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06/09/2005
-
14h38
LÚCIA BAKOS
da Folha Online
Depois de promoverem o ato público "Corrupção Zero. Eu quero a verdade", nesta terça-feira, véspera do feriado da Independência, na região central da cidade, líderes da manifestação contra a corrupção afirmam que seguirão para o Congresso Nacional, em Brasília, na próxima semana, entregar um manifesto que exige apuração rigorosa e punição para os envolvidos nas denúncias de corrupção do governo federal e do Congresso.
"Na próxima segunda ou terça-feira, vamos nos reunir para irmos ao Congresso, entregar o manifesto ao presidente do Senado, para garantirmos a punição dos culpados pela corrupção do país", informou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
Segundo o líder sindical, o manifesto também deverá ser entregue aos presidentes do STF (Supremo Tribunal Federal) e do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Paulinho ainda avaliou que o ato de hoje aconteceu dentro do esperado. "Foi um sucesso a nossa manifestação. Aconteceu dentro do que havíamos previsto", afirmou.
Cerca de mil pessoas, segundo a PM (Polícia Militar) participaram da manifestação pública. Para os organizadores do evento, o público estimado foi de 15 mil pessoas. Entre os políticos presentes estavam os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ), José Carlos Aleluia (PFL-BA), Valter Feldman (PSDB-SP), o presidente do PPS, Roberto Freire (PE) e o líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldmann (SP).
Marcado por acontecer sem palanques e discursos, o ato contra a corrupção começou às 9h45, na praça da Sé, com o hino da Independência. Em seguida, os manifestantes seguiram, em passeata, pelas ruas Boa Vista --onde aconteceu uma parada diante do "impostômetro", placar eletrônico que mostra o volume de arrecadação de impostos no Brasil--, Líbero Badaró e Viaduto do Chá.
O evento foi encerrado às 11h45, na escadaria do Teatro Municipal, na Praça Ramos de Azevedo, com a execução do Hino Nacional e com o presidente da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Luiz Flávio Borges D'Urso, realizando a leitura de um manifesto, no qual foi exigido "transparência e ética na política e nas relações do Estado com a sociedade civil".
"Este ato significa a mobilização da sociedade, a pressão por uma apuração profunda, transparente e rápida diante de tantas denúncias que têm como alvo altos dirigentes da República ", disse o presidente da OAB-SP.
O manifesto "Corrupção Zero. Eu quero a verdade" foi promovido por centrais sindicais, como Força Sindical, CGT (Central Geral dos Trabalhadores), SDS (Social Democracia Sindical), CAT (Central Autônoma dos Trabalhadores) e várias entidades, entre elas OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) e Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
Leia a íntegra do manifesto:
"O GRITO DO SILÊNCIO: QUEREMOS A VERDADE!
O país assiste hoje, estarrecido, à maior crise política de sua história. A cada dia surgem denúncias de graves casos de corrupção no Governo Federal e no Congresso Nacional.
No mesmo ritmo, crescem as suspeitas de que partidos políticos saquearam os cofres públicos, em nome dos governos Federal e municipais, para comprar apoio de políticos e partidos, seja para troca de siglas, votações no Congresso, ou financiamento ilegal de campanhas eleitorais.
O andamento das apurações de três CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) é lento e confuso, com risco de punições brandas. É inaceitável que membros do Governo e do Legislativo se esforcem para prejudicar as investigações e assim livrar os principais acusados das merecidas punições.
Não faltam denúncias, confissões e documentos para fundamentar inquéritos, processos, julgamentos e punições. Por isso a sociedade brasileira espera das CPIs, do plenário da Câmara dos Deputados, do Ministério Público e da Polícia Federal, que todos os crimes sejam desvendados e os criminosos processados e punidos com rigor, nos termos da lei.
O governo está paralisado há quase quatro meses. O Congresso também. Portanto, mais cedo ou mais tarde a economia será afetada. O Orçamento da União não é executado, interrompendo os benefícios dos programas sociais à população mais necessitada.
Precisamos de um projeto de Nação e não de tomada e aparelhamento do poder. O país espera o cumprimento de fato de um programa de governo, alterando com segurança a política econômica. Não há outro meio de reduzir os juros, renegociar a dívida pública sem desrespeitar contratos, e executar o Orçamento da União com responsabilidade fiscal.
Exausta de promessas não cumpridas, a Nação exige transparência e ética na política e nas relações do Estado com a sociedade civil. Exige desenvolvimento e emprego. Exige Justiça Social. Nossa manifestação hoje, na véspera do Dia da Independência, se expressa por um indignado silêncio. O silêncio da vergonha.
