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05/10/2005
-
17h50
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
A acareação da CPI dos Bingos entre o empresário de jogos Carlinhos Cachoeira, o advogado Rogério Tadeu Buratti, o diretor da GTech Marcelo Rovai, o ex-advogado da GTech Enrico Gianelli e Waldomiro Diniz, ex-assessor de José Dirceu na Casa Civil tornou-se espaço para que os investigados se defendam das acusações de corrupção e troquem acusações e ofensas.
Na sala da CPI, à frente da mesa onde ficam o relator e o presidente da comissão, foram colocadas duas mesas para que os cinco investigados ocupem. De um lado estão Carlos Cahoeira e Buratti, ex-assessor do ministro Antonio Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto. Do outro, Rovai, Diniz e Gianelli. Desde o início da sessão, Buratti e Rovai travam um duelo à parte.
Buratti chama Rovai de mentiroso e tem o consentimento de Gianelli. Rovai, por sua vez, chama Buratti de corrupto e o acusa de ter pedido à GTech R$ 16 milhões de propina para mediar o contrato entre a empresa e a Caixa. A proposta teria sido recusada de acordo com o advogado da empresa e Buratti não teria sido aceito como consultor no processo de renovação. "Só gente decente trabalha para a GTech. O corrupto é o senhor", disse Rovai a Buratti.
O ex-assessor de Palocci nega que tenha se apresentado como intermediário indicado por Waldomiro Diniz e aponta a contratação de outro consultor como álibi para sua versão de que não teria se oferecido para mediar o processo de renovação de contrato.
Duelo
Outra disputa particular é travada entre Waldomiro e Cachoeira. O ex-assessor da Casa Civil diz que foi levado à GTech por Cachoeira, que estaria interessado em se promover para os executivos da empresa. Para referendar sua defesa, Waldomiro pede a confirmação de Carlinhos Cachoeira. Mas o empresário nega a versão.
Diante da estratégia de cada um de se defender e complicar a vida do "inimigo", Buratti chegou a tentar envolver a GTech nas investigações da CPI dos Correios ao dizer que um diretor da empresa tem uma franquia postal. Essas franquias, de acordo com integrantes da comissão, geram prejuízos anuais de R$ 1 milhão para os cofres da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos).
Em alguns momentos, os duelos envolvem outras figuras, como ocorreu na discussão entre Diniz e Rovai.
"O senhor [Rovai] mentiu. O senhor se refere a mim como um dos bandidos a ser afastado, mas me classifica como um integrantes do governo a ser influenciado", afirmou Diniz em referência a um mapa apresentado por Rovai à CPI com o nome de integrantes do governo Lula que poderiam ajudar na renovação do contrato da GTech.
"O senhor deveria retirar isso", acrescentou. "Eu? O senhor e o Buratti extorquiram dinheiro da Gtech. Se isso não é bandido, eu não sei o que é", respondeu Rovai.
O líder do PLF no Senado, José Agripino (RN), afirma que das divergências será possível identificar provas do esquema de corrupção. "É preciso que as divergências prossigam para produzirmos evidências", afirmou. Até o momento, ele afirma que é possível identificar que pessoas usavam contatos no governo para chantagear a GTech.
Especial
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Acareação na CPI dos Bingos vira palco de troca de acusações e ofensas
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da Folha Online, em Brasília
A acareação da CPI dos Bingos entre o empresário de jogos Carlinhos Cachoeira, o advogado Rogério Tadeu Buratti, o diretor da GTech Marcelo Rovai, o ex-advogado da GTech Enrico Gianelli e Waldomiro Diniz, ex-assessor de José Dirceu na Casa Civil tornou-se espaço para que os investigados se defendam das acusações de corrupção e troquem acusações e ofensas.
Na sala da CPI, à frente da mesa onde ficam o relator e o presidente da comissão, foram colocadas duas mesas para que os cinco investigados ocupem. De um lado estão Carlos Cahoeira e Buratti, ex-assessor do ministro Antonio Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto. Do outro, Rovai, Diniz e Gianelli. Desde o início da sessão, Buratti e Rovai travam um duelo à parte.
Buratti chama Rovai de mentiroso e tem o consentimento de Gianelli. Rovai, por sua vez, chama Buratti de corrupto e o acusa de ter pedido à GTech R$ 16 milhões de propina para mediar o contrato entre a empresa e a Caixa. A proposta teria sido recusada de acordo com o advogado da empresa e Buratti não teria sido aceito como consultor no processo de renovação. "Só gente decente trabalha para a GTech. O corrupto é o senhor", disse Rovai a Buratti.
O ex-assessor de Palocci nega que tenha se apresentado como intermediário indicado por Waldomiro Diniz e aponta a contratação de outro consultor como álibi para sua versão de que não teria se oferecido para mediar o processo de renovação de contrato.
Duelo
Outra disputa particular é travada entre Waldomiro e Cachoeira. O ex-assessor da Casa Civil diz que foi levado à GTech por Cachoeira, que estaria interessado em se promover para os executivos da empresa. Para referendar sua defesa, Waldomiro pede a confirmação de Carlinhos Cachoeira. Mas o empresário nega a versão.
Diante da estratégia de cada um de se defender e complicar a vida do "inimigo", Buratti chegou a tentar envolver a GTech nas investigações da CPI dos Correios ao dizer que um diretor da empresa tem uma franquia postal. Essas franquias, de acordo com integrantes da comissão, geram prejuízos anuais de R$ 1 milhão para os cofres da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos).
Em alguns momentos, os duelos envolvem outras figuras, como ocorreu na discussão entre Diniz e Rovai.
"O senhor [Rovai] mentiu. O senhor se refere a mim como um dos bandidos a ser afastado, mas me classifica como um integrantes do governo a ser influenciado", afirmou Diniz em referência a um mapa apresentado por Rovai à CPI com o nome de integrantes do governo Lula que poderiam ajudar na renovação do contrato da GTech.
"O senhor deveria retirar isso", acrescentou. "Eu? O senhor e o Buratti extorquiram dinheiro da Gtech. Se isso não é bandido, eu não sei o que é", respondeu Rovai.
O líder do PLF no Senado, José Agripino (RN), afirma que das divergências será possível identificar provas do esquema de corrupção. "É preciso que as divergências prossigam para produzirmos evidências", afirmou. Até o momento, ele afirma que é possível identificar que pessoas usavam contatos no governo para chantagear a GTech.
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