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29/09/2005 - 18h19

Leia a íntegra do bate-papo com o jornalista Kennedy Alencar

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da Folha Online

O jornalista Kennedy Alencar, repórter especial da Sucursal de Brasília e colunista da Folha Online, participou nesta quinta-feira de bate-papo sobre a eleição na Câmara dos Deputados.

Confira a íntegra do bate-papo:

(05:09:47) Maria Isabel G. pergunta para Kennedy Alencar: como é trabalhar na Folha, e o que você achou da vitória de Aldo Rebelo para presidência da câmara do deputados?

(05:11:11) Kennedy Alencar: Trabalhar na Folha é muito bom. Gosto da imprensa escrita, gosto do estilo do jornal. Hoje, fiz uma análise no jornal sobre a vitória do Aldo. É inegável que Lula ganhou fôlego e que foi melhor do que entregar a Câmara ao PFL. Mas ele não saiu do isolamento político, seu principal problema para governar e ter chance real de se reeleger.

(05:11:11) Roger fala para Kennedy Alencar: E agora meu Caro Kennedy !O q esperar?O pior de tudo acho q perdi a esperança!fazer o q numa hora dessas?

(05:12:26) Kennedy Alencar: Creio que a crise do PT tirou a esperança de muita gente que acreditou que era um partido realmente diferente dos outros e com capacidade de mudar o país. Não acho que devemos julgar todos pelo comportamento de um grupo. O PT é um partido muito importante, que teve uma papel relevante para civilizar a política brasileira. Perder a esperança é ruim, porque nos induz a acreditar que todos os políticos são iguais. Não são

(05:12:32) edil pergunta para Kennedy Alencar: vc acredita que o governo está jogando sujo na eleição desse aldo??

(05:13:14) Kennedy Alencar: Edil, acho que o governo e o PT jogaram com os instrumentos de barganha política que tanto criticaram no passado. Por isso, merecem a crítica e devem suportá-la. No entanto, o governo precisava ter atuado. Do contrário, teria sofrido uma derrota, pois ganhou no sufoco

(05:13:20) RICK-CE fala para Kennedy Alencar: COMO FICA GOVERNO lULA COM ESSA VITÓRIA DE ALDO REBELO?

(05:14:03) Kennedy Alencar: Rick-CE, o Lula ganha gás para enfrentar a crise política. Terá um aliado fiel na presidência da Casa, mas precisará dialogar com outras forças se quiser realmente deixar o isolamento político em que se meteu pelos próprios erros

(05:14:08) Pidion Terruel pergunta para Kennedy Alencar: Quem votou e elegeu o 'Sevirino o breve' pode ser enquadrado no provérbio 'Pássaros da mesma plumagem se acasalam no mesmo ninho?'

(05:15:04) Kennedy Alencar: Pidion, de certa forma acho que sim. O eleitor do Severino sabia quem ele era. A eleição do Aldo é um avanço, pois é um político sério.

(05:15:10) BELORIZONTINO fala para Kennedy Alencar: Kennedy, diga qual foi o clima após a vitoria de Aldo ontem? A expectativa é de que o governo retome as rédeas a arena política legislativa?

(05:16:11) Kennedy Alencar: Belorizontino, hoje houve uma reunião do Aldo com os líderes. Terminou em impasse. Isso mostra que será difícil a tarefa do Aldo. A vitória dele foi por uma margem muito estreita. A Câmara se dividiu ao meio. A oposição pode atrapalhar o andamento dos trabalhos.

(05:16:23) Daniela Karasawa fala para Kennedy Alencar: O que realmente foi feito pelo governo para a eleição de Aldo Rebelo? Acontece alguma estratégia de alcova?

(05:17:55) Kennedy Alencar: Daniela, houve a barganha política. Severino Cavalcanti, que renunciou, teve emenda liberada. Valdemar Costa Neto, que renunciou para não ser cassado, como fez Severino, também teve emenda liberada. Houve promessas de cargos e verbas. Esse jogo permitiu a eleição do Aldo. É legítimo que parlamentares queiram ver seus pleitos atendidos, mas é incorreto quando esse atendimento acontece para condicionar o apoio a determinado projeto ou objetivo.

(05:18:08) batatinha fala para Kennedy Alencar: O que você acha do projeto de reeleição do Lula. Você acha que ele consegue?

