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02/10/2005
-
22h00
MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba
Convocado para o debate do programa de governo que o partido vai defender na eleição de 2006, o encontro deste domingo de lideranças nacionais do PMDB, em Palhoça (SC), transformou-se num manifesto contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL).
Dois governadores do Sul e o ex-governador do Rio Anthony Garotinho aprovaram uma moção ao Conselho de Ética do partido para discutir a postura de Calheiros no episódio de eleição do presidente da Câmara dos Deputados. O senador foi chamado de "traidor" por Garotinho, que defendeu sua expulsão.
O presidente nacional do PMDB e motivo da moção contra Calheiros, Michel Temer (SP), participava do encontro e recebeu o documento em mãos para que seja protocolado hoje no Diretório Nacional, em Brasília. O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, saiu antes de a moção ser apresentada. Ele disse à Folha que não fala em expulsão, mas defende que "a discussão tem que acontecer no partido".
Calheiros trabalhou contra Temer e articulou em favor do candidato do governo, Aldo Rebelo (PC do B-SP), na eleição do presidente da Câmara dos Deputados. A ação pró-Rebelo --que venceu a disputa-- inviabilizou a candidatura do deputado peemedebista. Temer acabou retirando seu nome do páreo.
No encontro deste domingo, Temer não disse se apoia ou não o debate do caso no Conselho de Ética, mas acabou cobrando de Calheiros uma atitude voluntária. Ele encerrou seu discurso dizendo que "quem não quer a candidatura própria [a presidente, em 2006] que saia do partido". Calheiros, junto com o ex-presidente da República José Sarney (AP), lidera a ala governista do PMDB, que defende uma composição com o PT.
Garotinho disse ontem que o PMDB "não pode manter em seus quadros figuras com comportamento subserviente ao governo". A partir desta segunda, o ex-governador do Rio faz uma pausa na articulação para ser o candidato da sigla a presidente da República. Ele anunciou que se submeterá a uma cirurgia de extração de calo nas cordas vocais.
A moção contra o presidente do Senado foi proposta pelo governador anfitrião, Luiz Henrique da Silveira. O governador do Paraná, Roberto Requião, não se posicionou contra a idéia e voltou a fazer um discurso contra a política econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele e Rigotto são apontados como presidenciáveis no partido.
O texto da moção contra Calheiros não fala diretamente em expulsão. Diz que ele "vem, de muito, promovendo a divisão do partido". É acusado de desrespeitar as decisões da executiva e da Convenção Nacional do PMDB, que aprovaram uma relação de independência com o governo.
"O sr. Renan Calheiros, à revelia da vontade das bases, vem indicando ministros e membros do partido para ocupar cargos na estrutura governamental", afirma o documento.
Em outro ponto, diz que "no recente episódio da eleição da Câmara dos Deputados, o referido sr., depois de propor e estimular a candidatura do presidente do PMDB à presidência daquela Casa, passou, horas depois, ao sair de uma audiência no Palácio do Planalto, a defender candidatura de outro partido".
A moção defende a análise da postura de Calheiros pelo Conselho de Ética, "caso ele não tome a decisão de pedir seu desligamento das fileiras do partido".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Renan Calheiros
Encontro do PMDB em SC vira manifesto contra Calheiros
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da Agência Folha, em Curitiba
Convocado para o debate do programa de governo que o partido vai defender na eleição de 2006, o encontro deste domingo de lideranças nacionais do PMDB, em Palhoça (SC), transformou-se num manifesto contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL).
Dois governadores do Sul e o ex-governador do Rio Anthony Garotinho aprovaram uma moção ao Conselho de Ética do partido para discutir a postura de Calheiros no episódio de eleição do presidente da Câmara dos Deputados. O senador foi chamado de "traidor" por Garotinho, que defendeu sua expulsão.
O presidente nacional do PMDB e motivo da moção contra Calheiros, Michel Temer (SP), participava do encontro e recebeu o documento em mãos para que seja protocolado hoje no Diretório Nacional, em Brasília. O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, saiu antes de a moção ser apresentada. Ele disse à Folha que não fala em expulsão, mas defende que "a discussão tem que acontecer no partido".
Calheiros trabalhou contra Temer e articulou em favor do candidato do governo, Aldo Rebelo (PC do B-SP), na eleição do presidente da Câmara dos Deputados. A ação pró-Rebelo --que venceu a disputa-- inviabilizou a candidatura do deputado peemedebista. Temer acabou retirando seu nome do páreo.
No encontro deste domingo, Temer não disse se apoia ou não o debate do caso no Conselho de Ética, mas acabou cobrando de Calheiros uma atitude voluntária. Ele encerrou seu discurso dizendo que "quem não quer a candidatura própria [a presidente, em 2006] que saia do partido". Calheiros, junto com o ex-presidente da República José Sarney (AP), lidera a ala governista do PMDB, que defende uma composição com o PT.
Garotinho disse ontem que o PMDB "não pode manter em seus quadros figuras com comportamento subserviente ao governo". A partir desta segunda, o ex-governador do Rio faz uma pausa na articulação para ser o candidato da sigla a presidente da República. Ele anunciou que se submeterá a uma cirurgia de extração de calo nas cordas vocais.
A moção contra o presidente do Senado foi proposta pelo governador anfitrião, Luiz Henrique da Silveira. O governador do Paraná, Roberto Requião, não se posicionou contra a idéia e voltou a fazer um discurso contra a política econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele e Rigotto são apontados como presidenciáveis no partido.
O texto da moção contra Calheiros não fala diretamente em expulsão. Diz que ele "vem, de muito, promovendo a divisão do partido". É acusado de desrespeitar as decisões da executiva e da Convenção Nacional do PMDB, que aprovaram uma relação de independência com o governo.
"O sr. Renan Calheiros, à revelia da vontade das bases, vem indicando ministros e membros do partido para ocupar cargos na estrutura governamental", afirma o documento.
Em outro ponto, diz que "no recente episódio da eleição da Câmara dos Deputados, o referido sr., depois de propor e estimular a candidatura do presidente do PMDB à presidência daquela Casa, passou, horas depois, ao sair de uma audiência no Palácio do Planalto, a defender candidatura de outro partido".
A moção defende a análise da postura de Calheiros pelo Conselho de Ética, "caso ele não tome a decisão de pedir seu desligamento das fileiras do partido".
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