19/09/2005 - 13h24

Corregedoria envia convite para deputados prestarem depoimento

ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

O corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), informou nesta segunda-feira que pretende finalizar, ainda nesta semana, o depoimento dos deputados indicados pelas CPIs dos Correios e do Mensalão como envolvidos no esquema do "mensalão".

Nogueira disse que irá despachar ainda hoje os ofícios convidando os deputados. Pedro Henry (PP-MT), um dos citados no relatório, deverá depor nesta terça-feira, a partir das 10h.

"O deputado Pedro Henry foi o único que marcou seu depoimento até agora. Eu quero estar com o relatório pronto e enviar para a votação na Mesa Diretora o mais rápido possível", afirmou Nogueira.

O corregedor se recusou a comentar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que na semana passada concedeu liminar a sete deputados do PT que pediram direito de defesa antes de os processos serem abertos no Conselho de Ética. "Decisão judicial não se discute, se cumpre."

Nogueira informou ainda que os deputados citados podem prestar depoimento por escrito ou verbalmente. Ele acredita ser prematuro dizer que a defesa dos indicados poderá mudar o relatório que já foi feito.

Por este primeiro relatório, questionado na Justiça porque os acusados não foram ouvidos, a Corregedoria pede a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra todos os envolvidos. "Vamos examinar as provas da defesa. Assim, sem ve-las fica impossível dizer."

Os deputados que devem fazer sua defesa no Conselho de Ética da Câmara são: João Magno (PT-MG), João Paulo Cunha (PT-SP), José Borba (PMDB-PR), José Dirceu (PT-SP), José Janene (PP-PR), José Janene (PP-PR), José Janene (PP-PR), Josias Gomes (PT-BA), Paulo Rocha (PT-PA), Pedro Corrêa (PP-PE),Pedro Henry (PP-MT), Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Romeu Queiroz (PTB-MG), Vadão Gomes (PP-SP), Wanderval Santos (PL-SP) e Sandro Mabel (PL-GO).

Sobre a decisão do PTB de retirar as representações contra os deputados Dirceu e Mabel, que já tinham processo aberto no Conselho há dois meses, Nogueira afirmou que a Câmara deve respeitar a vontade do partido, mas avaliou que isto não impedirá que eles prestem informações à Corregedoria.