(05:20:07) Kennedy Alencar: Batatinha, hoje a reeleição do Lula é algo que parece difícil. A sorte dele é ter tempo para se recuperar. Será importante o desfecho da crise política, será importante que ela não dure muito, será importante que a economia real (emprego e renda) dê resultados em 2006. Não descarto a possibilidade de Lula voltar a ser um candidato favorito. Hoje, ele é competitivo, pois ainda mantém um bom cacife --está no 2º turno.

(05:20:07) Denilson Cajazeiro pergunta para Kennedy Alencar: O governo tende a se estabilizar, na medida em que o presidente da Câmara agora é um aliado, e é ele quem conduz os trabalhos?

(05:21:02) Kennedy Alencar: Denilson, o governo ganha, sim. Ganha fôlego, mas para vencer a crise dependerá de outros fatores. Não basta apenas um presidente da Câmara que seja aliado. Realmente, ajuda muito.

(05:21:20) Rodrigão fala para Kennedy Alencar: Kennedy, acompanho suas pensatas, suas colunas no Brasil OnLine e minha pergunta é sobre as denúncias sobre o governo do PT --Lula, a Fiat Elba vai aparecer? Temos indícios de gastos de cartão entre outras coisas. Será que ainda aparece?

(05:22:08) Kennedy Alencar: Rodrigão, não creio que apareça algo assim relacionado ao Lula. Se tivesse de aparecer, isso já teria acontecido, pois estamos no quarto mês da crise. Não creio que Lula seja desonesto.

(05:22:26) Yasha pergunta para Kennedy Alencar: Caro Kennedy, qual candidato você acredita que o PSDB irá colocar na disputa do próximo ano?

(05:23:27) Kennedy Alencar: Yasha, hoje acho que o Serra tende a ser o candidato. É o tucano que aparece com mais força nas pesquisas para derrotar Lula. A candidatura de Serra dependerá da manutenção desse cenário quando o PSDB for escolher o candidato, o que está previsto para acontecer em março. Se for o único a ter chance de bater o petista, deixará a Prefeitura de SP.

(05:23:33) marco fala para Kennedy Alencar: vc escreveu matéria dizendo que FHC fez acordo para eleger SEverino. FHC disse que não houve acordo. Quem mentiu. FHC ou Você?

(05:24:23) Kennedy Alencar: Marco, o ex-presidente FHC participou das articulações para levar parcela do PSDB a votar em Severino no segundo turno. Políticos têm o hábito de negar reportagens que o incomodam. Fiz o meu trabalho.

(05:24:29) Lula fala para Kennedy Alencar: Prezado Kennedy, sou seu leitor assíduo, tenho grande apreço pela fineza e rara imparcialidade das suas análises políticas. Mas li recentemente uma "pensata" sua que me deixou com uma pulga atrás da orelha. O sr. criticava, como um novo erro, a estratégia do governo em apostar as fichas no Aldo Rebelo, em vez de partir para um acordo mais prudente com o Temer. É claro que ninguém tem bola de cristal, mas já quando li a matéria, e vi o nome do Aécio Neves citado (embora não como fonte), sinceramente me perguntei até que ponto o sr. não estaria sendo, daquela vez, um porta voz indireto (talvez à sua revelia) de versões interessadas em instrumentalizar a imprensa e influir indiretamente em decisões a que não teriam outro meio de acesso.

(05:26:26) Kennedy Alencar: Lula, sempre há risco de o jornalista ser instrumentalizado. Para evitar isso, ele precisa saber selecionar as informações, dar peso a elas e identificar o interesse das fontes. Ainda creio, como analista político, que teria sido melhor uma tentativa de acordo com Temer. Lula poderia aumentar a parcela do PMDB que o apóia. O governador Aécio Neves era um tucano que aceitava a possibilidade de negociar um nome de consenso. Se isso tivesse vingado, a reunião do presidente da Câmara com os líderes hoje teria sido diferente. Mais: a oposição não teria desculpa para obstruir os trabalhos...

(05:26:38) Brito fala para Kennedy Alencar: Vc Acha que a esquerda queria eleger Nono, para depois pedir o impeachment do Lula?

(05:26:50) Kennedy Alencar: Ainda falando para LUla: Creio, por isso, que a opção do Aldo foi menos agregadora do que seria do Temer.

(05:27:22) João Sabóia Jr fala para Kennedy Alencar: O PT não esta sendo um pouco estigmatizado? parece que toda corrupção nasceu com o PT?

