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04/10/2005 - 20h09

CPI dos Correios aprova quebra de sigilo de corretoras e empresário

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da Folha Online

A CPI dos Correios aprovou nesta terça-feira a quebra do sigilo bancário de 11 corretoras que teriam causado prejuízo a seis fundos de pensão em operações de compra e venda de títulos públicos. Foram quebrados ainda os sigilos bancário, fiscal e telefônico de três subsidiárias da Bonus-Banval

O levantamento, feito pelo deputado Ônix Lorenzoni (PFL-RS), mostra que as corretoras --Elite, Socopa, Agenda, Millenium, Clicktrade, Dillon, Quantia, Nominal, Euro, Walpires e Planner-- fizeram operações atípicas de curto prazo e geraram prejuízos que chegam a R$ 9 milhões.

A desconfiança da oposição é de que as operações destas corretoras desviavam recursos dos fundos de pensão para o esquema de corrupção investigado pela CPI. Uma das linhas de investigação dos parlamentares é se esse dinheiro financiou o caixa dois do PT.

Na sessão de hoje a comissão aprovou também a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da Bonus-Banval Empreendimentos S/A, da Bonus-Banval Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários Ltda e da Bonus-Banval Participações Ltda. Enivaldo Quadrado, um dos sócios do grupo, também teve seus sigilos quebrados.

A Bônus-Banval foi a corretora que fez pagamentos a pessoas indicadas por Marcos Valério Fernandes de Souza.

A comissão também aprovou o requerimento que pedia a quebra do sigilo de Carlos Alberto Quaglia, dono da empresa Natimar. Em depoimento à polícia, Quadrado afirmou que Marcos Valério usava a Natimar para investir em ouro e na BM&F.

A Polícia Federal desconfia ainda que a Natimar seria fonte de recursos para doleiros que operam no Brasil.

Prejuízo

Um relatório parcial da CPI dos Correios apresentado hoje mostrou que as empresas de transporte aéreo de correspondência Beta e Skymaster geraram um prejuízo de R$ 64 milhões para os Correios desde 2000.

As empresas assinaram em 21 de julho de 2000 um documento para dividirem os contratos da estatal. Quem vencesse a licitação contrataria a empresa parceira para partilharem os serviços e os lucros. 'Houve um evidente conluio entre as duas empresas', afirmou o relator Osmar Serraglio (PMDB-PR).

Em uma das licitações, com a certeza de que venceria a disputa, a Skymaster conseguiu iniciar as operações de transporte de correspondências seis horas após a contratação. "É evidente a fraude dessa contratação porque se já estavam prontas para operar seis horas depois tinham a certeza de que ganhariam o contrato", disse Serraglio.

Em outro processo, quatro empresas se apresentaram para a licitação: Beta, Skymaster, Aeropostal e Total, esta última desclassificada de imediato.

A Aeropostal também foi excluída da disputa porque não tinha registro do DAC (Departamento de Aviação Civil) para operar. "Ela [Aeropostal] só participou para compor o cenário de aparente competição", avaliou o relator da CPI.

Mais grave na avaliação da comissão: um dos proprietários da Aeropostal, Roberto Kfouri, foi diretor-executivo da Beta, o que evidenciaria a montagem de um cenário para a licitação. A vencedora no final do processo foi a Skymaster, que subcontratou a Beta.

Em nota à imprensa, a empresa de transporte aéreo de carga Skymaster negou acusações de superfaturamento e manipulação dos contratos, práticas que teriam gerado prejuízo de milhões de reais à estatal Correios.

"Negamos terminantemente as acusações de superfaturamento, assim como repudiamos as acusações de manipulação dos contratos, de concorrência desleal ou, ainda, de qualquer tipo de apadrinhamento político", afirmam os diretores da empresa, por meio da nota.

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