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23/08/2005
-
09h01
ROGÉRIO PAGNAN
RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo
O ministro Antonio Palocci Filho omitiu, em sua entrevista de anteontem, ter assinado em 2002, quando era prefeito de Ribeirão Preto, um contrato com a empreiteira Leão Leão, de R$ 41,6 milhões, para manutenção do aterro sanitário da cidade.
O ministro, acusado por seu ex-assessor Rogério Buratti de ter recebido propina da Leão Leão, citou apenas dois contratos ao se defender das acusações: um assinado em 1999 pelo então prefeito tucano Luiz Roberto Jábali e que foi considerado irregular pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), em julho de 2004, e outro emergencial, já em sua gestão, para "coleta de galhos".
A existência do contrato foi revelada pelo prefeito do Rio, Cesar Maia, em seu "blog" --espécie de diário na internet usado pelo pefelista para comentar notícias e criticar adversários.
Na tarde de ontem, a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda divulgou nota respondendo à acusação de Maia de que Palocci teria "mentido". Segundo a nota, o contrato omitido "não foi objeto de questionamento" na entrevista.
A nota diz ainda que o contrato assinado pelo antecessor de Palocci é o que está "sendo objeto de discussão na Promotoria local". Segundo o Ministério Público Estadual e a Polícia Civil, o inquérito que apura formação de quadrilha, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro não tem um contrato específico como alvo, mas o suposto esquema de fraudes em licitações em 16 cidades de São Paulo e Minas Gerais.
Foi nesse inquérito que Buratti, ex-vice-presidente do grupo Leão Leão e ex-assessor de Palocci na Prefeitura de Ribeirão, acusou o ministro de receber propina de R$ 50 mil mensais, entre 2001 e 2002, e repassar o dinheiro ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
O contrato que Palocci não citou foi o primeiro aberto pelo Daerp (Departamento de Águas e Esgotos de Ribeirão Preto) em 2001, primeiro ano de seu segundo mandato, mas que só foi concluído em 2002, após questionamento do TCE.
O tribunal orientou a prefeitura a mudar o edital, já que ele restringia a participação de empresas em um dos seus itens. A alteração foi feita pela prefeitura e a Leão, que já vinha fazendo o serviço de maneira emergencial, venceu a disputa. Esse contrato, aprovado pelo tribunal, tem validade até fevereiro de 2007.
Atualmente, o Daerp paga pelos dois contratos à Leão Ambiental (empresa do grupo Leão especializada em limpeza pública) R$ 1,9 milhões mensais (inclusos 10% de reajuste neste ano). Até outubro de 2004, o repasse era maior: R$ 2,4 milhões. Segundo o superintendente do órgão, Darvin José Alves, essa redução de valores ocorreu sem a redução de serviços. "Ela [a ex-superintendente Isabel Bordini] não me explicou o porquê nem eu vou lhe explicar."
No ano passado, o prefeito era Gilberto Maggioni (PT), vice de Palocci que assumiu o cargo quando o ministro abandonou a Prefeitura de Ribeirão. Maggioni, que não conseguiu se reeleger, também é acusado por Buratti de ter recebido R$ 50 mil mensais da Leão, após a saída de Palocci.
Maggioni e Bordini não foram localizados ontem para falar sobre o assunto. O ex-prefeito negou na última sexta-feira ter recebido a propina.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Rogério Buratti
Leia o que já foi publicado sobre Antonio Palocci
Palocci omitiu contrato de lixo em entrevista
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RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo
O ministro Antonio Palocci Filho omitiu, em sua entrevista de anteontem, ter assinado em 2002, quando era prefeito de Ribeirão Preto, um contrato com a empreiteira Leão Leão, de R$ 41,6 milhões, para manutenção do aterro sanitário da cidade.
O ministro, acusado por seu ex-assessor Rogério Buratti de ter recebido propina da Leão Leão, citou apenas dois contratos ao se defender das acusações: um assinado em 1999 pelo então prefeito tucano Luiz Roberto Jábali e que foi considerado irregular pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), em julho de 2004, e outro emergencial, já em sua gestão, para "coleta de galhos".
A existência do contrato foi revelada pelo prefeito do Rio, Cesar Maia, em seu "blog" --espécie de diário na internet usado pelo pefelista para comentar notícias e criticar adversários.
Na tarde de ontem, a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda divulgou nota respondendo à acusação de Maia de que Palocci teria "mentido". Segundo a nota, o contrato omitido "não foi objeto de questionamento" na entrevista.
A nota diz ainda que o contrato assinado pelo antecessor de Palocci é o que está "sendo objeto de discussão na Promotoria local". Segundo o Ministério Público Estadual e a Polícia Civil, o inquérito que apura formação de quadrilha, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro não tem um contrato específico como alvo, mas o suposto esquema de fraudes em licitações em 16 cidades de São Paulo e Minas Gerais.
Foi nesse inquérito que Buratti, ex-vice-presidente do grupo Leão Leão e ex-assessor de Palocci na Prefeitura de Ribeirão, acusou o ministro de receber propina de R$ 50 mil mensais, entre 2001 e 2002, e repassar o dinheiro ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
O contrato que Palocci não citou foi o primeiro aberto pelo Daerp (Departamento de Águas e Esgotos de Ribeirão Preto) em 2001, primeiro ano de seu segundo mandato, mas que só foi concluído em 2002, após questionamento do TCE.
O tribunal orientou a prefeitura a mudar o edital, já que ele restringia a participação de empresas em um dos seus itens. A alteração foi feita pela prefeitura e a Leão, que já vinha fazendo o serviço de maneira emergencial, venceu a disputa. Esse contrato, aprovado pelo tribunal, tem validade até fevereiro de 2007.
Atualmente, o Daerp paga pelos dois contratos à Leão Ambiental (empresa do grupo Leão especializada em limpeza pública) R$ 1,9 milhões mensais (inclusos 10% de reajuste neste ano). Até outubro de 2004, o repasse era maior: R$ 2,4 milhões. Segundo o superintendente do órgão, Darvin José Alves, essa redução de valores ocorreu sem a redução de serviços. "Ela [a ex-superintendente Isabel Bordini] não me explicou o porquê nem eu vou lhe explicar."
No ano passado, o prefeito era Gilberto Maggioni (PT), vice de Palocci que assumiu o cargo quando o ministro abandonou a Prefeitura de Ribeirão. Maggioni, que não conseguiu se reeleger, também é acusado por Buratti de ter recebido R$ 50 mil mensais da Leão, após a saída de Palocci.
Maggioni e Bordini não foram localizados ontem para falar sobre o assunto. O ex-prefeito negou na última sexta-feira ter recebido a propina.
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