(05:27:28) Kennedy Alencar: Brito, não acredito que a esquerda tenha agido assim. Mesmo o Nonô sabe que impeachment não é brincadeira. Não se abre porque se quer.

(05:28:04) Rodrigão fala para Kennedy Alencar: Kennedy, o governo terá que pagar TUDO mesmo o que prometeu? Qual é a expectativa pelo cheque assinado

(05:28:42) Kennedy Alencar: João, concordo que há um oportunismo de parte dos críticos do PT para tentar estigmatizar o partido. O PT, porém, está colhendo o que plantou. Foi muito duro no passado contra políticos que cometeram erros que petistas cometeram agora. Está pagando por isso. Essa conversa de que a direita, a elite e a imprensa fazem complô não se sustenta.

(05:28:54) RICARDO BUGANZA fala para Kennedy Alencar: Parece que o mercado reagiu bem.o dolar fechou a 2,21 isso é um bom pressagio para o governo?

(05:29:49) Kennedy Alencar: Rodrigão, até a eleição do Aldo havia muita reclamação de que o governo não cumpria promessas. Terá de fazer isso para que tenha apoio em outras votações. Do contrário, quando elas surgirem, poderá ter dificuldade. O placar apertado de vitória do Aldo mostra que parte da base de apoio não acreditou nas promessas do governo.

(05:29:49) cidadão fala para Kennedy Alencar: kennedy, como vc interpreta a recente ruptura no PMDB, rena e michel temer, quais seus reflexos para 2006

(05:30:33) Kennedy Alencar: Ricardo, sem dúvida, o dólar baixo ajuda a diminuir a inflação. Os críticos dizem que acontece porque o juron real é muito alto e, portanto, atrai entrada de dólares no país que podem sair rapidamente

(05:30:33) Denilson Cajazeiro pergunta para Kennedy Alencar: Você disse que, 'no entanto, o governo precisava atuar, pois se não teria sofrido uma derrota'. Isso significa que os fins justificam os meios? Ou seja, os instrumentos de barganha que tanto foram criticados são válidos, dentro do contexto de atingir o fim desejado?

(05:31:46) Kennedy Alencar: Cidadão, creio que a guerra interna no PMDB crescerá e que o partido marchará dividido. Uma parte querendo Garotinho, outra Serra, outra Lula. A posição deles nas pesquisas será fundamental para determinar na época se a maioria do partido vai com um deles ou se opta por outro rumo, como a candidatura de um governador

(05:31:46) Yasha pergunta para Kennedy Alencar: Aldo vai dar encaminhamento à Reforma Eleitoral e ajudar a reduzir a cláusula de barreira --o que seria bom pro PCdoB?

(05:32:41) Kennedy Alencar: Denilson, claro que os fins não justificam os meios. É muito subjetivo o julgamento. Eu posso achar que um determinado fim justifica uma medida. É perigoso. O governo tinha de atuado, mas dentro de alguns limites. Negociar com Valdemar Costa Neto e Severino é algo que o PT criticava no passado, Lula inclusive.

(05:32:47) João Sabóia Jr fala para Kennedy Alencar: Emir Sader na Carta Maior hioje diz que foi a vitoria da astucia contra a prepotência, vc concorda?

(05:33:23) Kennedy Alencar: Yasha, o Aldo foi criticado hoje na reunião com esse argumento. Seria um vexame derrubar a cláusula de barreira.

(05:33:37) Roger fala para Kennedy Alencar: Mas o q vc acha q pode mudar para nos como sociedade depois dessa eleição na Câmara?será q o governo agora vai ter olhos para a sociedade brasileira ou vai ficar ainda esse lamaçal de corrupção ate quando!?

(05:34:07) Kennedy Alencar: JOão, não concordo. Foi uma vitória de um governo que jogou pesado contra uma oposição que reuniu forças de modo surpreendente.

(05:34:25) Windgraf fala para Kennedy Alencar: A derrocada do PT abre alas para o próximo governo iniciar reformas econômicas mais profundas, incluindo independência de agências reguladoras, continuação da reforma do Estado?

