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11/09/2005 - 09h48

Isolado, Lula corteja PMDB e antigos aliados

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KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo

Em conversas reservadas nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu a duas indagações fundamentais para o seu futuro político. Se tiver condições de ser candidato à reeleição, quais partidos se aliarão a um PT fragilizado? Na eventualidade de conquistar um segundo termo, com quais partidos governará, já que sua atual base congressual foi implodida pela crise do mensalão?

O PSB do deputado federal Eduardo Campos (PE), neto do falecido Miguel Arraes, é a principal aposta de Lula para fazer uma aliança em 2006. O PT se aliaria ao PSB e ao PC do B, como nas campanhas de 1989, 1994 e 1998.

Em 2002, numa inflexão ao centro, Lula quis uma aliança mais ampla e emplacou um grande empresário como candidato a vice-presidente, José Alencar. Já o PSB, que perdera três eleições com Lula, tentou a sorte com o ex-governador Anthony Garotinho, hoje no PMDB.

A governabilidade de um eventual segundo mandato dependeria de um acerto com o PMDB. E, nesse caso, Lula faria tudo diferente de 2002, quando esnobou o partido antes de subir a rampa do Palácio do Planalto. Em 2006, Lula proporia uma aliança formal ao PMDB para governar, pois só na hipótese de milagre político acha possível ter o suporte de peemedebistas à sua reeleição.

Em encontros recentes com peemedebistas que apóiam o seu governo, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador José Sarney (AP), e os três ministros do partido, Lula ouviu que a tendência será a legenda apresentar candidato próprio a presidente em 2006.

Nas articulações peemedebistas, surgiu o nome do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Nelson Jobim, como um projeto que dependerá do desfecho da crise política. Há governadores que desejam se candidatar, como Germano Rigotto (RS), e o ex-governador Garotinho, que enfrenta resistência da cúpula.

Ciente da preferência do PMDB por um projeto próprio, Lula disse aos seus aliados no partido que estará aberto para um entendimento num eventual segundo turno e que proporia ao partido participação imediata e maior no governo do que já tem hoje.

Um segundo governo Lula teria, portanto, uma sustentação congressual baseada num vitaminado PSB, num PMDB que continuará a ter bancada expressiva no Legislativo, num PT pós-crise e no pequeno e fiel PC do B. Obviamente, o sucesso desse plano dependerá de Lula recuperar cacife, o que passará por um bom desempenho da economia em 2006 e por um desfecho da crise política que não o atinja pessoalmente.

De acordo com as últimas pesquisas, Lula perderia a eleição no segundo turno para um tucano como o prefeito de São Paulo, José Serra. O prefeito, que tem se movimentado nos bastidores para voltar a concorrer ao Palácio do Planalto, perdeu para Lula em 2002.

Para fortalecer o PSB, Lula gostaria que o vice Alencar, que deixou o PL, ingressasse preferencialmente no partido de Eduardo Campos. Até petistas que querem deixar o partido de Lula são estimulados a migrar para o PSB.

No caso de Alencar, o vice recebeu conselho para não ingressar no PDT, partido com o qual flerta. Motivo: quem tem controle do comando nacional nacional da legenda é o ex-deputado Carlos Lupi, que é hostil a Lula.

Já Eduardo Campos é um aliado, que já recebeu, por exemplo, o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional). Ciro deixou o PPS de Roberto Freire, partido que deixou de apoiar Lula e que busca acerto com o PSDB desde que Serra seja o candidato.

Na avaliação do Planalto, uma segunda opção para Alencar seria o PMDB, apesar das dificuldades de entendimento entre o vice e o ex-presidente Itamar Franco por conta da política mineira. Os dois, que cogitam candidatura ao Senado, têm conversado para aparar as arestas. Em 2006, só haverá eleição para uma das três vagas de senador por Estado.

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