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14/09/2005 - 21h55

Saiba mais sobre Roberto Jefferson, pivô da crise no governo Lula

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da Folha Online

As denúncias do deputado cassado Roberto Jefferson acenderam o estopim da pior crise do governo Lula e do PT em seus 25 anos, além de colocar na "corda bamba" a popularidade do presidente, até então considerado imbatível para as eleições de 2006.

Acusado de operar um esquema de corrupção nos Correios e sentindo-se abandonado pelo governo federal, Jefferson denunciou o suposto esquema do "mensalão" em junho, em entrevista à Folha de S.Paulo.

Os personagens que elencou ganharam as páginas de jornais e se tornaram alvo de investigações tanto de CPIs quanto do Ministério Público e da Polícia Federal.

Depois de envolver partidos da base aliada no "mensalão", o PL entrou com processo de quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara. Na argumentação, o então deputado foi acusado de fazer denúncias sem apresentar provas.

Durante algum tempo, ele concentrou os 'holofotes da crise'. Jefferson depôs na Corregedoria da Câmara e na recém-aberta CPI dos Correios, além de conceder inúmeras entrevistas, para jornais, programas de televisão e rádio, onde se notabilizou por uma escalada de denúncias: apontou supostos envolvidos no esquema do 'mensalão', acusou estatais de repassarem recursos e chegou até fazer ilações sobre um caso que 'persegue' o PT há anos: o assassinato do prefeito Celso Daniel. Neste mês, cai o então ministro da Casa Civil José Dirceu, considerado uma espécie de 'eminência parda' do governo Lula.

Ainda nesse mês, o procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, abre procedimento investigatório para apurar as denúncias de Jefferson. À frente do PTB, o parlamentar pede seu afastamento da presidência no dia 20.

Julho

O PL entra com uma representação contra Jefferson no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar e dá partida ao processo de cassação do mandato do deputado. Motivo: as acusações feitas sem provas do escândalo do "mensalão", que atingiam frontalmente o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, que mais tarde renunciaria.

Em depoimento à recém-instalada CPI do Mensalão, Jefferson envolve o então ministro da Secom, Luiz Gushiken, no escândalo do 'mensalão'. A temporada da "novela do mensalão", no entanto, é focada em outros protagonistas da crise: o então tesoureiro do PT Delúbio Soares e o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Quatro dos principais membros da cúpula do PT caem em um período de 15 dias e são substituídos às pressas por quadros do Executivo federal.

Agosto

O processo de cassação de Jefferson toma fôlego no Conselho de Ética. Ainda neste mês, o relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirma estar convencido de que o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) operava um esquema de corrupção nos Correios.

Tropa de choque

O deputado que fez as denúncias foi militante da tropa de choque do presidente Fernando Collor e sobreviveu a momentos turbulentos da política nacional. Além do processo de impeachment de Collor, resistiu à outra CPI, a do Orçamento.

No governo Fernando Henrique Cardoso --para o qual fez indicações, como a do titular da Delegacia do Trabalho do Rio-- Jefferson teve papel fundamental para o rompimento do PSDB com o PFL: no prazo fatal, o então líder do PTB formalizou um bloco com a bancada tucana, permitindo que o deputado Aécio Neves (MG) concorresse à presidência da Câmara, vaga prometida ao pefelista Inocêncio Oliveira (PE).

No ano seguinte, apoiou Ciro Gomes à Presidência da República. Até então, compara petistas ao demônio. Um deles foi o hoje líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (SP). Após a eleição do presidente Lula, disse que, apesar das diferenças, PTB e PT se uniriam "com afeto".
 

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