(05:34:46) Kennedy Alencar: Roger, o Aldo é um político sério. A eleição dele já é uma boa mudança vindo logo após a escolha do Severino. Seria importante que todas as forças chegassem a um acordo para votar as matérias que andam emperradas

(05:34:58) Lucas fala para Kennedy Alencar: Kennedy, leio com freqüência seus artigos na Folha OnLine, Gostaria de questioná-lo sobre o processo de beatificação de Antônio Palocci pela mídia. Qual o mérito de Palocci em manter um modelo econômico praticamente replicador ao de Malan, com um ou outro ajuste fiscal diferenciado? Não seria a mediocridade de Palocci transformada em qualidade devido às baixíssimas expectativas que existiam frente à gestão econômica do PT?

(05:35:22) Kennedy Alencar: Windgraf, dependerá de quem for eleito. Serra, por exemplo, tem visão hoje mais à esquerda do que Palocci. Já Alckmin teria visão semelhante.

(05:36:22) Kennedy Alencar: Lucas, não creio que haja beatificação do Palocci. Ele assumiu a economia num momento delicado. Radicalizou o ajuste fiscal, que acho correto. Creio que errou na política monetária, que faz o ajuste fiscal enxugar gelo. No entanto, é sério. Tem credibilidade.

(05:37:04) Leitor Mineiro fala para Kennedy Alencar: Como a oposição reuniu forças? Perdeu mesmo nesse momento em que o governo estava acuado e foi em uma eleição secreta.

(05:38:12) Kennedy Alencar: Leitor Mineiro, o Nonô teve 243 votos. O PSDB e o PFL têm juntos 110. Outros partidos, como PPS, PDT e PVY, outros 40. Logo, a candidatura da oposição teve quase 100 votos de partidos da base do governo.

(05:38:24) Yasha pergunta para Kennedy Alencar: Mas você acredita que a cláusula pode ser derrubada? Há tempo e força política pra isso?

(05:39:17) Kennedy Alencar: Yasha, acho que há interesses que desejam derrubar a cláusula de barreira. Creio que não haja mais tempo. A reação da sociedade seria forte.É uma boa medida, que induz a uma redução do número de partidos.

(05:39:17) Roger fala para Kennedy Alencar: Quais a previsões mais otimistas ate final do ano para o governo do Lula?Vão conseguir abafar todas essas CPIs !?o governo ainda ta salvo depois dessa eleição ?

(05:41:00) Kennedy Alencar: Roger, as CPIs não serão abafadas, mas estão numa enrascada. Até agora não descobriram a origem dos recursos do valerioduto. Se Lula não for atingido por elas, hipótese mais provável, poderá dizer que se submeteu a três CPIs, que nada foi achado contra ele, que tudo foi investigado etc. Terá um bom discurso. Acho que o governo poderá se salvar se errar menos politicamente.

(05:41:00) Leitor Mineiro fala para Kennedy Alencar: Mas o PT e o PC do B juntos tem quantos deputados? Toda a pressão da mídia não era para uma derrota do governo?

(05:42:42) Kennedy Alencar: Leitor Mineiro, não havia pressão da mídia para uma derrota do governo. O PT trocou de candidato porque um nome seu teria dificuldade. O PT está perdendo deputados. Tem hoje 83 ou 84. O PC do B tem 8. Os demais partidos aliados: parte do PMDB, PP, PL e o PTB de Roberto Jefferson levam a base do governo para mais ou menos uns 350. Aldo teve 258 votos.

(05:42:48) Windgraf fala para Kennedy Alencar: Caro Kennedy, porque José Dirceu levou o SIVAM e outros projetos ligados à Defesa para a Casa Civil no início do governo? Fico intrigado, e gostaria que o Sr. elucidasse a minha dúvida, sobre o motivo do Ex-ministro ter levado a sua assessora de assuntos do Sivam para ajudar em sua defesa? Há alguma acusação nessa seara que não é de interesse da grande mídia?

(05:43:49) Kennedy Alencar: Windgraf, a grande mídia precisa de provas, evidências, de uma história que pare em pé. Há especulação sobre essa história do Sivam, mas nada até agora que justifique achar que o Zé Dirceu tenha feito algo errado relacionado ao Sivam.

(05:44:01) Rodrigão fala para Kennedy Alencar: Kennedy, o 'jornalista' Diogo Mainardi tem a teoria que tudo girou em torno de Daniel Dantas X TeleMig X Citibank X Brasil Telecom etc. O que você acha disso? Na minha opinião não parece ter vindo diretamente das estatais.

