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31/08/2005
-
18h24
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Juscelino Dourado, negou nesta quarta-feira em depoimento à CPI dos Bingos que tenha feito serviços com a gráfica Villimpress, de Ribeirão Preto (SP), a partir do ano de 2000 --época da campanha de Palocci para prefeito no município.
Dourado declarou que os boletos bancários emitidos em seu nome, conforme publicado hoje nos jornais, foi uma forma que a gráfica encontrou para pressionar o PT a pagar uma alegada dívida da campanha de 2002, no valor de R$ 40 mil.
A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual apreenderam na manhã de ontem notas fiscais e livros contábeis na sede da empresa Leão Leão e na gráfica e editora Villimpress, ambas em Ribeirão, para apurar nova denúncia de suposto caixa 2 na campanha do PT em 2002. Da Leão Leão foram levadas 17 caixas com os documentos. Na gráfica, cerca de 50 notas fiscais.
A apreensão, com autorização judicial, ocorreu após depoimento de um ex-gerente financeiro da gráfica --cujo nome não foi divulgado --à Promotoria. Ele relatou um suposto esquema de caixa dois em um triângulo que envolvia a Leão, a Villimpress e o ex-secretário da Casa Civil da Prefeitura de Ribeirão Juscelino Dourado.
O esquema, segundo o ex-gerente, consistia na produção de material de campanha para candidatos a deputado, senador e até para a candidatura à Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, com a emissão de boletos em nome de Dourado (como se o serviço tivesse sido prestado pelo chefe de gabinete de Palocci). Esses documentos, muitos superfaturados, eram pagos pela Leão, sempre segundo o relato do ex-gerente financeiro.
Villimpress
"Fui surpreendido quando chegou na minha casa um boleto bancário me cobrando esse dinheiro. Procurei o diretor da gráfica Villimpress Vilibaldo Faustino Júnior e questionei o que era aquilo. Eu nunca contratei serviços. E ele me explicou que o boleto era uma forma de calçar a dívida da campanha que ele alegava que o PT tinha com a gráfica".
Segundo Dourado, nunca foi utilizado nenhum real de caixa dois da campanha de Palocci. "Todas as contas de campanhas do Palocci foram pagas com notas formais e prestação de contas com a Justiça Eleitoral.
O chefe de gabinete informou que "após uma negociação ruidosa em reuniões calorosas e nada gentis" a Villimpress reconheceu que não existia o débito e deu o assunto por encerrado.
Indagado pelo relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) se a Leão Leão pagou diretamente a gráfica valores totais e a diferença teria sido repassada à ele [Dourado] em dinheiro, conforme a denúncia publicada hoje nos jornais, Dourado negou a informação.
Pizza
Em uma das cenas que os parlamentares consideraram mais estranhas na CPI, o depoimento de Dourado foi parcialmente interrompido quando um homem foi até a mesa diretora da comissão, entregou um cartão ao depoente e saiu em seguida, sem se apresentar.
Por telefone à Folha Online, o homem disse ser o ex-deputado José Felinto (PP-PR) e estar representando a Confederação Nacional dos Usuários de Transportes. "Eu quero ajudar, tenho informações sobre a pizzaria que está se formando aí", disse.
O comportamento dele provocou surpresa aos integrantes da CPI. "Eu nunca vi isso, foi totalmente surreal", afirmou o senador Tião Viana (PT-AC).
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Juscelino Dourado
Leia o que já foi publicado sobre a CPI dos Bingos
"Nunca contratei serviços da gráfica Villimpress", diz Dourado
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da Folha Online, em Brasília
O chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Juscelino Dourado, negou nesta quarta-feira em depoimento à CPI dos Bingos que tenha feito serviços com a gráfica Villimpress, de Ribeirão Preto (SP), a partir do ano de 2000 --época da campanha de Palocci para prefeito no município.
Dourado declarou que os boletos bancários emitidos em seu nome, conforme publicado hoje nos jornais, foi uma forma que a gráfica encontrou para pressionar o PT a pagar uma alegada dívida da campanha de 2002, no valor de R$ 40 mil.
Sérgio Lima/Folha Imagem |
Juscelino Dourado, em depoimento à CPI dos Bingos |
A apreensão, com autorização judicial, ocorreu após depoimento de um ex-gerente financeiro da gráfica --cujo nome não foi divulgado --à Promotoria. Ele relatou um suposto esquema de caixa dois em um triângulo que envolvia a Leão, a Villimpress e o ex-secretário da Casa Civil da Prefeitura de Ribeirão Juscelino Dourado.
O esquema, segundo o ex-gerente, consistia na produção de material de campanha para candidatos a deputado, senador e até para a candidatura à Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, com a emissão de boletos em nome de Dourado (como se o serviço tivesse sido prestado pelo chefe de gabinete de Palocci). Esses documentos, muitos superfaturados, eram pagos pela Leão, sempre segundo o relato do ex-gerente financeiro.
Villimpress
"Fui surpreendido quando chegou na minha casa um boleto bancário me cobrando esse dinheiro. Procurei o diretor da gráfica Villimpress Vilibaldo Faustino Júnior e questionei o que era aquilo. Eu nunca contratei serviços. E ele me explicou que o boleto era uma forma de calçar a dívida da campanha que ele alegava que o PT tinha com a gráfica".
Segundo Dourado, nunca foi utilizado nenhum real de caixa dois da campanha de Palocci. "Todas as contas de campanhas do Palocci foram pagas com notas formais e prestação de contas com a Justiça Eleitoral.
O chefe de gabinete informou que "após uma negociação ruidosa em reuniões calorosas e nada gentis" a Villimpress reconheceu que não existia o débito e deu o assunto por encerrado.
Indagado pelo relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) se a Leão Leão pagou diretamente a gráfica valores totais e a diferença teria sido repassada à ele [Dourado] em dinheiro, conforme a denúncia publicada hoje nos jornais, Dourado negou a informação.
Pizza
Em uma das cenas que os parlamentares consideraram mais estranhas na CPI, o depoimento de Dourado foi parcialmente interrompido quando um homem foi até a mesa diretora da comissão, entregou um cartão ao depoente e saiu em seguida, sem se apresentar.
Por telefone à Folha Online, o homem disse ser o ex-deputado José Felinto (PP-PR) e estar representando a Confederação Nacional dos Usuários de Transportes. "Eu quero ajudar, tenho informações sobre a pizzaria que está se formando aí", disse.
O comportamento dele provocou surpresa aos integrantes da CPI. "Eu nunca vi isso, foi totalmente surreal", afirmou o senador Tião Viana (PT-AC).
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