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23/08/2005 - 15h54

Briga política e preocupação com visibilidade atrasam CPI dos Correios

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

A discussão política prevalece na sessão da CPI dos Correios destinada a ouvir o depoimento do ex-presidente do Banco Popular, Ivan Guimarães, cuja gestão é marcada, por exemplo, por contratos de publicidade com empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza.

Iniciada exatamente às 12h02, os integrantes da comissão ficaram até as 14h28 discutindo o destino das investigações, o foco dos trabalhos da CPI, os requerimentos aprovados e rejeitados na semana passada, a audiência das sessões e a concorrência por visibilidade entre as três principais comissões parlamentares --dos Correios, dos Bingos e do Mensalão.

Lula Marques/FI
O relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio
O relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio
Desde que foi aberta a sessão, com 32 minutos de atraso, 18 integrantes usaram da palavra pela ordem.

Nas intervenções que deveriam durar três minutos e se tornaram discursos de mais de 15 minutos, oposicionistas voltaram a insinuar que a CPI dos Correios estaria a serviço do governo ao marcar para esta semana os depoimento de Guimarães e do genro do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), Marcos Vinicius Vasconcelos, apontado como o fiscal do esquema de desvios de recursos públicos dos Correios para o PTB.

Convocações

Pefelistas e tucanos queriam a convocação imediata do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, que disse ter pago um empréstimo pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e do doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, que acusou sem provas o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, de fazerem remessas irregulares de recursos para o exterior em depoimento a uma subcomissão da CPI.

Adriano Machado/FI
O presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral
O presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral
A oposição insistia ainda no agendamento, para a próxima semana, do depoimento do chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência, Luiz Gushiken. "A base do governo decidiu que não se pode mais ouvir bandido, quem pagou empréstimo deste ou daquele, ou de quem fazia os contratos de publicidade do governo", afirmou o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ).

"Só pode falar de crime o criminoso, de bandidagem, o bandido", afirmou o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), que apresentou novo requerimento para a convocação de Toninho da Barcelona.

Os governistas contra-atacaram. O deputado Maurício Rands (PT-PE) alegou que o requerimento para a convocação de Guimarães é de autoria da oposição e criticou as declarações da oposição sobre a agenda de depoimentos. "Essa tentativa de reviravolta coloca em dúvida o compromisso da oposição com as investigações", afirmou.

Transmissão pela TV

O relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), e o presidente da CPI, Delcídio Amaral (PT-MS), responderam às críticas. Ambos detectaram uma preocupação dos integrantes com a audiência das reuniões, que hoje não é transmitida já que as CPIs dos Bingos e do Mensalão têm audiência mais visadas.

"É claro que há uma luta de visibilidade das três comissões", afirmou Serraglio. "Não estou preocupado se esta ou outra CPI tem menos ou mais audiência que a dos Correios. Uma CPI não pode viver exclusivamente de holofotes", acrescentou.

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