Assinam este Manifesto, entidades de trabalhadores, empresários, comerciantes, profissionais liberais, magistrados, promotores, parlamentares, mulheres, estudantes etc.
São Paulo, 6 de setembro de 2005"
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da Folha Online
Depois de promoverem o ato público "Corrupção Zero. Eu quero a verdade", nesta terça-feira, véspera do feriado da Independência, na região central da cidade, líderes da manifestação contra a corrupção afirmam que seguirão para o Congresso Nacional, em Brasília, na próxima semana, entregar um manifesto que exige apuração rigorosa e punição para os envolvidos nas denúncias de corrupção do governo federal e do Congresso.
"Na próxima segunda ou terça-feira, vamos nos reunir para irmos ao Congresso, entregar o manifesto ao presidente do Senado, para garantirmos a punição dos culpados pela corrupção do país", informou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
Reuters |
Ato público em São Paulo contra a corrupção |
Cerca de mil pessoas, segundo a PM (Polícia Militar) participaram da manifestação pública. Para os organizadores do evento, o público estimado foi de 15 mil pessoas. Entre os políticos presentes estavam os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ), José Carlos Aleluia (PFL-BA), Valter Feldman (PSDB-SP), o presidente do PPS, Roberto Freire (PE) e o líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldmann (SP).
Marcado por acontecer sem palanques e discursos, o ato contra a corrupção começou às 9h45, na praça da Sé, com o hino da Independência. Em seguida, os manifestantes seguiram, em passeata, pelas ruas Boa Vista --onde aconteceu uma parada diante do "impostômetro", placar eletrônico que mostra o volume de arrecadação de impostos no Brasil--, Líbero Badaró e Viaduto do Chá.
O evento foi encerrado às 11h45, na escadaria do Teatro Municipal, na Praça Ramos de Azevedo, com a execução do Hino Nacional e com o presidente da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Luiz Flávio Borges D'Urso, realizando a leitura de um manifesto, no qual foi exigido "transparência e ética na política e nas relações do Estado com a sociedade civil".
"Este ato significa a mobilização da sociedade, a pressão por uma apuração profunda, transparente e rápida diante de tantas denúncias que têm como alvo altos dirigentes da República ", disse o presidente da OAB-SP.
O manifesto "Corrupção Zero. Eu quero a verdade" foi promovido por centrais sindicais, como Força Sindical, CGT (Central Geral dos Trabalhadores), SDS (Social Democracia Sindical), CAT (Central Autônoma dos Trabalhadores) e várias entidades, entre elas OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) e Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
Leia a íntegra do manifesto:
"O GRITO DO SILÊNCIO: QUEREMOS A VERDADE!
O país assiste hoje, estarrecido, à maior crise política de sua história. A cada dia surgem denúncias de graves casos de corrupção no Governo Federal e no Congresso Nacional.
No mesmo ritmo, crescem as suspeitas de que partidos políticos saquearam os cofres públicos, em nome dos governos Federal e municipais, para comprar apoio de políticos e partidos, seja para troca de siglas, votações no Congresso, ou financiamento ilegal de campanhas eleitorais.
O andamento das apurações de três CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) é lento e confuso, com risco de punições brandas. É inaceitável que membros do Governo e do Legislativo se esforcem para prejudicar as investigações e assim livrar os principais acusados das merecidas punições.
Não faltam denúncias, confissões e documentos para fundamentar inquéritos, processos, julgamentos e punições. Por isso a sociedade brasileira espera das CPIs, do plenário da Câmara dos Deputados, do Ministério Público e da Polícia Federal, que todos os crimes sejam desvendados e os criminosos processados e punidos com rigor, nos termos da lei.
O governo está paralisado há quase quatro meses. O Congresso também. Portanto, mais cedo ou mais tarde a economia será afetada. O Orçamento da União não é executado, interrompendo os benefícios dos programas sociais à população mais necessitada.
Precisamos de um projeto de Nação e não de tomada e aparelhamento do poder. O país espera o cumprimento de fato de um programa de governo, alterando com segurança a política econômica. Não há outro meio de reduzir os juros, renegociar a dívida pública sem desrespeitar contratos, e executar o Orçamento da União com responsabilidade fiscal.
Exausta de promessas não cumpridas, a Nação exige transparência e ética na política e nas relações do Estado com a sociedade civil. Exige desenvolvimento e emprego. Exige Justiça Social. Nossa manifestação hoje, na véspera do Dia da Independência, se expressa por um indignado silêncio. O silêncio da vergonha.
Assinam este Manifesto, entidades de trabalhadores, empresários, comerciantes, profissionais liberais, magistrados, promotores, parlamentares, mulheres, estudantes etc.
São Paulo, 6 de setembro de 2005"
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