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14/09/2005 - 10h41

CPI dos Bingos identifica 3 empresas que sacaram R$ 2,8 mi da Leão Leão

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RUBENS VALENTE
MARTA SALOMON
ELIANE SILVA
da Folha de S.Paulo

A CPI dos Bingos identificou três empresas que aparecem como sacadoras de pelo menos R$ 2,8 milhões, em cheques seqüenciados na boca do caixa, da empresa de lixo Leão Leão, de Ribeirão Preto (SP).

Os nomes das empresas foram localizados ontem, após a análise dos cerca de 331 cheques sacados em espécie no ano de 2002 da conta bancária da Leão Leão no Posto de Atendimento do Banespa localizado na própria empresa.

Segundo depoimento à CPI e à Promotoria de Rogério Buratti, ex-secretário municipal do hoje ministro da Fazenda, Antonio Palocci, parte desses cheques era emitida mediante a apresentação de notas fiscais frias, num acerto prévio com a Leão Leão.

De acordo com Buratti, o dinheiro ficava, na mesma hora do saque, em poder da Leão Leão, que se encarregava de comprar apoio de cinco prefeitos do interior paulista, incluindo Palocci, que teria repassado o dinheiro ao PT por meio do ex-assessor Ralf Barquete. Palocci nega.

As empresas que devem ter suas contabilidades rastreadas pela CPI são a Comercial Luizinho, de Dois Córregos (SP), e duas beneficiárias identificadas apenas como "Twister" e "Raf Bras".

O dono da Luizinho, Luiz Altimare, disse não poder dizer ao certo qual o volume mensal de vendas para a Leão Leão, embora a aponte como sua cliente. A empresa responde por R$ 1,9 milhão, entre janeiro e dezembro de 2002, de saques em seqüência e de valores semelhantes. No dia 11 de março, a empresa recebeu em dinheiro o correspondente a 14 cheques sacados na boca do caixa. No dia, segundo o extrato da Leão Leão, houve saques de 12 cheques de R$ 13.500 cada um.

No dia 10 de abril, mais 14 cheques foram direcionados à Comercial Luizinho. Pouco mais de um mês depois, em 13 de maio, mais dez cheques foram sacados.

A empresa Twister, sobre a qual a comissão ainda nada sabe a respeito, foi o destino de R$ 660 mil em espécie no mesmo período (janeiro a dezembro de 2002). A Raf Brás obteve R$ 297 mil.

A CPI apurou que todos os cheques eram emitidos para a própria Leão Leão. No verso, há só o nome das empresas. Os técnicos da CPI trabalham com a hipótese de que os cheques mensais de cerca de R$ 50 mil, também sacados na boca do caixa, tinham como destino um grupo de engenheiros civis que prestava serviços à empresa. Por ora, os técnicos afastam a possibilidade de que esses cheques se destinavam também à corrupção de autoridades.

Outro lado

A empresa Leão Leão informou ontem que poderia comentar hoje a identificação das empresas que fizeram saques de sua conta.

Em entrevista no último dia 2, a nova presidente da empresa, Isabel Cristina Leão Santa Terra, 44, afirmou que os cheques em série descontados no caixa eram dados para fornecedores da empresa, que em seguida faziam o saque.

O dono da Luizinho disse que muitas vezes saca os pagamentos direto no caixa da empresa para "escapar da CPMF". Representantes da Twister e da Raf Brás não foram localizados.

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