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27/09/2005 - 21h09

Para Genro, eleição da presidência do PT mostra renovação do partido

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LÚCIA BAKOS
da Folha Online

O presidente nacional do PT, Tarso Genro, afirmou nesta terça-feira que, independente do resultado do segundo turno do PED (Processo de Eleições Diretas) para a presidência nacional do partido, o PT já está sendo renovado. Segundo ele, até mesmo os candidatos Raul Pont e Valter Pomar, que disputavam o segundo turno contra Ricardo Berzoni "reconheceram que a maioria anterior terminou".

Hoje, o partido divulgou os resultados finais das eleições internas ocorridas no dia 18 deste mês. Ricardo Berzoni, da corrente Campo Majoritário (grupo político liderado pelo deputado paulista José Dirceu, que domina a legenda desde 1995) e Raul Pont, da corrente Democracia Socialista, vão disputar o segundo turno para a presidência nacional do PT no próxima dia 9.

Berzoini teve 123.537 mil votos contra 43.190 mil votos dirigidos para Pont. Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, que disputou com Pont uma vaga no segundo turno, teve 42,9 mil votos.

O Campo Majoritário, de Berzoini, no entanto, mostrou que ainda têm força dentro do partido e ganhou em vários diretórios estaduais do país. Também manteve-se como o grupo de maior representação dentro do diretório nacional.

Nos últimos dias, petistas históricos, como o deputado Ivan Valente (SP) e Plínio de Arruda Sampaio, anunciaram suas saídas do partido, criticando a política econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva. A saída desses militantes faz parte de um processo que começou com o recrudescimento das denúncias contra o governo e a legenda, em meados de julho.

Pouco antes das eleições internas do partido, vários petistas afirmaram que uma vitória do Campo Majoritário seria a senha para a migração deles para outros partidos.

"Aquilo que coloquei quando assumi a presidência do partido, de que a maioria não existia mais, ela se confirmou nesse processo eleitoral. Quem presidir o partido, vai presidi-lo através de uma relação colegiada de um processo de composição de consenso, porque não tem mais maioria fixa. Ninguém vai expor seus pontos de vista pelo número de crachás. Vai ter que ter fundamentação, argumentação, negociação e produção de consenso para poder dirigir o partido no próximo período", afirmou o presidente do PT.

Entretanto, desfilando elogios à Pont, Genro também informou que votará no segundo turno do PED no mesmo candidato em que votou no primeiro turno: em Berzoini, por ter estabelecido uma relação de compromisso político com o candidato do Campo Majoritário.

"O Raul é meu companheiro, amigo, foi meu secretário de governo e meu vice-prefeito, trabalhamos juntos quatro anos, temos uma relação muito respeitosa. O Berzoini tem uma construção política da chamada maioria ampliada, no sentido de superar a antiga maioria, e eu fui um sujeito ativo desse processo, inclusive, com atitudes bastante fortes com relação ao Campo Majoritário quando assumi a presidência do partido, dizendo que ele estava dissolvido. Eestabeleci uma relação de compromisso político com ele, que é uma pessoa que tem tantas qualidades quanto o Raul".

Militantes históricos

Genro também considerou que a saída de militantes históricos do partido foi ocasionada por atos de consciência próprias e não por oportunismo. Ele lembrou que ninguém governa sem aliança e que, futuramente, esses ex-companheiros petistas podem firmar alianças com o PT.

"São pessoas que tem convicções fortes, sérias e que, por ato de consciência, deixam o partido político que elas não se sentem à vontade. Desejo à esses companheiros que encontrem um bom caminho, seja no PSTU, no PSOL, e comecem no processo eleitoral daqui por diante a também compor o seu sistema de aliança, porque aqui no Brasil ninguém governa sem aliança. Nenhum partido vai exercer o poder monocrático, monolítico no estado brasileiro. Quem sabe, o PT um dia vai ser bom aliado para esses companheiros, num futuro próximo".

Genro ainda disse acreditar que o número de petistas que irá participar do segundo turno do PED poderá ser menor do que o do primeiro turno. Ele também avaliou que o futuro presidente do partido terá uma legitimidade inédita para o PT.

"Acho que pode ser um pouco menor, porque as correntes que não foram para o segundo turno deixarão de fazer um esforço pesado como fizeram no primeiro turno, mas vai ser muito representativo. E tenho absoluta convicção de que esse candidato que sair do segundo turno vai ter um grau de legitimidade para governar o partido inédito na história do PT".

Sobre um provável processo de reeleição do presidente Lula, Genro afirmou ser favorável. Ele também considerou que o partido já teria clima positivo para discutir o assunto.

"Com esse processo que o partido está passando de relegitimação perante aos olhos da sociedade, de outra parte, uma moderação da crise política, já coloco sim esse clima favorável para que se pense na reeleição do presidente Lula. Nós, do PT, só estamos aguardando que o Lula dê o sinal de que quer discutir a reeleição para que possamos discuti-la", disse e concluiu: "Eu, particularmente, defendo a posição de que ele deve se apresentar, não só para defender o seu governo, mas também para partir de um novo sistema de aliança, para governar mais quatro anos o nosso país".

Especial
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