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21/09/2005
-
17h25
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
Os presidentes dos fundos de pensão da Petrobrás (Petros), Wagner Pinheiro, e da Caixa Econômica (Funcef), Guilherme Lacerda, contestaram as declarações do banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, prestadas em depoimento às CPIs dos Correios e do Mensalão.
A primeira declaração contestada refere-se à suposta tentativa do Opportunity de comprar as cotas dos fundos que se mostravam insatisfeitas com a gestão do grupo de investimentos. Dantas disse que os fundos recusaram propostas e tinham o interesse em manter o controle das empresas.
"Ele nunca fez uma proposta concreta. Se ele quisesse, é óbvio que teríamos negociado", afirmou Lacerda. "Nunca recebi verbalmente ou por escrito uma proposta do Opportunity", referendou Pinheiro.
Vivo e Telemig
Os dois se disseram indignados ao saber que a operadora Vivo teria feito uma proposta de compra da Telemig Celular, empresa controlada pelo Opportunity, mas os termos não teriam sido levados aos participantes do grupo.
"Me indignou ver que a Vivo tinha interesse na Telemig e que ele [Dantas] só consultou o Citi [Citigroup, o maior dos integrantes do grupo que controla as teles]", afirmou Pinheiro. "Nós queremos nos desfazer desse investimento", acrescentou.
Dantas disse aos integrantes das comissões que os fundos não tinham interesse na venda da Telemig e, por conta disso, poderia fazer uma "ilação" e dizer que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza teria sido intermediário dos fundos para barrar as negociações com a Portugal Telecom, uma das sócias da Vivo.
"Ele está sendo profundamente irresponsável e desrespeitoso com os fundos de pensão", afirmou Pinheiro. "Isso não tem sentido. Não conhecemos o Marcos Valério", afirmou Lacerda.
Por fim, os dois contestaram a afirmação de que os fundos de pensão sofreriam pressão política na tomada de decisões de investimentos. "Não houve interferência política", afirmou o presidente da Petros.
As duas comissões investigam a possível influência do governo na tomada de decisões dos fundos. Oposicionistas como o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) dizem ser clara a participação dos fundos no esquema de corrupção investigado.
Em agosto, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato insinuou à CPI que Luiz Gushiken (ex-ministro da Secretaria de Comunicação) influenciava as decisões de investimento dos fundos.
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da Folha Online, em Brasília
Os presidentes dos fundos de pensão da Petrobrás (Petros), Wagner Pinheiro, e da Caixa Econômica (Funcef), Guilherme Lacerda, contestaram as declarações do banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, prestadas em depoimento às CPIs dos Correios e do Mensalão.
A primeira declaração contestada refere-se à suposta tentativa do Opportunity de comprar as cotas dos fundos que se mostravam insatisfeitas com a gestão do grupo de investimentos. Dantas disse que os fundos recusaram propostas e tinham o interesse em manter o controle das empresas.
"Ele nunca fez uma proposta concreta. Se ele quisesse, é óbvio que teríamos negociado", afirmou Lacerda. "Nunca recebi verbalmente ou por escrito uma proposta do Opportunity", referendou Pinheiro.
Vivo e Telemig
Os dois se disseram indignados ao saber que a operadora Vivo teria feito uma proposta de compra da Telemig Celular, empresa controlada pelo Opportunity, mas os termos não teriam sido levados aos participantes do grupo.
"Me indignou ver que a Vivo tinha interesse na Telemig e que ele [Dantas] só consultou o Citi [Citigroup, o maior dos integrantes do grupo que controla as teles]", afirmou Pinheiro. "Nós queremos nos desfazer desse investimento", acrescentou.
Dantas disse aos integrantes das comissões que os fundos não tinham interesse na venda da Telemig e, por conta disso, poderia fazer uma "ilação" e dizer que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza teria sido intermediário dos fundos para barrar as negociações com a Portugal Telecom, uma das sócias da Vivo.
"Ele está sendo profundamente irresponsável e desrespeitoso com os fundos de pensão", afirmou Pinheiro. "Isso não tem sentido. Não conhecemos o Marcos Valério", afirmou Lacerda.
Por fim, os dois contestaram a afirmação de que os fundos de pensão sofreriam pressão política na tomada de decisões de investimentos. "Não houve interferência política", afirmou o presidente da Petros.
As duas comissões investigam a possível influência do governo na tomada de decisões dos fundos. Oposicionistas como o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) dizem ser clara a participação dos fundos no esquema de corrupção investigado.
Em agosto, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato insinuou à CPI que Luiz Gushiken (ex-ministro da Secretaria de Comunicação) influenciava as decisões de investimento dos fundos.
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