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22/09/2005 - 17h00

"Presente" de delegado é a delação premiada, diz advogado de Birigüi

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LÚCIA BAKOS
da Folha Online

O advogado do doleiro Vivaldo Alves, o Birugüi, Gontram Guanaes Simões, disse nesta quinta-feira que o "presente" mencionado por seu cliente durante conversa telefônica divulgada ontem se referia ao pedido de delação premiada.

Birigüi depõe hoje, à portas fechadas, na 2ª Vara Criminal de São Paulo sobre as escutas telefônicas feitas pelo Polícia Federal nas quais Flávio Maluf supostamente tenta intimidar o doleiro. O juiz responsável é Paulo Alberto Sarno, que também ouve o ex-diretor da construtora Mendes Júnior, Simeão Damasceno Oliveira.

A divulgação de um nova interceptação telefônica autorizada pela Justiça revelou conversas entre o Birigüi e outro doleiro não identificado. Nas conversas captadas pela própria PF no dia 11 de julho deste ano, Birigüi diz que ganharia um "presente" do delegado Protógenes Queiroz caso atribuísse a Maluf algumas movimentações financeiras que o ex-prefeito não fez. Queiroz é o responsável pela investigação do caso.

Dias antes, ele havia sido interrogado pela primeira vez pela Polícia Federal. Foi quando afirmou ter aberto a conta Chanani no Safra National Bank de Nova York, a pedido de Flávio Maluf, filho do ex-prefeito Paulo Maluf, ambos presos desde o dia 10 na superintendência da PF de São Paulo.

"No momento em que o senhor Vivaldo compareceu à PF, ele não foi com o espírito de qualquer delação, mas unicamente com o espírito de relatar a verdade. Ao término de seu depoimento, o delegado só cumpriu com a legislação, ou seja, o 'presente' que o delegado se referia era requerer, representar ao juiz, sugerindo que lhe fosse concedido o benefício legal da delação premiada", disse o advogado. Essa versão é a mesma divulgada pelo delegado Queiroz.

O advogado também afirmou que, após o comparecimento de seu cliente à PF, Birigüi teve receio de não poder mais continuar com seu trabalho, mas o delegado teria afirmado que se ele trabalhasse dentro da lei, poderia continuar a exercer a sua profissão "tranqüilamente".

Simões disse ainda que o doleiro tem participação em uma corretora de títulos e valores mobiliários autorizada pelo Banco Central.

O doleiro chegou ao prédio do Tribunal Regional Federal por volta das 15h20, acompanhado do advogado. Questionado sobre a titularidade da conta Chanani, o doleiro afirmou: "a conta realmente é minha, só que o dinheiro é dele [do Maluf]". Ontem, o prefeito Maluf afirmou ao juiz Sarno que a conta Chanani pertencia ao doleiro.

Mendes Júnior

O ex-diretor da Mendes Júnior, Simeão Damasceno, chegou ao TRF às 14h30, acompanhado de seu advogado, Francisco Lobo da Costa Ruiz, e não quis falar com a imprensa. Ruiz afirmou que foi feita uma proposta informal ao seu cliente para que ele se tornasse um delator, mas que Damasceno se negaria. O advogado não identificou o autor ou autores da proposta.

Oliveira já declarou que o dinheiro que abasteceu contas dos Maluf no exterior foi desviado de obras públicas durante a gestão dele na Prefeitura de São Paulo (1993-1996).

A Mendes Júnior foi a responsável pela construção da avenida Água Espraiada --atual Jornalista Roberto Marinho--, que custou aos cofres públicos cerca de US$ 600 milhões. O Ministério Público acredita que a obra foi o meio para o dinheiro ter sido encaminhado às contas no exterior.

Desde as primeiras denúncias, a construtora nega a participação no esquema de desvio de dinheiro na prefeitura de São Paulo.

Especial
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