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28/08/2005
-
11h23
CONRADO CORSALETTE
Enviado especial da Folha a Ribeirão
Acusado pelo advogado Rogério Buratti de receber propina de R$ 50 mil por mês de uma empreiteira e repassá-la ao PT, o ex-prefeito de Ribeirão Preto Gilberto Maggioni teve um aumento de patrimônio de 60% no primeiro ano de sua gestão, em 2003, já descontada a inflação do período. Maggioni foi o sucessor do hoje ministro Antonio Palocci (Fazenda), para quem Buratti trabalhou como secretário de Governo.
Atualmente, Maggioni está construindo uma casa de 562 m2 num loteamento de alto padrão na zona sul da cidade. O terreno, de 1.162 m2, foi comprado em março de 2003. Maggioni registrou pagamento de R$ 38 mil pelo imóvel, avaliado no mercado em cerca de R$ 150 mil. No mesmo período, o ex-prefeito comprou dois terrenos, registrados com valores de R$ 4.800 e R$ 4.900.
Os dados sobre o aumento de patrimônio do ex-prefeito constam da declaração de bens entregue por ele à Justiça Eleitoral em 2004, quando disputou a reeleição. Eleito vice-prefeito em 2000, ele assumiu o comando da cidade em novembro de 2002, com a saída de Palocci para o ministério.
Em 31 de dezembro de 2002, o patrimônio declarado de Maggioni era de R$ 419.432 --ou R$ 458.439, corrigido pelo IPCA. Um ano depois, em 31 de dezembro de 2003, o patrimônio declarado passou a ser de R$ 731.752.
Dono de uma fábrica de tintas em Ribeirão, Maggioni comandava a ACI (Associação Comercial e Industrial) da cidade antes de virar prefeito. Ele atribui o crescimento de seu patrimônio ao aumento dos negócios de sua fábrica. "Uma pessoa séria declara o que tem. Tenho tudo declarado com tranqüilidade e transparência", afirmou o ex-prefeito petista, que, no cargo, recebia um salário de cerca de R$ 16 mil.
Depósitos
Na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral, constam investimentos em contas bancárias no valor total de R$ 138 mil em 2003. Em nome de sua mulher, foram depositados R$ 51,5 mil no banco de Boston e outros R$ 13 mil no banco Banespa. O restante dos investimentos de Maggioni foi feito no Banco do Brasil.
"Os negócios cresceram nos últimos anos e vamos crescer mais neste ano", disse o ex-prefeito, sem revelar os lucros da sua empresa de tintas.
Maggioni não quis comentar também a construção de sua casa. Alegou tratar-se de assunto particular. Questionado sobre o fato de o valor de registro do imóvel ser inferior aos de mercado, afirmou: "Foi o quanto paguei. Está tudo registrado e dentro da lei".
Mesmo com a alegada melhora dos negócios, Maggioni foi executado pela prefeitura pela falta de pagamento de três contas de água há dois anos. A Justiça arquivou os processos pelo fato de o valor da dívida ser menor do que o custo das cobranças.
Desde 1995, o ex-prefeito foi executado pelo município pelo menos oito vezes, algumas delas por não ter pago contas que não chegavam a R$ 10.
Especial
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Patrimônio de vice de Palocci cresceu 60% em um ano de gestão
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Enviado especial da Folha a Ribeirão
Acusado pelo advogado Rogério Buratti de receber propina de R$ 50 mil por mês de uma empreiteira e repassá-la ao PT, o ex-prefeito de Ribeirão Preto Gilberto Maggioni teve um aumento de patrimônio de 60% no primeiro ano de sua gestão, em 2003, já descontada a inflação do período. Maggioni foi o sucessor do hoje ministro Antonio Palocci (Fazenda), para quem Buratti trabalhou como secretário de Governo.
Atualmente, Maggioni está construindo uma casa de 562 m2 num loteamento de alto padrão na zona sul da cidade. O terreno, de 1.162 m2, foi comprado em março de 2003. Maggioni registrou pagamento de R$ 38 mil pelo imóvel, avaliado no mercado em cerca de R$ 150 mil. No mesmo período, o ex-prefeito comprou dois terrenos, registrados com valores de R$ 4.800 e R$ 4.900.
Os dados sobre o aumento de patrimônio do ex-prefeito constam da declaração de bens entregue por ele à Justiça Eleitoral em 2004, quando disputou a reeleição. Eleito vice-prefeito em 2000, ele assumiu o comando da cidade em novembro de 2002, com a saída de Palocci para o ministério.
Em 31 de dezembro de 2002, o patrimônio declarado de Maggioni era de R$ 419.432 --ou R$ 458.439, corrigido pelo IPCA. Um ano depois, em 31 de dezembro de 2003, o patrimônio declarado passou a ser de R$ 731.752.
Dono de uma fábrica de tintas em Ribeirão, Maggioni comandava a ACI (Associação Comercial e Industrial) da cidade antes de virar prefeito. Ele atribui o crescimento de seu patrimônio ao aumento dos negócios de sua fábrica. "Uma pessoa séria declara o que tem. Tenho tudo declarado com tranqüilidade e transparência", afirmou o ex-prefeito petista, que, no cargo, recebia um salário de cerca de R$ 16 mil.
Depósitos
Na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral, constam investimentos em contas bancárias no valor total de R$ 138 mil em 2003. Em nome de sua mulher, foram depositados R$ 51,5 mil no banco de Boston e outros R$ 13 mil no banco Banespa. O restante dos investimentos de Maggioni foi feito no Banco do Brasil.
"Os negócios cresceram nos últimos anos e vamos crescer mais neste ano", disse o ex-prefeito, sem revelar os lucros da sua empresa de tintas.
Maggioni não quis comentar também a construção de sua casa. Alegou tratar-se de assunto particular. Questionado sobre o fato de o valor de registro do imóvel ser inferior aos de mercado, afirmou: "Foi o quanto paguei. Está tudo registrado e dentro da lei".
Mesmo com a alegada melhora dos negócios, Maggioni foi executado pela prefeitura pela falta de pagamento de três contas de água há dois anos. A Justiça arquivou os processos pelo fato de o valor da dívida ser menor do que o custo das cobranças.
Desde 1995, o ex-prefeito foi executado pelo município pelo menos oito vezes, algumas delas por não ter pago contas que não chegavam a R$ 10.
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