(05:45:46) Kennedy Alencar: Rodrigão, creio que o Daniel Dantas tentou obter apoio do governo a seus interesses empresarias. Empresas dele deram dinheiro a empresas de Marcos Valério. Há uma forte suspeita de que ele, que já contratou empresa para investigar ministros, esteja por trás de algumas denúncias. Mais uma vez, é preciso ter informação checada ou provas para avançar além disso. Obviamente, é interessante a forma como o PFL o defendeu tanto

(05:45:52) tcorrea fala para Kennedy Alencar: O Ando era 'articulador politico' do governo na época da eleição do Severino e vivia com a sombra do Zé Dirceu atrás dele. Agora com o Dirceu na planície, Jaques Wagner pode negociar os cargos, verbas e ministérios que bem entendeu (ou quase isso), justamente para eleger o Aldo. Irônico não?

(05:47:13) Kennedy Alencar: Tcorrea, acho irônico, sim. O Aldo quando articulador não usou a favor do Greenhalgh os instrumentos que Jaques Wagner usou a favor dele. Política é isso aí. Um amigo meu, grande repórter, Carlos Eduardo Alves, me disse outro dia que a gente não deve assinar atestado de óbito de ninguém em política. Tem razão. O Aldo foi um coordenador inexistente, fraco. Virou presidente da Câmara.

(05:47:19) Beto fala para Kennedy Alencar: O que você acha da proteção que ACM e alguns parlamentares do PFL vem fornecendo a Daniel Dantas?

(05:48:14) Kennedy Alencar: Beto, acho que evidencia que o PFL atua no parlamento com simpatia por Dantas, um grande financiador de campanhas. O PFL comprou a briga dele contra os fundos de pensão.

(05:48:20) Don fala para Kennedy Alencar: Kennedy, Recentemente no programa Observatório da Imprensa, ouvi jornalista Italiano que atua como correspondente no Brasil tentar comparar a atuação da mídia brasileira na atual crise e a mídia italiana durante a operação mãos limpas. As diferenças são enormes. Você viu essa entrevista?

(05:49:21) Kennedy Alencar: Don, não vi. Acho que a mídia brasileira está cumprindo o papel dela. Há exageros, erros, imprecisões? Sim. Mas, de forma geral, tem feito o seu papel. Trouxe muitos fatos que desnudaram um esquema de corrupção

(05:49:33) guto fala para Kennedy Alencar: com a eleição de Aldo, aumenta as chances de José dirceu e outros envolvidos no mensalão se safarem?

(05:50:03) Kennedy Alencar: Guto, não creio. O Aldo, por ser governistas, será muito vigiado pela imprensa. Hoje há uma opinião pública que reage. Veja só o que aconteceu com o Severino

(05:50:09) Pidion Terruel pergunta para Kennedy Alencar: Vc afirma que o Aldo Rabelo é um político sério e que Lula não seja desonesto... então o porque de tantas críticas (aos dois) por parte da 'folha'?

(05:50:40) Kennedy Alencar: Pidion, porque jornalistas criticam pessoas sérias e honestas. Pessoas sérias e honestas cometem erros.

(05:51:18) ADRIANO BH pergunta para Kennedy Alencar: Kennedy, na sua opinião, é possível alterar a legislação, exigindo escolaridade de nível superior, para os candidatos a vaga ao poder legislativo (preferencialmente, ser formado em curso superior voltado para a técnica legislativa) ?

(05:52:00) Kennedy Alencar: Adriano, não acho uma boa medida. Exigir escolaridade superior para ser candidato ao Parlamento soa elitista. O problema não é esse.

(05:52:06) Leitor Mineiro fala para Kennedy Alencar: Prezado Kennedy, a vitória do aldo, um ex-líder estudantil com história e parlamentar respeitado foi a melhor notícia que o Governo teve neste ano - fora a política --além disso conquistou um dos três poderes com um político de alto nível --e não do baixo clero, como era o João Paulo, de quem o Brasil nunca havia ouvido falar antes de se tornar presidente da Câmara. Com a Dilma que é uma ministra competente, mais o Aldo, será que o Lula não virou o jogo?

(05:52:25) Kennedy Alencar: Leitor Mineiro,acho que ainda está longe de virar o jogo.

(05:52:55) Carlos fala para Kennedy Alencar: Repetindo minha observação, que moderador não inclui anteriormente, é temerário confiar no PMDB, por que fazer acordo com ele?

