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08/09/2005
-
22h30
KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Puerto Maldonado
Uma claque de cerca de 600 pessoas, formada em sua maioria por militantes do PT, viajou 11 horas e 500 km de ônibus de Rio Branco, no Acre, até Puerto Maldonado, no sul do Peru, para aplaudir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento das obras de pavimentação da rodovia Interoceânica, que permitirá a ligação do Norte do Brasil ao oceano Pacífico.
Alguns manifestantes disseram ter sido mobilizados por prefeituras petistas no Acre, como as de Brasiléia e Xapuri, que deram ponto facultativo aos funcionários públicos que fizeram a viagem.
Os organizadores da viagem --cujo pior trecho é a estrada de terra cheia de atoleiros, no Peru-- divergiram em relação a seu financiamento e custo. O governador do Acre, Jorge Viana (PT), que foi ao Peru no carro oficial, afirmou que sua administração não pagou a alimentação nem os 14 veículos, incluindo seis ônibus, contratados para a viagem. "Quem pagou os ônibus foram várias pessoas do Acre, empresários, entidades, associações que se juntaram e pagaram", disse.
Petistas ouvidos pela Folha disseram que foram convidados pelo governo do Acre a fazer a viagem, com todas as despesas pagas. A maioria saiu de Rio Branco por volta das 23h de ontem e chegou em Puerto Maldonado às 9h (11h em Brasília).
Eles só viram o presidente Lula duas horas mais tarde, depois que ele e os presidentes do Peru, Alejandro Toledo, e o presidente da Bolívia, Eduardo Rodríguez, se deslocaram em carro aberto pelas ruas da cidade, sob os aplausos de transeuntes e estudantes da rede pública de ensino, para chegar no km 13 da rodovia Interoceânica.
O lugar era um descampado no meio da floresta, cercado por palmeiras amazônicas, no qual o governo peruano montou um palanque central para os presidentes falarem.
A claque brasileira ficou aproximadamente 400 metros distante do palanque, cercada com fita de isolamento e por policiais e militares do Exército peruano. Entre as 5.000 pessoas presentes (segundo a Polícia Nacional do Peru), os brasileiros gritavam o nome de Lula e palavras de ordem como "o Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo".
Havia apenas uma bandeira do PT com os manifestantes. Outra bandeira vista entre a claque era de militantes do PC do B. "Trouxemos apenas 60 pessoas, com despesas pagas pelo partido", disse a deputada federal do PC do B Perpetua Almeida (AC).
Ana Carvalho de Oliveira, militante do PT em Brasiléia, afirmou que veio em um dos ônibus a convite de Viana. "Foi o governador [Jorge Viana] que nos convidou e apoiou a viagem. É um momento muito importante para nós para prestigiarmos o presidente Lula. Quem pagou [a viagem] foi o governo", disse.
O petista Francisco Lima disse que viajou no ônibus com mais 42 pessoas. "No ônibus havia vários funcionários públicos. Teve ponto facultativo por causa do Sete de Setembro e nós fomos convidados para participar do início das obras pelo governo do Estado do Acre. Ele [Jorge Viana] falou da importância da integração dos países. Nós não pagamos nada, tomamos até café da manhã", afirmou.
Um dos coordenadores da viagem, o petista Carlos Alberto de Araújo, disse que a administração de Viana pagou as 400 camisetas e cem bandeiras nas cores vermelha, amarela e verde, mas não a viagem. As bandeiras não tinham referência ao PT e ostentavam a mensagem: "Lula: integração Brasil-Peru. O Acre agradece".
A Folha apurou que o custo de uma viagem como a dos petistas não sairia por menos de R$ 80 por uma pessoa, sem incluir o gasto com alimentação. Araújo disse que a viagem foi organizada pela Associação Comercial de Rio Branco, mas o presidente da instituição, Rubem Guerra, também negou. "Nós trouxemos apenas um ônibus com empresários", disse Guerra.
