última quarta-feira acusado de crime de lavagem de dinheiro e tentativa de destruição de documento, mas nesta sexta-feira, depois de conseguir o benefício da delação premiada, prestou depoimento e foi liberado.

De acordo com reportagem de "Veja", uma gravação feita com autorização da Justiça mostra a conversa entre Buratti e um empresário de Ribeirão Preto. Nessa ligação, o empresário pede a Buratti ajuda para conseguir uma certidão negativa na Receita Federal para conseguir participar de uma licitação em Ribeirão Preto.

Buratti responde ao empresário: "Qual é a urgência? É que eu não tenho como falar com ele hoje". Buratti disse ao delegado e aos promotores que acompanharam seu depoimento que usava as expressões "ele", "mestre" e "chefe" para se referir a Palocci.

Numa das gravações, de 26 de julho do ano passado, Buratti demonstra conhecer a agenda do ministro. Numa conversa com um funcionário da Leão&Leão --empresa acusada de chefiar a máfia do lixo em várias cidades de São Paulo--, Buratti diz: "Sobre o negócio de Brasília, eu conversei com ele. E ele vai estar em Ribeirão amanhã". De acordo com a revista "Veja", Palocci realmente esteve em Ribeirão Preto no dia seguinte ao da gravação telefônica.

A reportagem cita um e-mail que seria de Juscelino Dourado, atual chefe-de-gabinete de Palocci, pedindo para Buratti ajudar a comprar um aparelho de espionagem telefônica.

No ano passado, Buratti foi surpreendido oferecendo a Edson Menezes, presidente do Banco Prosper e da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, um encontro com Palocci. O diálogo, transcrito pela Folha de S.Paulo, ocorreu em 3 de julho de 2004. Menezes foi recebido por Palocci três meses depois.

Os promotores do caso teriam informado a revista "Veja" que iriam enviar as provas ao STF (Supremo Tribunal Federal), instância responsável pela investigação de ministros.

Bingos

Buratti ainda disse nesta sexta-feira que a campanha presidencial de Lula em 2002 recebeu R$ 2 milhões de empresas de bingos. O dinheiro teria sido arrecadado junto à empresas do Rio e de São Paulo.

Segundo ele, o responsável pela coleta em São Paulo teria sido Ralf Barquete Santos, que trabalhou na Prefeitura de Ribeirão Preto, com Palocci, e na Caixa Econômica Federal, em Brasília. Barquete Santos, que morreu no ano passado, também recebia a contribuição da empreiteira Leão Leão para Palocci quando ele era prefeito.

A revista "Veja" lembra que Palocci foi o coordenador da campanha de Lula após a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.
De acordo com Buratti, o dinheiro dos bingos foi entregue ao comitê financeiro da campanha de Lula, na sede nacional do PT, em São Paulo.

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