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16/09/2005 - 09h00

Nome de Temer cresce para suceder Severino

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KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo

Enquanto o PT continua dividido quanto ao nome da sigla que possa suceder Severino Cavalcanti (PP-PE), o PMDB fortaleceu a articulação da eventual candidatura de Michel Temer (SP) para presidente da Câmara. O iminente ingresso de dois governadores no PMDB e de até dez deputados federais também vitamina Temer, pois deverá dar ao PMDB, partido que ele preside, a maior bancada na Câmara.

O governo ainda prefere um deputado do PT, como Sigmaringa Seixas (DF), mas admite a hipótese Temer se não tiver cacife para eleger um petista. A renúncia de Severino é questão de tempo, avaliam tanto governistas como oposicionistas.

Na crise, o PMDB tem se mantido como fiel da balança entre governo e oposição. Possui três ministérios e uma ala oposicionista, à qual Temer pertence. Ele, porém, é moderado e se disporia a acordo com governo e oposição para ser neutro no comando da Câmara e aceito pelos dois lados. Além disso, já foi presidente da Casa entre 1997 e 2000.

Na semana que vem, os governadores Paulo Hartung (sem partido-ES) e Eduardo Braga (PPS-AM) deverão ingressar no PMDB. O partido conversa ainda com Blairo Maggi (PPS-MT), cuja eventual filiação deixaria o partido com 10 governadores.

Anteontem, a Executiva Nacional, por exemplo, interveio na seção amazonense a fim de permitir a entrada no comando regional de aliados de Braga.

O ingresso de novos filiados obedece ao prazo eleitoral para mudança de partido de quem deseja concorrer nas eleições de 2006. O prazo para filiações vence no próximo dia 30.

Hoje, o PMDB é a segunda bancada na Câmara, com 86 membros. Confirmadas as novas filiações, superará o PT, partido possui 89 deputados e que deverá perder alguns até o dia 30.

Nesse contexto, o PMDB adotaria o argumento de que, como maior bancada na Câmara, teria a prerrogativa de eleger o presidente da Casa. Ou seja, o PMDB de Temer crescerá na hora da discussão da sucessão de Severino. O senão da candidatura Temer é a presidência do Senado já estar com o peemedebista Renan Calheiros (AL). Os outros partidos temem um fortalecimento excessivo do PMDB no Congresso.

Ação rápida

Os articuladores políticos do PMDB tem agido rápido. Quando surgiu anteontem o cheque que derrubou politicamente Severino, buscaram arregimentar apoios no PFL e no PSDB. No PFL, o presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), disse que não aceitaria um petista e embarcou na candidatura Temer.

O prefeito de São Paulo, o tucano José Serra, foi procurado por peemedebistas preocupados em neutralizar eventual apoio ao petista Sigmaringa, de quem é amigo. Obtiveram de Serra o compromisso de que Temer teria preferência entre os seus aliados mais fiéis no PSDB.

Serra, então, conversou com o deputado federal Jutahy Magalhães (BA), ex-líder do PSDB na Câmara e um de seus mais fiéis escudeiros no Congresso. O prefeito disse a Jutahy que, apesar de sua boa relação com Sigmaringa, apoiaria Temer. Por incentivo de Serra, o atual líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), embarcou na candidatura Temer.

O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), disse que o partido ele e o PSDB firmaram "compromisso para como bloco" na sucessão de Severino. Caso Temer obtenha de vez o apoio desse "bloco" e de setores do PTB e do PL, virará o candidato mais forte, pois teria mais de 200 votos e se aproximaria do mínimo para se eleger (257 dos 513 deputados).

A chance de o PT ficar com o cargo de Severino diminui na medida em que se mantém dividido. O partido ainda tem quatro possíveis candidatos: Sigmaringa, Arlindo Chinaglia (SP), José Eduardo Martins Cardozo (SP) e Paulo Delgado (MG).

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