(05:55:06) Kennedy Alencar: Carlos, o Lula está isolado politicamente. Tem o apoio do PT, PSB e PC do B, que juntos não têm 140 deputados. Se se recuperar politicamente e se reeleger, precisará do apoio do PMDB. Concordo que seja uma negociação difícil e que nunca terá a unanimidade numa sigla que é uma confederação de caciques regionais. Mas é sua melhor alternativa. Quais são as outras? PSDB e PFL? O Zé Dirceu detonou uma tentativa de aproximação com os tucanos quando Lula estava no auge. Com os partidos mais afetados pelo mensalão e que incharam em 2003, como PL, PTB e PP? Acho que é um caminho que já se mostrou danoso. A situação é difícil.

(05:55:12) nero fala para Kennedy Alencar: Caro Kennedy, há quem diga que a crise do governo esfriou apenas enquanto tiveram o Severino da presidência da Câmara --pois ele estaria na linha sucessória de Lula, em caso de impeachment. A oposição acha que agora o caminho está livre para o impeachment?

(05:56:05) Kennedy Alencar: Nero, se aparecer uma 'fiat elba' do Lula, dificilmente alguém vai segurar impeachment. Se não aparecer, não há condição política para fazer. Não creio que vamos chegar a esse cenário. Não depende de vontade da oposição. Depende dos fatos, que, no momento, não caminham nessa direção

(05:56:12) Yasha pergunta para Kennedy Alencar: Você concorda com os que dizem que o Serra é mais de esquerda do que Lula, no sentido de que faria uma política econômica menos ortodoxa?

(05:56:29) Kennedy Alencar: Yasha, concordo.

(05:56:54) Windgraf fala para Kennedy Alencar: Caro Kennedy, Aldo se manifestou favorável à revisão da cláusula de barreira. O governo, ao alçar Aldo à presidência da Câmara com essa plataforma, não estaria prestando um desfavor ao País favorecendo a permanência de partidos nanicos no Congresso Nacional?

(05:57:17) Kennedy Alencar: Yasha, hoje o Serra estaria à esquerda do Lula.

(05:57:49) Kennedy Alencar: Windgraf, se Aldo tiver sucesso na empreitada, sim. Mas creio que não terá

(05:58:27) batatinha fala para Kennedy Alencar: Pessoalmente, acho que a grande mídia bateu com gosto no PT. Coisa que não fazia com o FHC. Você acha que houve dois pesos e duas medidas?

(05:59:37) Kennedy Alencar: Batatinha, não creio. A mídia bateu muito no FHC. Acho que a mídia pode ter batido com gosto porque o PT implementou uma política que criticava e revelou uma faceta que não condizia com a pregação de rei da ética. Nesse sentido, é claro que a cobrança pode soar mais forte.

(05:59:43) Rodrigão fala para Kennedy Alencar: Kennedy, cadê seu blog? Tem planos para lançar um? Depois do Fernando Rodrigues só falta o seu e da Elaine Cantanhede

(06:00:55) Kennedy Alencar: Rodrigão, difícil conciliar as reportagens com duas colunas semanais e um blog. Para fazer um, teria de ser para valer. Teria de ter várias atualizações ao dia. Eu deveria deixar de dar no jornal informações. Complicado. Acho que podia soar como enrolação. Grato pela sugestão

(06:01:13) cidadão pergunta para Kennedy Alencar: caro Kennedy, vc percebe aí no ambiente político da corte daí de brasília alguma possibilidade, remota que seja, de diminuição do predomínio político paulista na política nacional

(06:02:32) Kennedy Alencar: Cidadão, no PT já está havendo isso. Acho que SP sempre terá um peso político forte decorrente de sua força econômica. Acho um problema maior estados pequenos elegerem proporcionalmente mais deputados do que os estados com população maior. Já existe o Senado para fazer esse equilíbrio federativo.

(06:02:50) Yasha pergunta para Kennedy Alencar: Será que a redução da cláusula de barreira vai ser aprovada?

(06:03:02) Kennedy Alencar: Tranqüilo. Pode mandar quantas quiser.

(06:03:20) Kennedy Alencar: Yasha, acho que não. Mas vou ficar atento e criticar se houver chance de isso acontecer. Fique atenta também.

(06:04:27) Kennedy Alencar: Agradeço a todos os que participaram. Foram muito gentis. Gostei das perguntas. Espero que tenha respondido à altura. Um grande abraço a todos. Tchau

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