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25/09/2005 - 09h33

Planalto fixa prazo para Aldo "decolar"

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FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo

O Palácio do Planalto estabeleceu como prazo amanhã à noite para ter segurança sobre a viabilidade da candidatura do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) a presidente da Câmara. Embora seja intenção do governo manter o comunista até o final, não está descartada a hipótese de uma nova substituição se o cenário for muito desfavorável.

O Planalto começou com a candidatura oficial de Arlindo Chinaglia (PT-SP), que é o líder do governo na Câmara. Menos de 24 horas depois, surgiu a opção por Aldo --no início da noite de quinta. Na sexta-feira e ontem, a reação de deputados governistas foi desfavorável ao lançamento.

Em Salvador, onde esteve ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi econômico ao comentar a disputa na Câmara. Indagado se Aldo é um bom candidato, o petista respondeu: "É, pode ser".

Há também um problema a ser resolvido dentro do PT, partido que ainda tem a maior bancada da Câmara, com 88 cadeiras. A decisão do Planalto de apoiar Aldo foi tomada sem que os petistas tivessem sido consultados.

O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), passou a sexta-feira telefonando para seus comandados pedindo desculpas sobre a forma da escolha de Aldo. Teve pouco sucesso.

Walter Pinheiro (PT-BA), ex-líder do partido e uma das principais expressões da chamada esquerda petista, é cáustico ao comentar a atual candidatura governista para presidir a Câmara: "Fizeram uma escolha sem consultar ninguém. A Câmara está se submetendo ao Senado, pois o nome veio sugerido de lá. O Aldo é uma boa pessoa, mas ele não ganha". O grupo do qual Pinheiro faz parte tem 19 dos 88 deputados petistas.
Ontem, no início da tarde, vários candidatos estavam na Câmara.

Telefonavam para deputados tentando cabalar votos. Michel Temer (PMDB-SP) chegou no final do dia. O peemedebista passaria o fim de semana tentando reerguer sua candidatura, torpedeada pelo Planalto e pela ala governista de seu partido, comandada pelos senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP).

A única certeza de todos os envolvidos no processo da sucessão de Severino Cavalcanti, que renunciou na semana passada, é que não há ainda possibilidade de prever quem será o vitorioso na disputa --marcada para quarta-feira. Para ser eleito, é necessário ter a maioria absoluta dos votos válidos. São válidos os votos dados aos candidatos e os brancos. O quórum mínimo para a sessão é de 257 dos 513 deputados.

O candidato do PFL, José Thomaz Nonô (AL), tem sido apontado como um dos favoritos para ir ao segundo turno. Mesmo essa previsão quase consensual depende de como vão evoluir as negociações de outras candidaturas.

Se o quadro de candidatos for muito fracionado, há chances de prosperar um nome do chamado baixo clero. Ciro Nogueira (PP-PI) é o herdeiro natural dos votos de Severino. Em fevereiro, quando foi para o segundo turno, Severino teve 124 votos na primeira votação. Ciro tem dito a correligionários que sua votação será superior a esse número.

No Planalto, assessores de Lula têm dito que o presidente pretende levar até onde for possível a candidatura de Aldo. Mas que não embarcará numa aventura. Ainda assim, haverá, como a Folha ouviu de um dos ministros incumbidos de conseguir votos, uma assembléia de avaliação permanente.

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