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25/08/2005
-
20h36
PAULO PEIXOTO
THIAGO GUIMARÃES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A sociedade entre o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, sob investigação por causa das suas relações suspeitas com o PT e o governo Lula, e a SMPB Comunicação chegou ao fim, disse hoje à Folha o empresário, acrescentando que, pelo distrato que assinaria ainda na noite de ontem, vai receber o valor simbólico de R$ 5.000.
"Em português claro, a empresa hoje vale muito pouco. Depende se os Correios ficarem [como clientes], depende se conseguirem recuperar a carteira de clientes privados, depende uma série de coisas. Então, na verdade, eu estou saindo perdendo. Estou vendendo por R$ 5.000", disse o empresário, acrescentando que sua presença na SMPB "não tem mais sentido".
Valério, por meio da sua mulher, Renilda de Souza, tem um terço das cotas da SMPB. A assessoria da agência mineira de publicidade confirmou apenas que o distrato está em fase final de acabamento, faltando apenas as assinaturas, mas não revelou os termos do desfecho.
Em nome da SMPB, Valério fez dois empréstimos para o PT que somam cerca de R$ 22 milhões (valor original). Havia preocupação entre os sócios da agência, Cristiano Paz e Ramon Cardoso, de a Justiça não acatar as cobranças feitas ao PT por conta das dívidas contraídas em nome da SMPB para o partido. Mas, de acordo com a assessoria, as notificações apresentadas foram acatadas pela Justiça de São Paulo.
Valério disse, no entanto, que não foi isso que facilitou o acordo para sua saída. "Eu continuo devedor solidário. Não quer dizer que, porque eu saí da sociedade, qualquer problema tributário eu não tenha que responder, pois isso foi na época que era dono. E não muda nada junto aos bancos, porque sou avalista do mesmo jeito. Não me isenta de nada. É simplesmente para eles tocarem a agência sem a minha presença."
Ele disse que isso vale também para Paz e Cardoso, que também são avalistas dos empréstimos. "Nada foi feito à revelia dos sócios, não. Apesar de cada um ter usado uma tática diferente, todos tinham conhecimento de tudo que acontecia, são duas assinaturas em todos os cheques."
Valério disse que o distrato com a DNA Propaganda está quase pronto. Na próxima semana ele deve assiná-lo. Com essa agência, as pendências são com a Receita Federal e o INSS. "Se for condenado, cada um [dos sócios] mete a mão no bolso e paga sua parte, de acordo com a participação de cotas." Existe uma multa da Receita de R$ 63 milhões que está sendo contestada, além de dívida de R$ 9 milhões com o INSS em discussão na Justiça.
Tanto a SMPB quanto a DNA perderam praticamente todos os contratos públicos que tinham e muitos clientes privados deixaram de ser clientes ou pararam de executar serviços. Demissões e cortes já ocorreram.
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Valério deixa sociedade na SMPB por R$ 5 mil
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THIAGO GUIMARÃES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A sociedade entre o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, sob investigação por causa das suas relações suspeitas com o PT e o governo Lula, e a SMPB Comunicação chegou ao fim, disse hoje à Folha o empresário, acrescentando que, pelo distrato que assinaria ainda na noite de ontem, vai receber o valor simbólico de R$ 5.000.
"Em português claro, a empresa hoje vale muito pouco. Depende se os Correios ficarem [como clientes], depende se conseguirem recuperar a carteira de clientes privados, depende uma série de coisas. Então, na verdade, eu estou saindo perdendo. Estou vendendo por R$ 5.000", disse o empresário, acrescentando que sua presença na SMPB "não tem mais sentido".
Valério, por meio da sua mulher, Renilda de Souza, tem um terço das cotas da SMPB. A assessoria da agência mineira de publicidade confirmou apenas que o distrato está em fase final de acabamento, faltando apenas as assinaturas, mas não revelou os termos do desfecho.
Em nome da SMPB, Valério fez dois empréstimos para o PT que somam cerca de R$ 22 milhões (valor original). Havia preocupação entre os sócios da agência, Cristiano Paz e Ramon Cardoso, de a Justiça não acatar as cobranças feitas ao PT por conta das dívidas contraídas em nome da SMPB para o partido. Mas, de acordo com a assessoria, as notificações apresentadas foram acatadas pela Justiça de São Paulo.
Valério disse, no entanto, que não foi isso que facilitou o acordo para sua saída. "Eu continuo devedor solidário. Não quer dizer que, porque eu saí da sociedade, qualquer problema tributário eu não tenha que responder, pois isso foi na época que era dono. E não muda nada junto aos bancos, porque sou avalista do mesmo jeito. Não me isenta de nada. É simplesmente para eles tocarem a agência sem a minha presença."
Ele disse que isso vale também para Paz e Cardoso, que também são avalistas dos empréstimos. "Nada foi feito à revelia dos sócios, não. Apesar de cada um ter usado uma tática diferente, todos tinham conhecimento de tudo que acontecia, são duas assinaturas em todos os cheques."
Valério disse que o distrato com a DNA Propaganda está quase pronto. Na próxima semana ele deve assiná-lo. Com essa agência, as pendências são com a Receita Federal e o INSS. "Se for condenado, cada um [dos sócios] mete a mão no bolso e paga sua parte, de acordo com a participação de cotas." Existe uma multa da Receita de R$ 63 milhões que está sendo contestada, além de dívida de R$ 9 milhões com o INSS em discussão na Justiça.
Tanto a SMPB quanto a DNA perderam praticamente todos os contratos públicos que tinham e muitos clientes privados deixaram de ser clientes ou pararam de executar serviços. Demissões e cortes já ocorreram.
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