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04/10/2005
-
15h31
da Folha Online
Integrantes de entidades religiosas e movimentos sociais realizaram nesta terça-feira, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, um ato de solidariedade ao bispo de Barra (BA), frei Luiz Flávio Cappio, que está em greve de fome contra o projeto de transposição do rio São Francisco.
O ato ocorreu no momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebia o presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, na rampa do Palácio do Planalto. Durante a cerimônia de recepção, o grupo gritou a frase "Dom Cappio e São Francisco".
Segundo a representante da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), irmã Delci Franzen, os manifestantes querem que uma comitiva da presidência da República vá negociar com o bispo, que está em Cabrobó (PE). O presidente Lula enviou no último sábado uma carta ao frei por intermédio do assessor da presidência, Selvino Heck.
"Esperamos que o presidente vá com uma proposta clara para conversar com dom Luiz, o que não aconteceu ainda. No nosso entender, o primeiro emissário do presidente não levou uma proposta. Ele só falou que o presidente está disposto a conversar e dom Luiz está disposto a isso desde o início", disse a irmã. Ela acrescentou que o grupo não pediu uma audiência com Lula.
De acordo com a representante, a igreja não pretende transformar a atitude do bispo em um "ato religioso", mas "político". Ainda segundo ela, Cappio afirmou que não pretende "colocar a corda no pescoço do presidente Lula", mas que Lula colocou a "corda no nosso pescoço quando decidiu iniciar as obras do projeto", sem antes discuti-lo com a sociedade.
Cappio não se alimenta há nove dias e só bebe água do rio São Francisco. Apesar de ter necessitado de ajuda hoje para subir em um pequeno palco e rezar uma missa, o frei está bem e continua atendendo a população diariamente, de acordo com a representante da CNBB. O bispo afirmou que vai permanecer em jejum até a revogação e arquivamento do atual projeto. Ele é a favor da revitalização do rio São Francisco.
O presidente Lula afirmou ontem que vai insistir no diálogo para acabar com a greve de fome do bispo. O Palácio do Planalto ainda não se manifestou sobre o envio de uma equipe para conversar com Cappio.
Com Agência Brasil
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a transposição do rio São Francisco
Ato de solidariedade a bispo reúne entidades e movimentos sociais em Brasília
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Integrantes de entidades religiosas e movimentos sociais realizaram nesta terça-feira, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, um ato de solidariedade ao bispo de Barra (BA), frei Luiz Flávio Cappio, que está em greve de fome contra o projeto de transposição do rio São Francisco.
O ato ocorreu no momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebia o presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, na rampa do Palácio do Planalto. Durante a cerimônia de recepção, o grupo gritou a frase "Dom Cappio e São Francisco".
Segundo a representante da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), irmã Delci Franzen, os manifestantes querem que uma comitiva da presidência da República vá negociar com o bispo, que está em Cabrobó (PE). O presidente Lula enviou no último sábado uma carta ao frei por intermédio do assessor da presidência, Selvino Heck.
"Esperamos que o presidente vá com uma proposta clara para conversar com dom Luiz, o que não aconteceu ainda. No nosso entender, o primeiro emissário do presidente não levou uma proposta. Ele só falou que o presidente está disposto a conversar e dom Luiz está disposto a isso desde o início", disse a irmã. Ela acrescentou que o grupo não pediu uma audiência com Lula.
De acordo com a representante, a igreja não pretende transformar a atitude do bispo em um "ato religioso", mas "político". Ainda segundo ela, Cappio afirmou que não pretende "colocar a corda no pescoço do presidente Lula", mas que Lula colocou a "corda no nosso pescoço quando decidiu iniciar as obras do projeto", sem antes discuti-lo com a sociedade.
Cappio não se alimenta há nove dias e só bebe água do rio São Francisco. Apesar de ter necessitado de ajuda hoje para subir em um pequeno palco e rezar uma missa, o frei está bem e continua atendendo a população diariamente, de acordo com a representante da CNBB. O bispo afirmou que vai permanecer em jejum até a revogação e arquivamento do atual projeto. Ele é a favor da revitalização do rio São Francisco.
O presidente Lula afirmou ontem que vai insistir no diálogo para acabar com a greve de fome do bispo. O Palácio do Planalto ainda não se manifestou sobre o envio de uma equipe para conversar com Cappio.
Com Agência Brasil
Especial
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