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06/09/2005 - 20h09

Ex-funcionário de restaurante confirma "mensalinho", mas diz não ter provas

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O ex-gerente do restaurante da Câmara dos Deputados Izeilton Carvalho confirmou em depoimento à Polícia Federal que o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), receberia R$ 10 mil por mês de Sebastião Augusto Buani, dono da Buani e Paulucci Ltda, que tinha a concessão para trabalhar no anexo 4 do 10º andar da Casa.

No entanto, o advogado de Carvalho, Aldo Campos Costa, admitiu que seu cliente não tem provas. "Não podemos falar em provas neste momento, mas podemos falar em indícios [de pagamento de 'mensalinho']", disse.

Para prestar o depoimento, Carvalho disse ter se baseado em documento intitulado " A História do Mensalinho", que conteria detalhes dos pagamentos feitos ao presidente da Câmara, e em um documento assinado por Severino, mas sem validade jurídica, que garante a continuidade da exploração do restaurante. A data do documento coincide com a época em que Severino era primeiro-secretário --uma espécie de prefeito da Câmara, que cuida das contas da Casa.

Carvalho disse que os pagamentos eram feitos ora em dinheiro vivo dentro de envelopes, ora em cheques da empresa Buani e Paulucci. Segundo ele, os pagamentos eram providenciados pela filha de Buani. Portanto, disse Carvalho, a quebra do sigilo bancário da empresa e do presidente da Câmara revelariam os pagamentos mensais.

Carvalho também confirmou que o deputado Gonzaga Patriota recebeu R$ 20 mil no esquema.

O ex-funcionário da Buani confirmou ainda que pediu dinheiro para fazer a denúncia, mas não recebeu e, por isso, decidiu revelar o esquema espontaneamente. Ele disse ainda que decidiu revelar o que sabia depois do bate-boca entre Severino e o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) no plenário da Câmara, na semana passada.

"Lembrei que tinha documentos [contra Severino] e decidi apresentá-los", disse Carvalho.

O ex-funcionário deverá depor na Comissão de Sindicância da Câmara na próxima sexta-feira.

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