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Claque participa de evento com Lula
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da Agência Folha, em Puerto Maldonado
Uma claque de cerca de 600 pessoas, formada em sua maioria por militantes do PT, viajou 11 horas e 500 km de ônibus de Rio Branco, no Acre, até Puerto Maldonado, no sul do Peru, para aplaudir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento das obras de pavimentação da rodovia Interoceânica, que permitirá a ligação do Norte do Brasil ao oceano Pacífico.
Alguns manifestantes disseram ter sido mobilizados por prefeituras petistas no Acre, como as de Brasiléia e Xapuri, que deram ponto facultativo aos funcionários públicos que fizeram a viagem.
Os organizadores da viagem --cujo pior trecho é a estrada de terra cheia de atoleiros, no Peru-- divergiram em relação a seu financiamento e custo. O governador do Acre, Jorge Viana (PT), que foi ao Peru no carro oficial, afirmou que sua administração não pagou a alimentação nem os 14 veículos, incluindo seis ônibus, contratados para a viagem. "Quem pagou os ônibus foram várias pessoas do Acre, empresários, entidades, associações que se juntaram e pagaram", disse.
Petistas ouvidos pela Folha disseram que foram convidados pelo governo do Acre a fazer a viagem, com todas as despesas pagas. A maioria saiu de Rio Branco por volta das 23h de ontem e chegou em Puerto Maldonado às 9h (11h em Brasília).
Eles só viram o presidente Lula duas horas mais tarde, depois que ele e os presidentes do Peru, Alejandro Toledo, e o presidente da Bolívia, Eduardo Rodríguez, se deslocaram em carro aberto pelas ruas da cidade, sob os aplausos de transeuntes e estudantes da rede pública de ensino, para chegar no km 13 da rodovia Interoceânica.
O lugar era um descampado no meio da floresta, cercado por palmeiras amazônicas, no qual o governo peruano montou um palanque central para os presidentes falarem.
A claque brasileira ficou aproximadamente 400 metros distante do palanque, cercada com fita de isolamento e por policiais e militares do Exército peruano. Entre as 5.000 pessoas presentes (segundo a Polícia Nacional do Peru), os brasileiros gritavam o nome de Lula e palavras de ordem como "o Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo".
Havia apenas uma bandeira do PT com os manifestantes. Outra bandeira vista entre a claque era de militantes do PC do B. "Trouxemos apenas 60 pessoas, com despesas pagas pelo partido", disse a deputada federal do PC do B Perpetua Almeida (AC).
Ana Carvalho de Oliveira, militante do PT em Brasiléia, afirmou que veio em um dos ônibus a convite de Viana. "Foi o governador [Jorge Viana] que nos convidou e apoiou a viagem. É um momento muito importante para nós para prestigiarmos o presidente Lula. Quem pagou [a viagem] foi o governo", disse.
O petista Francisco Lima disse que viajou no ônibus com mais 42 pessoas. "No ônibus havia vários funcionários públicos. Teve ponto facultativo por causa do Sete de Setembro e nós fomos convidados para participar do início das obras pelo governo do Estado do Acre. Ele [Jorge Viana] falou da importância da integração dos países. Nós não pagamos nada, tomamos até café da manhã", afirmou.
Um dos coordenadores da viagem, o petista Carlos Alberto de Araújo, disse que a administração de Viana pagou as 400 camisetas e cem bandeiras nas cores vermelha, amarela e verde, mas não a viagem. As bandeiras não tinham referência ao PT e ostentavam a mensagem: "Lula: integração Brasil-Peru. O Acre agradece".
A Folha apurou que o custo de uma viagem como a dos petistas não sairia por menos de R$ 80 por uma pessoa, sem incluir o gasto com alimentação. Araújo disse que a viagem foi organizada pela Associação Comercial de Rio Branco, mas o presidente da instituição, Rubem Guerra, também negou. "Nós trouxemos apenas um ônibus com empresários", disse Guerra.
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