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22/08/2005 - 10h24

Integrantes da CPI dos Bingos divergem sobre convocação de Palocci

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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

Após as denúncias feitas pelo ex-assessor Rogério Tadeu Buratti ao Ministério Público de São Paulo, envolvendo o ministro da Fazenda Antonio Palocci, integrantes da CPI dos Bingos divergem sobre a convocação de Palocci.

"Temos que definir [a convocação] nesta terça-feira, disse o senador Leonel Pavan (PSDB-SC)." Segundo ele, há outros elementos que apontam o envolvimento de Palocci no caso, como por exemplo as ligações que Buratti teria feito a Palocci.

Já o senador José Jorge (PFL-PE) elogiou a atitude de Palocci de dar explicações logo após as denúncias feitas por Buratti e afirmou que quer esperar o novo depoimento de Buratti para apresentar o pedido de convocação de Palocci.

Buratti disse que o ministro recebia R$ 50 mil por mês da empreiteira Leão Leão, prestadora de serviço de coleta de lixo de Ribeirão Preto, quando era prefeito da cidade. Ontem, em entrevista coletiva, o ministro da Fazenda afirmou estar pronto para ir ao Congresso e prestar todas as explicações necessárias.

Apesar das denúncias de Buratti em relação a Palocci se referirem a um suposto caixa dois existente na prefeitura de Ribeirão Preto, enquanto o ministro era prefeito da cidade, a CPI dos Bingos vai investigar se Buratti utilizou sua amizade com Palocci para intermediar negociações enquanto esteve na Caixa Econômica Federal.

Buratti já depôs na CPI e vai voltar a falar à comissão nesta quarta-feira. Ele é investigado por ter supostamente intermediado as negociações entre a multinacional Gtech e a Caixa para a renovação do contrato da empresa com a CEF para a exploração da concessão das loterias federais.

Em um primeiro depoimento à CPI, Buratti negou que mantivesse contato com Palocci após ele ter assumido a Fazenda. No entanto, gravações de conversas mantidas por Buratti apontam que o ex-assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão continuou a ter contato com o ministro e até mesmo a intermediar encontros com ele.

Na ocasião, Palocci afirmou, em nota, que as gravações foram, "provavelmente tentativas de contatos que não prosperaram".

Além de decidir sobre a convocação ou não de Palocci, a CPI dos Bingos tomará mais sete depoimentos nesta semana, a começar amanhã, quando serão ouvidos Marcelo Sereno e Lucas Furtado.

Sereno foi o tesoureiro da campanha de Benedita da Silva quando a petista candidatou-se ao governo do Estado do Rio de Janeiro. Ele também é ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República (foi exonerado na mesma época que Waldomiro Diniz) e ex-secretário nacional de Comunicação do PT. Já foi aprovada a quebra do sigilos fiscal, telefônico e bancário de Sereno.

Lucas Furtado é procurador do Ministério Público no TCU (Tribunal de Contas da União). Ele escreveu estudos e pareceres sobre os resultados das investigações sobre os contratos entre a Caixa e a Gtech Brasil, multinacional do ramo lotérico.

Nesta quarta-feira, a CPI vai ouvir três ex-presidentes da Caixa, Danilo de Castro, Sérgio Cutolo e Emílio Carazzai, e o atual presidente da estatal, Jorge Mattoso.

Na quinta-feira, será ouvido Denivaldo Henrique Almeida, advogado e integrante do PT que teve contatos com Rogério Buratti e Enrico Gianelli durante a renovação do contrato entre a Gtech e a Caixa. Ele participou das audiências públicas do grupo criado pela Casa Civil para estudar o tema bingos. Na época, Denivaldo era advogado da empresa Vegas Way Games.

Com Agência Senado

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